Cobenge discute novas estruturas curriculares

Brasília (DF), quarta-feira, 15 de setembro de 2004.

"Um dos maiores desafios das faculdades voltadas ao ensino da Engenharia é perceber que a formação universitária não se encerra num prazo de três ou cinco anos. A capacidade de aprendizado dos futuros profissionais da área tecnológica deve ser um processo constante de aprimoramento, em função das freqüentes mudanças". A opinião é do professor Manuel Heitor, diretor do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico de Lisboa. Ele foi um dos palestrantes na mesa redonda internacional que ocorreu na tarde desta quarta-feira (15), no auditório da Faculdade de Tecnologia da UnB (Universidade de Brasília), em Brasília.

A atividade fez parte da programação do terceiro dia do Cobenge 2004 (Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia). Até sexta-feira (17), representantes de órgãos, empresas e profissionais ligados ao setor e instituições de ensino estarão discutindo temas voltados à melhoria e ao desenvolvimento da Engenharia nacional.

Para Heitor, que com a socióloga Gabriele Althoff, do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, abordou o tema "Novas estruturas curriculares - experiências bem-sucedidas e/ou frustradas de implementação", não apenas em Portugal, mas nos demais países, "o ideal seria que a formação do profissional de Engenharia não fosse inferior a cinco anos, independente da estrutura do curso". Ou seja, três anos de graduação e dois de especialização ou quatro anos de graduação e um de especialização. "Cada vez mais as bases do conhecimento estão diversificadas. Por isso, os engenheiros devem sempre buscar novas formas de atualização", disse.

Outro ponto fundamental, ressaltou o professor, é que os profissionais de Engenharia precisam perceber a importância de mostrar à sociedade que a tecnologia pode contribuir para a solução de grandes questões atuais, o que também estimularia ainda mais o incremento à produção científica nas universidades. "Acredito que tudo isso passa pela necessidade da sociedade compreender o verdadeiro papel das faculdades e da tecnologia", concluiu.

Adriana Baumgratz - Jornalista Convidada