Engenheiros Wilson Lang e Frederico Bussinger realizam palestras no segundo dia de Congresso

Brasília, 18 de julho de 2013

"Da esquerda para a direita: Iracy Silvano (coordenadora do 8º CDP); Flavio Correia (presidente do Crea-DF); Frederico Bussinger (palestrante) e Edison Macedo (coordenador do 8º CNP)"

Esta quarta-feira (17/7), segundo dia do 8º Congresso Distrital de Profissionais (8º CDP), foi caracterizada pela abertura das sessões de trabalhos, realização de palestras ministradas por renomadas lideranças do Sistema e pela definição do regimento interno do Congresso.

A primeira sessão de trabalhos, iniciada às 14h, teve como abertura a palestra do engenheiro civil Wilson Lang, que apresentou o tema “O que e para que mudar”. Lang foi professor universitário, presidente do Crea-SC e presidente do Confea.

O discurso do engenheiro foi baseado na adoção de três princípios básicos para a implementação de qualquer nova regra ou proposta de mudança: “ser socialmente consensado, legalmente defensável e ambientalmente sustentável.”

Segundo Lang não há mudança que se fortaleça sem esse tripé. “Todas as modificações que queremos para o nosso Sistema devem ter a percepção desses princípios. Caso contrário, será um trabalho em vão”, disse.

Lang afirmou que muitas vezes o Sistema perde tempo debatendo temas que não atendem a essas premissas. “Nós perdemos muito tempo discutindo o nosso umbigo. Se não há consenso social sobre a criação de uma nova regra, se ela não pode ser legalmente defendida ou se não é ambientalmente sustentável, não adianta insistir”.

O engenheiro falou ainda sobre a falta de valorização do profissional da engenharia, principalmente por parte do poder público. “A engenharia move o país. Faz o país crescer. No entanto, ainda somos desvalorizados em questão salarial. Outras profissões são mais valorizadas em concursos públicos, por exemplo”. 

Lang encerrou a palestra enumerando algumas mudanças necessárias para o Sistema Confea/Crea e Mútua: “estrutura conceitual; estimulo à inteligência organizada; eliminação da importância da controvérsia interna e fiscalização efetiva.”

Ao final da primeira sessão os participantes definiram o regimento interno do 8º CDP.

2ª Sessão de trabalhos
Às 19h, teve início a segunda sessão de trabalhos, com a palestra "Processo Constituinte: Lições Aprendidas e os Desafios Atuais", ministrada pelo engenheiro eletricista Frederico Bussinger, ex-presidente do Confea. Também participou da sessão o engenheiro Edison Flavio Macedo, coordenador do 8º Congresso Nacional de Profissionais (8º CNP).

Bussinger iniciou a apresentação com uma análise do contexto histórico brasileiro, da redemocratização e do processo constituinte nacional. Disse que em outubro de 1990, durante a realização da 47ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), ocorrida em Brasília, ficou definido que 1991 seria o “Ano Constituinte do Sistema Confea/Crea”.

A apresentação do contexto histórico do processo constituinte, os objetivos alcançados, os resultados, as lições aprendidas, as mudanças ocorridas e a evolução desde então foram motivo para reflexão.

Bussinger selecionou alguns aspectos que ele considera como ameaças significativas em relação ao Sistema. Um deles se refere à atribuição de responsabilidade técnica. De acordo com o engenheiro, o modelo atual confronta a Constituição Federal no que diz respeito à qualificação profissional e à formação. “O conceito basilar da atribuição está ligado à formação de graduação do profissional. O profissional se forma e terá pelo resto da vida como atribuição o que teve na graduação, independentemente das especializações, dos treinamentos e das experiências profissionais que venham a partir daí. Isso confronta a sociedade, o nosso processo produtivo e, também, a própria Constituição Federal, que fala em qualificação e não em formação profissional”.

Como segundo aspecto, Bussinger apresentou a questão do Sistema na defesa da sociedade. Para ele, o Sistema defende a sociedade, mas é preciso identificar quem a está agredindo e sobre que aspectos a sociedade precisa ser defendida.

“Nós precisamos identificar as ameaças e qualificar os debates técnicos, para que possamos cumprir o papel de defesa da sociedade. É preciso que haja uma discussão mais qualificada sobre os impactos das engenharias no contexto social.”

E foi citando o uruguaio Eduardo Galeano que o engenheiro encerrou a palestra:  “Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos”.

Nesta quinta-feira haverá a divisão dos participantes em grupos, para debate das propostas do 8º CDP, além de palestra com o engenheiro Henrique Luduvice e a realização da plenária final do congresso.

Para mais informações acesse: www.8cdp.org.br

Assessoria de Comunicação do Crea-DF