Minerais e energia na pauta da WEC 2004

Xangai, segunda-feira, 8 de novembro de 2004.

A importância dos recursos minerais e da energia foi assunto de uma série de palestras na II Convenção Mundial de Engenheiros (WEC 2004), realizada de 02 a 06 de novembro na cidade de Xangai, na China. O painel foi organizado pela Sociedade de Geologia da China.

De acordo com a Presidente da Federação das Associações de Engenheiros de Minas do Brasil (Faemi), engenheira Maria Marta de Magalhães Gameiro, os cuidados com a pesquisa e uso dos recursos minerais e do solo foram o ponto alto da abordagem do tema.

Ela destacou a palestra do consultor da indústria mineral da Índia, Ajoy K. Ghose "Desenvolvimento Sustentável Mineral", em que foi indagado: que mundo o homem quer no novo século?. "Ele destacou que é imprescindível haver a preocupação com o meio ambiente no desenvolvimento tecnológico da exploração mineral". Hoje, o mundo tem 22 bilhões de toneladas de 193 minerais, o que dá uma média de exploração de 23 toneladas per capita.

Maria Marta ressaltou que ao final da palestra ela e o presidente da Federação Brasileira de Geologia (Febrageo), geólogo Nivaldo Básio, fizeram contato com o presidente da Academia Chinesa de Geólogos, com o objetivo de estreitar laços entre as instituições, visando que na III Convenção Mundial de Engenheiros, a ser realizada no Brasil em 2008, a programação possa contemplar uma seção exclusiva para o setor mineral.

Energia - "O Brasil está à frente no que diz respeito a consciência de diversificar a matriz energética e no que se refere a ter, efetivamente, condições de fazê-lo". A afirmação é do presidente da Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais (SBEF), Carlos Adolfo Bantel.

Segundo ele, essa constatação foi feita a partir do acompanhamento dos debates que aconteceram na WC 2004 sobre energia. "Observamos que agora é que está nascendo no mundo inteiro a preocupação com a diversificação das fontes geradoras de energia e com a valorização das formas alternativas. No Brasil, já estamos discutindo isso a alguns anos, estamos saindo da base hidroelétrica e partindo para a geração a partir de resíduos orgânicos, como também com projetos de energia solar, eólica, gás e nuclear", lembrou.

A maioria dos países se concentram em cima de uma matriz geradora de energia, no máximo duas. "Aqui na China, por exemplo, é carvão mineral e biogás a partir da fermentação de resíduos agrícolas e urbanos".

Na avaliação de Bantel, a vantagem do Brasil é a variedade de opções devido a diversidade de climas e acessibilidade."Temos todas as opções. A primeira mais barata é a hidroenergia. A segunda é o álcool a partir da cana, que os outros países não têm. Para o atendimento da nossa demanda estamos à frente dos outros países. A questão é só de mais investimentos no setor", alerta.

Bety Rita Ramos - Assessora de Comunicação