Iniciadas atividades da Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Crea-BA

Salvador, 16 de abril de 2015

Em janeiro deste ano foi implantada no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-BA) a Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEST) – colegiado que tem o objetivo de analisar e padronizar procedimentos profissionais, responsável ainda pela emissão de pareceres técnicos sobre assuntos relacionados à modalidade, a exemplo dos julgamentos de infrações e/ ou processos de ética. 

De acordo com o coordenador da Câmara, engenheiro de segurança Rodrigo Lobo Morais, maximizar a atuação do Crea-BA e da CEEST no Estado da Bahia é a principal atribuição do colegiado. Segundo ele, entre as atividades previstas pelo grupo estão a atuação junto às Universidades e Escolas Técnicas. “Também pretendemos trabalhar com a  fiscalização para torná-la mais eficaz junto às empresas e propor sugestões, além de acompanhar a elaboração e votação do Projeto de Lei, que trata sobre prevenção e combate a incêndio no Estado”, observa. 

Entre os assuntos discutidos nas reuniões, Rodrigo Lobo destaca a implementação das Normas Regulamentadoras, o manual de fiscalização (para facilitar a atuação dos fiscais) e a visita as instituições de ensino. “Estamos trabalhando no sentido de aumentar o campo de atuação para os profissionais”, frisa.

Além da Câmara de Engenharia de Segurança do Trabalho, o Crea possui os colegiados de Agronomia, Agrimensura, Civil, Elétrica, Mecânica, Química, Geologia e Engenharia de Minas. Com a criação do fórum, o estado da Bahia se junta a outros 12 que possuem esta câmara especializada.

Avanço
Para o conselheiro Rodrigo Morais, a Câmara Especializada também contribuirá na redução de acidentes de trabalho. “Agora podemos direcionar e apoiar as ações do Crea na área, estabelecendo diretrizes de fiscalização e de formação de profissionais”. Ele chama a atenção para o índice de 9% dos acidentes registrados na área da construção civil no país e afirma que na Bahia não tem sido diferente. Para ele, o que contribui para as estatísticas negativas é falta conscientização do empresariado em reconhecer que aplicar recursos na segurança do trabalho não é custo, mas investimento a médio e longo prazo. “Em 2013 foram aproximadamente 717 mil ocorrências em todo o Brasil, o que representou um gasto de R$ 4 bilhões do INSS com pensões ou auxílios acidentários. Esses números representam quase dois mil acidentes ou doenças por dia, ou 82 ocorrências por hora”, informa, destacando que a redução dessas ocorrências está diretamente ligada à gestão dos riscos existentes no ambiente de trabalho. 

Para o presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo a CEEST reforçará a atuação do Conselho em todo o Estado. “Estaremos ainda mais atentos às questões de segurança do trabalho, com atividades de fiscalização em todo o Estado e contando sempre com a atualização e sugestão dos conselheiros que vão compor esse colegiado. A conquista engrandece o Conselho e os profissionais”, observa, destacando que a criação da Câmara é uma luta histórica da Abese. 

Outros dados
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ocorrem anualmente no mundo cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho. O Brasil assume a quarta posição no ranking mundial  com 1,3 milhão de casos, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Rússia.  As principais causas das ocorrências brasileiras estão o descumprimento de normas básicas de proteção e as más condições nos ambientes e processos de trabalho

A indústria e a construção civil estão entre as áreas com maior risco. De acordo com informações da Previdência Social do Brasil, a cada sete benefícios concedidos por afastamento, um é pago por causa de acidente.  

Mobilização
No próximo dia 28 de abril será o "Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho" e várias entidades do setor estão mobilizadas para que a data não passe em branco. Segundo o presidente da Associação Baiana de Engenharia de Segurança (Abese), Rodrigo Lobo, a análise das situações que representam perigo em uma empresa deve ser realizada por um profissional especialista em segurança do trabalho. “Esses profissionais são aptos a identificar e controlar os riscos, propor medidas de prevenção e proteção, treinar funcionários, identificar as legislações aplicáveis a serem cumpridas, e orientar o empregador quanto às melhores práticas de prevenção para evitar passivos trabalhistas”, afirma Lobo.

Mais informações
A Associação Baiana de Engenharia de Segurança (Abese) existe há 35 anos, representando e integrando os profissionais do setor. A instituição capacita e desenvolve o segmento, oferecendo suporte e conteúdo técnico, além de valorizar e defender a profissão. 

Nadja Pacheco
Equipe de Comunicação do Crea-BA