Cuiabá (MT), sexta-feira, 18 de julho de 2003. O setor diamantífero no país deu o pontapé inicial para incluir o Brasil no Sistema Mundial de Certificação Kimberley, durante o I Fórum Nacional sobre Controle da Produção de Diamante, que acontece em Cuiabá, no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT). A certificação busca combater o comércio ilegal de diamantes no mundo e o país que não se adequar ficará fora do mercado. Significa inclusive evitar que diamantes sejam usados para financiar o crime organizado.O evento reúne autoridades nacionais do Ministério de Minas e Energia, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Advocacia Geral da União (AGU), além de parlamentares, prefeitos, empresários, garimpeiros e profissionais. É a primeira reunião no país sobre o tema com esta abrangência. O secretário adjunto de Minas e Metalurgia, do Ministério de Minas e Energia, Cláudio Scliar, ressalta a importância econômica e social do diamante. Em Mato Grosso, municípios como Juína, Poxoréo e Diamantino surgiram por causa do setor diamantífero e hoje enfrentam dificuldades de desenvolvimento.O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de diamantes. Minas Gerais e Mato Grosso são os Estados com maior potencial. Scliar enfatizou que o evento de hoje, que terminará por volta de 19h, é uma reunião de trabalho. À tarde, por exemplo, grupos de estudo irão debater propostas envolvendo meio ambiente, comércio, tributação e legislação. A cobertura completa do evento estará no site do Confea na próxima segunda-feira.O diretor do DNPM, Antonio Fernando Rodrigues, ressaltou a parceria do Ministério de Minas e Energia com o sistema Confea-Crea, que conseguiu mobilizar o setor diamantífero para a reunião de Cuiabá. O objetivo é levar esta parceria para outros Estados, enfatizando a necessidade do país agilizar o seu processo de inclusão na certificação de diamantes. O presidente do Crea-MT, Sátyro Pohl Moreira de Castilho, enfatizou a função social que a mineração sempre possuiu no país. "O Crea-MT está de portas abertas para contribuir com o desenvolvimento do setor de mineração no Brasil", ressaltou. Até porque, atualmente, o setor é marcado fortemente pela informalidade, o que facilita o contrabando, a exploração ilegal e principalmente o sacrifício do trabalho do garimpeiro, muitas vezes isolado sem qualquer infra-estrutura e apoio para o desenvolvimento de sua atividade. Antônio Lemos - Crea/MT
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