Investimento em estrutura subterrânea é sinônimo de desenvolvimento

Balneário Camboriú (SC), 16 de setembro de 2017.


“Qualquer país vai precisar de uma estrutura subterrânea forte, é pré-requisito para o desenvolvimento” foi o que afirmou o economista Roland W. Waniek, em sua palestra sobre Recursos Hídricos e Financiamento Internacional no último dia do 4º Preparatório da Engenharia e da Agronomia para o 8º Fórum Mundial da Água, em Balneário Camboriú (SC).


"Economista Roland Waniek"

Waniek representa o Institute for Underground Infrastructure (IKT), uma instituição independente, que teve início nos anos 90, na Alemanha. “O governo juntamente com as indústrias decidiram que precisavam de uma instituição independente que trabalhasse a pesquisa e que atuasse como conselheiro para o governo com ideias e estratégias para melhorar a infraestrutura”, disse o palestrante.

Ele destacou que na Alemanha o Ministério do Ambiente e o de Pesquisa trazem agendas, problemas de conexão do sistema hídrico, e cabe ao IKT juntar especialistas para buscar – em curto prazo - soluções que já existem. “Buscar soluções para o futuro, em longo prazo, cabe às universidades. Nós trabalhamos mais em curto prazo, soluções pontuais”, afirmou.

Segundo Roland, na Alemanha foi investido 1 trilhão de euros em estrutura subterrânea. O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha é de 3,5 trilhões de euro, ou seja, 1/3  do  PIB. De acordo com o palestrante, são 1600 km de sistema subterrâneo de transportes que representam  45 bilhões de euros, quase 600 km de esgoto. Antes de encerrar, o  palestrante elogiou a iniciativa do Sistema em promover esse debate que vai subsidiar o Fórum Mundial. Confira a palestra.

"Waniek, Salati e Kita"

Antes de encerrar a palestra, Waniek elogiou a iniciativa do Sistema em promover esse debate que vai subsidiar o Fórum Mundial.

Saneamento no Sul
Na tarde de sexta-feira, o coordenador de Comunicação do Instituto Trata Brasil, Rubens Filho, palestrou sobre o “Panorama de saneamento nos estados do Sul”. Em sua apresentação, Rubens trabalhou com o conceito dos desafios e avanços do saneamento básico no Brasil, sempre pautados pela Lei  11.445, que é o marco do setor. Além disso, apresentou  comparações e projeções em relação aos serviços de água e esgotamento sanitário, tendo como premissa os impactos sociais e econômicos no Brasil.  Filho apresentou dados que mostram que São Paulo, Curitiba e Porto Alegre são as capitais com melhor saneamento. Já as capitais do Norte, ocupam os últimos lugares.

De acordo com o ranking do Instituto Trata Brasil, o Sul do país tem 41,43% do esgoto  tratado, e o índice de atendimento total é de 41,02%. Segundo Filho, os índices de esgoto na região Sul ainda estão aquém do ideal; os indicadores de acesso à rede de esgoto no Sul do país estão relativamente melhores que outras regiões, com 41% das pessoas com acesso, frente a 8,66% no Norte e 24,7% Nordeste, porém Santa Catarina e Rio Grande do Sul puxam para baixo os indicadores de esgoto, sendo respectivamente 19,44% e 29,40% de acesso à coleta dos esgotos. O Paraná se destaca, pois tem 92,83% de rede de água, 65,54% de coleta de esgoto e 67,70% de tratamento de água.

O palestrante ainda fez os cálculos de quanto custaria universalizar o saneamento em 20 anos. “Seriam necessários R$ 317 bilhões para que todos tenham acesso aos serviços de água e esgoto”. Segundo Filho, R$ 2,6 bilhões é o valor de renda perdida em turismo no nordeste brasileiro pela falta de saneamento. Confira a palestra sobre o Panorama de saneamento nos estados do Sul.

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Confira as palestras do Preparatório


Recursos hídricos e produção sustentável

Ainda na tarde de sexta-feira, houve a palestra sobre “Recursos hídricos e produção sustentável de alimento” com o pesquisador da Embrapa Cerrados na área de Recursos Hídricos, eng. agríc. Lineu Neiva Rodrigues. O palestrante apresentou dados que mostram a falta de gestão e planejamento como fatores preocupantes para o desenvolvimento. Veja o conteúdo da palestra.


Já o coordenador de Pré-Operação e Hidrologia Operacional, eng. José Vicente Miranda Rescigno, palestrou sobre “Potencial energético das bacias do Sul (já explorado e a explorar)”.  O palestrante defendeu que os planos de recursos hídricos devem ser uma ferramenta essencial para identificar as lacunas, implementar estratégias, construir consenso entre as partes interessadas, orientar a ação concreta e medir o progresso na realização das metas. Confira a palestra.


De 02 a 04 de outubro será a vez de Cuiabá receber o 5º Preparatório da Engenharia e da Agronomia para o 8º Fórum Mundial da Água.

 

Fernanda Pimentel
Equipe de Comunicação do Confea