Brasília, segunda-feira, 1 de dezembro de 2003. Os presidentes dos Creas de Minas Gerais e Alagoas, respectivamente Marcos Túlio de Melo e Ronaldo Patriota, engs. civis, os conselheiros federais Hyara Nagle e Maria Nazareth França, engenheiras civis e Marcos de Souza, técnico em agricultura, representaram o Sistema Confea/Crea na 1ª Conferência Nacional do Meio Ambiente realizada de 28 a 30 passados, na Universidade de Brasília (UnB), pelo Ministério do Meio Ambiente, paralelamente à Conferência Infanto-Juvenil, que trouxe para a capital centenas de crianças de todos os estados.Na abertura oficial do evento, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, acompanhado de vários ministros, deputados, senadores e pelo governador do Acre, Jorge Viana, anunciou a criação da Comissão Política para o Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 brasileira e afirmou que "a Conferência faz parte do processo pedagógico - comandado pela ministra Marina Silva - de políticas públicas para o meio-amebiente, que visa conscientizar crianças e ouvir a sociedade". Para ele, a conferência representa ainda "um marco importante pela diversidade de temas que aborda" e anunciou para amanhã, 3, a votação pelo Congresso Nacional, do projeto Mata Atlântica, do ex-deputado Fábio Feldman. "Já convocamos as lideranças do governo para que votem o projeto", disse.Lula informou ainda sobre as 21 homologações de terras indígenas feitas por seu governo em um ano, contra 30 de todo o período FHC".Já Cristovam Buarque, ministro da educação, afirmou que "o Brasil é um retrato da civilização moderna. Temos tragédias e recursos para resolver os problemas. Nosso país retrata o desafio do planeta terra que é o de corrigir a rota para um desenvolvimento sustentável. O mundo espera que o Brasil inicie um novo processo civilizatório e isso só será possível através da ajuda das crianças", afirmou Cristovam antes de saudar o biólogo Paulo Nogueira Neto, pioneiro dos anos 70 quando falava da importância da preservação ambiental.Marina Silva, ministra do Meio-Ambiente, anunciou a presença de mil delegados e que participaram da Conferência e afirmou que "a política nacional para o meio-ambiente será baseada em quatro diretrizes: desenvolvimento sustentável, transversalidade, fortalecimento do Sisnama (Sistema Nacional de Meio-Ambiente) e controle e participação social".À exemplo da preparação para a Conferência Nacional das Cidades, a do Meio-Ambiente foi antecipada por encontros municipais e estaduais que arrebanharam cerca de 60 mil participantes em todo o país. Para a ministra, a conferência foi "um encontro do Brasil com a natureza. Do Brasil consigo mesmo". Com problemas na voz, a ministra interrompeu diversas vezes o seu discurso e por fim teve que suspendê-lo. Foi ovacionada pelo público.A conferência que visou ampliar a participação da sociedade na discussão sobre políticas ambientais, foi divida em seis temas estratégicos: Água, Biodiversidade, Agricultura (pecuária, pesca e floresta), Infra-estrutura (transporte e energia), Meio-Ambiente Urbano e Mudanças Climáticas. Os mesmos enfoques das reuniões preparatórias e que resultaram em 4 mil emendas ao texto-base da conferência.Os representantes do Sistema Confea/Crea participaram dos grupos e da plenária final que aprovou, entre outras posições, o combate intransigente aos produtos transgênicos. Maria Helena de Carvalho - Da equipe da ACS
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