Convidado a fazer parte de uma mesa redonda abordando o tema estágio, Lang elogiou a iniciativa dos estudantes e ressaltou que este assunto é de seu particular interesse, já que possui experiência profissional de grande porte nessa área, em que atua desde 1980.
Ele fez um resgate histórico do tema, lembrando que, em 1976, os cursos tinham o seguinte formato: o estudante se formava; tornava-se profissional júnior, fase em que vivia o momento de identificação com o mercado; e, depois de 10 anos, se transformava em profissional sênior.
De 70 pra cá, porém, isso mudou graças ao aumento da demanda por profissionais “que causou certas distorções, como a falta de qualidade na formação”, enfatiza Lang. Ele contou que ainda hoje, apesar dos altos índices de desemprego, em certas áreas, a demanda ainda é maior do que a oferta de profissionais.
Este incremento na demanda coincidiu com a reforma curricular. “Criaram-se os currículos mínimos e, junto, o estágio supervisionado, com carga horária de 10% do currículo na década de 80”, informou.
Na avaliação de Lang, a característica de pré-profissional do estágio exige que o estudante tenha um considerável volume de informações sobre a atividade que vai exercer. Parece óbvio, mais ele insiste que a função do estágio tem que ter relação com o curso. Sua preocupação em afirmar tal obviedade se fundamenta na prática comum do uso do estágio para burlar a legislação trabalhista. “Usurpação legal da condição do estágio”, critica.
Direitos Poucos são os direitos do estagiário. Ele não tem vínculo empregatício, o que objetiva funcionar como incentivo a concessão de vagas para estagiários, visto que, dessa forma, as empresas não têm custos sociais.
O estagiário não tem direito a remuneração, pode ser demitido a qualquer momento. Alguma segurança de estabilidade durante o período de estágio, só se for acordada em contrato. Aliás, o contrato, ou termo de compromisso, é das poucas garantias do estagiário, com seguro de acidentes pessoais.
Dando continuação à descrição nada otimista da vida dos estagiários, Lang disse que as empresas não sabem o que fazer com os mesmos. Elas ainda não adquiriram a cultura de otimização desse pré-profissional. “Precisa ser feito um trabalho de conscientização das empresas nesse sentido. As companhias hoje vêm o estagiário como um estranho no ninho, que irá logo embora. Os funcionários o vêm como um forte concorrente, por isso muitos não repassam o conhecimento que deveriam”, concluiu.
Coordenação Lang ressaltou a importância do coordenador de estágio. Essa figura se enquadra na postura da escola de entender o estágio como um instrumento acadêmico de pré-profissionalização e de aferição da qualidade do ensino. “As informações do estágio devem ser um feed back voltado para a instituição, numa retroalimentação constante”, defendeu. Para ele a otimização total da função do estágio ocorre quando este se torna um instrumento de prospecção de negócios para a própria universidade.
Lang falou ainda sobre o mecanismo de seleção para o ingresso na profissão, que está sendo estudado pelo Sistema Confe/Crea. “Acontece em todos os países desenvolvidos”, disse, deixando claro, porém, que não está sugerindo um exame de ordem no estilo do realizado pela OAB. “A idéia é criar uma forma mista: estágio, trabalho de fim de curso e a prova”. Ele colocou o Conselho à disposição para somar na criação de um mecanismo nacional de aprimoramento dos processos de estágio.
Discussão antiga esteve presente também no evento o presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura (ABEA), arquiteto José Roberto Geraldine Júnior. Ele lembrou que a discussão do estágio é antiga. E informou que o aumento na criação de novas escolas é grande, somando hoje mais de 160 no Brasil. “O que revela uma grande demanda por estágio”, disse.
Bety Rita Ramos - Da Equipe da ACOM
Ele fez um resgate histórico do tema, lembrando que, em 1976, os cursos tinham o seguinte formato: o estudante se formava; tornava-se profissional júnior, fase em que vivia o momento de identificação com o mercado; e, depois de 10 anos, se transformava em profissional sênior.
De 70 pra cá, porém, isso mudou graças ao aumento da demanda por profissionais “que causou certas distorções, como a falta de qualidade na formação”, enfatiza Lang. Ele contou que ainda hoje, apesar dos altos índices de desemprego, em certas áreas, a demanda ainda é maior do que a oferta de profissionais.
Este incremento na demanda coincidiu com a reforma curricular. “Criaram-se os currículos mínimos e, junto, o estágio supervisionado, com carga horária de 10% do currículo na década de 80”, informou.
Na avaliação de Lang, a característica de pré-profissional do estágio exige que o estudante tenha um considerável volume de informações sobre a atividade que vai exercer. Parece óbvio, mais ele insiste que a função do estágio tem que ter relação com o curso. Sua preocupação em afirmar tal obviedade se fundamenta na prática comum do uso do estágio para burlar a legislação trabalhista. “Usurpação legal da condição do estágio”, critica.
Direitos Poucos são os direitos do estagiário. Ele não tem vínculo empregatício, o que objetiva funcionar como incentivo a concessão de vagas para estagiários, visto que, dessa forma, as empresas não têm custos sociais.
O estagiário não tem direito a remuneração, pode ser demitido a qualquer momento. Alguma segurança de estabilidade durante o período de estágio, só se for acordada em contrato. Aliás, o contrato, ou termo de compromisso, é das poucas garantias do estagiário, com seguro de acidentes pessoais.
Dando continuação à descrição nada otimista da vida dos estagiários, Lang disse que as empresas não sabem o que fazer com os mesmos. Elas ainda não adquiriram a cultura de otimização desse pré-profissional. “Precisa ser feito um trabalho de conscientização das empresas nesse sentido. As companhias hoje vêm o estagiário como um estranho no ninho, que irá logo embora. Os funcionários o vêm como um forte concorrente, por isso muitos não repassam o conhecimento que deveriam”, concluiu.
Coordenação Lang ressaltou a importância do coordenador de estágio. Essa figura se enquadra na postura da escola de entender o estágio como um instrumento acadêmico de pré-profissionalização e de aferição da qualidade do ensino. “As informações do estágio devem ser um feed back voltado para a instituição, numa retroalimentação constante”, defendeu. Para ele a otimização total da função do estágio ocorre quando este se torna um instrumento de prospecção de negócios para a própria universidade.
Lang falou ainda sobre o mecanismo de seleção para o ingresso na profissão, que está sendo estudado pelo Sistema Confe/Crea. “Acontece em todos os países desenvolvidos”, disse, deixando claro, porém, que não está sugerindo um exame de ordem no estilo do realizado pela OAB. “A idéia é criar uma forma mista: estágio, trabalho de fim de curso e a prova”. Ele colocou o Conselho à disposição para somar na criação de um mecanismo nacional de aprimoramento dos processos de estágio.
Discussão antiga esteve presente também no evento o presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura (ABEA), arquiteto José Roberto Geraldine Júnior. Ele lembrou que a discussão do estágio é antiga. E informou que o aumento na criação de novas escolas é grande, somando hoje mais de 160 no Brasil. “O que revela uma grande demanda por estágio”, disse.
Bety Rita Ramos - Da Equipe da ACOM