Jovens engenheiros querem criar organismo internacional

Xangai, quinta-feira, 4 de novembro de 2004.

Os estudantes e os jovens engenheiros precisam se aproximar mais das suas entidades de representação profissional. Pelo menos isso ficou claro na reunião da Federação Mundial de Organizações de Engenharia (FMOI), que antecedeu, em Xangai, a abertura da II Convenção Mundial de Engenheiros, e foi reforçado na própria abertura do evento pelo atual presidente da Federação, Lee Yee Cheong. A intenção é reoxigenar as entidades, incentivando a participação da juventude nos debates e decisões que dizem respeito, principalmente, ao futuro profissional deles.

Em concordância com essa necessidade, o Confea incluiu na sua delegação cinco estudantes, um por cada região do país. Eles foram indicados como destaques por suas universidades, sorteadas entre todas as que têm curso de engenharia.

Os estudantes: Dércio Fabiano Papafanurakis, da Universidade Federal de Campinas; Alessandra Oliveira da Silva, da Faculdade de Engenharia de São Paulo; Luciano Batista Almeida Franco, da Universidade Federal de Goiás; Selauco Vurabi Júnior, da Universidade Estadual de Ponta Grossa; Iulla Naiff Rabelo de Souza, da Universidade Federal Rural da Amazônia, se juntaram aos jovens engenheiros Aline Lang, Jean Lang e à coordenadora do Crea-MG Júnior, Priscila Teixeira, para representar a juventude da área tecnológica brasileira nos eventos da Convenção voltados especificamente para este público, como o Fórum dos Jovens Engenheiros.

Do primeiro dia de Fórum surgiu, por unanimidade, a decisão de criar mecanismos para a troca de experiências entre países. "O Fórum deixou claro a necessidade de formar engenheiros mais capacitados para a questão da sustentabilidade do planeta", disse Iulla Naiff. "Os estudantes e jovens engenheiros estão interessados em montar um grupo internacional que discuta temas como engenharia e desenvolvimento sustentável", resumiu, como objetivo central do evento, Saluco Vurabi Júnior.

Além do Fórum, ocorreram algumas reuniões informais organizadas pelos próprios jovens. "Nelas, ficou claro, a vontade de ampliar a participação em eventos como esse e pensar formas para discutirmos mais questões que são de interesse da nossa profissão, mas principalmente, da sociedade. Os jovens australianos estão em maioria na Convenção e já contam com alguma experiência de organização que querem compartilhar", disse Priscila Teixeira.

Priscila expôs aos seus colegas brasileiros a experiência do Crea Júnior de Minas Gerais, existente desde o dia 13 de abril de 2000, como uma instância representativa dos estudantes dentro do Conselho de profissionais. A idéia já está se espalhando pelo Brasil: Os Creas do Amazonas e do Rio Grande do Norte estão em andamento para a criação das suas versões Junior.

Com uma pauta já definida de propostas a serem discutidas pelos jovens profissionais, Priscila tenta conseguir apoio de seus colegas para que a pauta não seja só de Minhas Gerais, mas do Brasil. Pauta que deve ser apresentada para o futuro organismo que deve reunir os jovens engenheiros do mundo inteiro.

Entre as propostas estão: promoção de discussão sobre a valorização profissional, discussão sobre a Lei de Estagiários, um compromisso maior das instituições de ensino com a fiscalização do estágio e que essas instituições também mantenham programas que contemplem a pesquisa de base e resultado.

Bety Rita Ramos - Assessora de Comunicação