Estímulo ao emprego e cumprimento do piso salarial são metas do Crea-AM

Brasília, 22 de dezembro de 2020.

O engenheiro civil Afonso Lins dará continuidade à gestão do Crea do Amazonas nos próximos três anos. Com ampla experiência por já ter presidido o Regional em outros três mandatos, o também economista e bacharel em Direito garante que irá defender o cumprimento do piso salarial, estimular o emprego e investir em soluções tecnológicas para agilizar o atendimento aos profissionais.

Em entrevista ao Confea, o presidente reeleito fala ainda sobre a importância de se apoiar a equidade de gênero no Sistema, promover a integração regional dos Creas e aponta quais são as contribuições que os profissionais podem dar para a retomada da economia do Brasil.

Pós-graduado em Gerenciamento Urbano, Planejamento da Construção Civil e Avaliações e Perícias, Afonso Luiz Costa Lins Júnior já foi superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), diretor de Habitação do Instituto de Urbanismo (Urbam), atual Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), e presidiu a Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Amazonas (AEAA).


Site do Confea:  Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades do próximo mandato? Como serão colocados em prática e quais resultados positivos irão gerar?

Afonso Lins: A defesa do cumprimento do piso salarial. É realidade em Manaus e muitas cidades do Brasil a contratação de engenheiros como analistas para que não seja respeitado o piso. Vamos investir fortemente na fiscalização, especialmente no Distrito Industrial. Para isso, planejo a realização de um concurso público para ampliar a equipe de agentes fiscais. Com mais fiscalização, haverá mais empregos para os profissionais da Engenharia, da Agronomia e das Geociências. A questão do estímulo ao trabalho e ao emprego se dará também no nosso novo espaço de coworking que abriremos na sede do Crea Amazonas. A ideia é oferecer uma sala ao profissional que não possui uma própria e precisa receber seu cliente ou trabalhar no seu projeto. Também atuamos com tecnologia por meio do Crea Mais Oportunidades, reunindo num só lugar alertas de concurso público, editais de licitação e ofertas de vagas.


Site do Confea:  Na sua avaliação, o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como sua gestão no próximo mandato irá atuar neste sentido?

Afonso Lins: Penso que sempre podemos modernizar e atualizar o Sistema. É uma constante natural como a evolução humana. No Crea Amazonas, além do concurso público já mencionado, estamos trabalhando num novo organograma e também num Plano de Cargos, Carreiras e Salários para dar mais agilidade no serviço que prestamos. Não só isso, este organograma vai contemplar também uma nova sistematização de procedimentos, estipulando prazos e se adequando aos novos tempos e demandas dos profissionais. O que puder ser feito para facilitar a vida de quem precisa do Crea será feito. Inclusive, em parcerias com outros regionais, verificando projetos que possam ser adaptados. Aqui pensamos que o que existe de boas ideias e puder ser adaptado e oferecido aos nossos profissionais, nós faremos naturalmente.

 

Site do Confea:  Neste pleito, seis mulheres foram eleitas para os Creas do Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Antes, apenas quatro Regionais eram presididos por engenheiras. Qual a sua análise sobre esse crescimento da representação feminina e qual a importância de se fomentar a pauta equidade de gênero no Sistema?

Afonso Lins: Acredito que isso é o reflexo do que já está acontecendo na nossa sociedade atualmente. É imprescindível a presença das mulheres no lugar que elas quiserem estar, e fico muito feliz de ver que o número de mulheres presidentes aumentou nessa última eleição. Sempre acreditei que as mulheres fazem uma extrema diferença em qualquer área que elas decidem exercer, tanto que as conselheiras do Crea-AM ocupam uma posição de destaque, inclusive na Comissão Eleitoral, que foi liderada por mulheres. Além disso, a nossa superintendente é uma profissional mulher e desempenha um grande trabalho no Conselho. Também incentivamos no Amazonas a criação de entidades de classe formadas por mulheres. A Associação das Mulheres Profissionais do Amazonas (AMP) é a primeira entidade de classe exclusivamente feminina de todo o Brasil. Além de servirem como inspiração para outras profissionais, elas ainda tem um espaço para discutir o avanço do papel dentro do Sistema, com o olhar detalhista delas, pensando em coisas que normalmente, nós homens, não pensaríamos. O mínimo que podemos fazer é incentivar e apoiar a equidade de gênero e dar cada vez mais espaço para que elas possam mudar o cenário em que vivemos.

 

Site do Confea: Acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?

Afonso Lins: O Amazonas tem particularidades, até pela sua dimensão geográfica, que soam inacreditáveis em outros centros do Brasil. Talvez comparáveis somente com o Pará. Isso acontece com outros estados também. O Brasil, por sua dimensão continental, reúne diferentes realidades. Muitas vezes, o que interessa a um profissional do interior do Paraná é muito diferente em relação ao interior do Amazonas. Por isso, é fundamental, sim, a integração regional. O CreaNorte tem se mostrado como uma importante ferramenta de união para os profissionais do Norte em encontros nacionais como o Colégio de Presidentes. Nossas demandas ganham capilaridade, assim como dos colegas do Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. É um mecanismo que veio para ficar e precisa somente ser consolidado e aperfeiçoado nos próximos anos.
 

Site do Confea:  Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuição direta para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua avaliação sobre essa viabilidade?

Afonso Lins: Total. Aqui mesmo no Amazonas, quando o atual governo estadual tomou posse, pelo menos 14 secretários de Estado eram profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua. A pandemia do novo coronavírus não provocou uma crise apenas na saúde, mas também na economia. A retomada do crescimento econômico passará pelos profissionais da Engenharia, da Agronomia e das Geociências. E o Sistema Confea/Crea e Mútua precisa estar inserido neste processo. E aproveito para destacar uma ação do Conselho Federal, por meio do presidente Joel Krüger, que foi no sentido de fortalecer a relação política do Sistema com deputados federais e senadores. Penso que essa aproximação será de fundamental importância para atualizar também a legislação com o trabalho dos profissionais.


Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea
Colaboração: Rafael Valentim, Crea-AM