Brasília (DF), quarta-feira, 24 de março de 2004. Fazer com que os arquitetos tenham espaço garantido em função de suas atribuições profissionais é a principal meta do novo coordenador nacional da Câmara de Arquitetura, eleito para o exercício de 2004, Newton Marçal Santos, arquiteto e urbanista, do Crea de Santa Catarina.Morando em Caçador, interior de Santa Catarina, onde tem um escritório e presta serviço na área pública - ele é gerente de infra-estrutura no governo do Estado - Newton Marçal, tem consciência dos desafios que o aguardam. "Não podemos estabelecer mais que cinco metas, já que o tempo é curto", diz cauteloso.No entanto, além de defender as atribuições profissionais da categoria, Marçal pretende intensificar a fiscalização sobre os novos cursos de arquitetura que estão sendo criados e tentar inibir a prática de leigos que, vez por outra, lecionam nas faculdades. Para apoiá-lo nessa ação, Newton Marçal contará com o trabalho de Jandira França, do Crea Bahia, eleita coordenadora adjunta."Todos esses assuntos são importantes. Mas, sem dúvida, nossa atenção estará voltada para as discussões que dizem respeito ao anteprojeto de reformulação da resolução 218 e das resoluções que tratam do tema", disse Marçal.Na opinião de Neio Lúcio, que acaba de finalizar a gestão iniciada em 2003, uma das maiores dificuldades do Sistema, atualmente, é estrutural. "Falta definição de quem pode fazer o quê. Se o anteprojeto for muito bem elaborado e as partes envolvidas entenderem que precisam abrir de algumas prerrogativas, acredito que poderemos avançar", defende.Por prerrogativas, entenda-se, por exemplo: paisagismo e projetos são atribuições de arquitetos, assim como edificações rurais. "Claro que a parte de cobertura vegetal de um projeto paisagístico diz respeito ao agrônomo", faz questão de explicar Neio."Se o anteprojeto de reformulação da 218 e das demais resoluções flexibilizar vários pontos, mas não amarrar as atribuições e competências, vamos continuar com os mesmos problemas", acredita o ex-coordenador que durante sua gestão encaminhou oito propostas com sugestões para a reforma da legislação que trata das atribuições e não as viu contempladas na proposta apresentada pelo consultor Ruy Vieira.Entre os encaminhamentos, foi enviada uma proposta para a criação de um glossário de termos técnicos que ajude na definição das atribuições. "Infelizmente, nenhuma de nossas sugestões foram acatadas, pelo menos no anteprojeto que nos foi apresentado". Márcia Vitória - Jornalista Convidada
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