Engenheiras querem mais reconhecimento

 Xangai, sexta-feira, 5 de novembro de 2004.

Ampliar em nível mundial o reconhecimento do trabalho da engenheira. Este foi o objetivo da mesa redonda organizada ontem, 04/11, como programação paralela da II Convenção Mundial de Engenheiros (WEC 2004) que está sendo realizada na cidade de Xangai, China.

As engenheiras chinesas recepcionaram as profissionais de várias nacionalidades na sede da Shangai Association for Science and Technology (SAST) e coordenaram um debate que durou cerca de quatro horas com a presença das engenheiras de maior reconhecimento profissional da SAST e da Shangai Womem Federation. A Federação Mundial de Engenheiros (FMOI) foi representada pela sua vice-presidente. O Confea foi representado pela coordenadora do Fórum da Mulher, enga. Deodete Packer.

A abertura da reunião foi voltada exclusivamente para as questões de Xangai. Foram colocados os desafios que o crescimento acelerado da cidade geram. Foi feita uma proposta de redesenhar a cidade, através da engenharia, para garantir a qualidade de vida.

Neste redesenho a presença feminina - que segundo elas, por questões culturais, têm mais conhecimento prático do significado de qualidade de vida para a família - foi considerada indispensável. Hoje Xangai conta com 70 mil engenheiras, 35% com mestrado e o número de estudantes nos institutos de ciências cresce 50% ao ano. A performance das mulheres engenheiras de Xangai foi muito elogiada durante todo o evento, 31% dos empreendimentos na área de engenharia na cidade estão sendo dirigidos por mulheres.

As participantes da mesa redonda consideraram a WEC 2004 uma oportunidade ímpar de criar laços internacionais para a troca de experiências sobre a atuação da mulher no mercado da engenharia, que em muitos países tem perfil totalmente masculino.

Com exceção da Filipinas - onde estão limitando a entrada de mulheres para incentivar os homens, pois só mulheres se escreviam para os cursos de engenharia - representantes de vários países disseram que a presença da mulher nos cursos dessa área é muito pequena e reclamaram da falta de estímulo das próprias escolas e da família.

A vice-presidente da FMOI disse que na Europa 23% das mulheres que se formam em engenharia, optam depois por serem mães e abandonam a profissão. No Canadá no último dez anos houve uma queda de 20% para 17% no número de mulheres nas escolas de engenharia.

Bety Rita Ramos - Assessora de Comunicação