Estudantes fomentam debate sobre autonomia da arquitetura

Na oportunidade, Lang expressou claramente a posição da direção do Sistema Confea/Crea a respeito: considera o modelo brasileiro de conselhos profissionais "historicamente equivocado" e entende que a atividade profissional, a exemplo do que acontece em outros países, deveria ser fiscalizada pelas entidades responsáveis "pela inteligência profissional", não subordinadas diretamente ao crivo do estado.

Sobre uma possível resistência do Sistema Confea/Crea às pretensões dos arquitetos, Wilson Lang lembrou que "há presidentes de Crea que são arquitetos", que as Câmaras especializadas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia operam no Sistema Confea/Crea "com absoluta autonomia".

O presidente do Confea finalizou sua intervenção assegurando aos presentes que não se opõe ao desejo dos arquitetos. "É preciso reconhecer, contudo, que as dificuldades no caminho da emancipação são de ordem legal e que certamente há implicações constitucionais relativas à redefinição das respectivas atribuições profissionais", afirmou.

Os demais membros da mesa responderam ao presidente Lang destacando o caráter histórico da reivindicação dos arquitetos. O arquiteto Demetre Anastassakis, recém-eleito presidente do IAB, defendeu a desregulamentação das profissões liberais: "o essencial é proteger a sociedade do mau profissional; o Conselho de Arquitetura e Urbanismo trataria disso, além de contribuir para a ampliação do acesso da sociedade ao profissional arquiteto e urbanista".

O presidente do IAB pediu pressa na criação do novo Conselho e lembro que já existe projeto de lei a respeito tramitando no Congresso Nacional. Já o representante da FNA, Antonio Menezes Júnior, é mais cauteloso. Ele advogou pela abertura do debate para a sociedade, "para além das corporações profissionais, a fim de evitarmos o cartorialismo típico dos conselhos reguladores existentes".


Da equipe da ACOM