Crea-PR: inovação tecnológica e aproximação com instituições de ensino são apostas da nova gestão

Brasília, 1º de fevereiro de 2018.

"Doutor em Engenharia Civil assume Crea-PR"

À frente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do estado conhecido por ser a quarta economia do Brasil graças à expressiva participação das profissões da área tecnológica nas indústrias, na agronomia e na geração de energia, o doutor em Engenharia Civil, que neste ano completa 30 anos de formação, Ricardo Rocha de Oliveira sinaliza nesta entrevista exclusiva ao Confea como será a gestão do Crea-PR no triênio 2018-2020. 

Modernização dos serviços do Regional e aproximação com instituições de ensino são as apostas do novo presidente, que tem no currículo o título de professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, onde já ocupou o cargo de reitor. “Nosso objetivo é aprimorar o trabalho desenvolvido nas últimas gestões do Crea-PR, investindo mais na inovação tecnológica para potencializar a ação fiscalizatória. Nossa gestão também pretende ampliar ainda mais a aproximação com as instituições de ensino de todo o estado. Tenho o compromisso de ampliar o portfólio de produtos e serviços já ofertados aos docentes.”

Rocha de Oliveira tem pela frente um Crea que abrange 90 mil profissionais e 18 mil empresas registradas. Tendo como diferencial a descentralização dos serviços para proporcionar agilidade e eficiência no atendimento, o Conselho está presente nas principais cidades do Paraná, por meio das regionais de Apucarana, Curitiba, Cascavel, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco e Ponta Grossa, e em 36 inspetorias. 

A fiscalização do Crea-PR é levada a efeito não somente em seu caráter punitivo, mas antes, por meio de uma ação preventiva e educativa voltada para o aprimoramento profissional e que, em geral, conta com apoio dos ministérios Público do Estado e do Trabalho, além do Tribunal de Contas da União. De 2010 a 2017, foram executadas por volta de 52,4 mil fiscalizações por ano, e no primeiro mês de 2018 foram realizadas 1.529 inspeções. Confira a íntegra da entrevista com o novo presidente do Crea-PR:       

 

Site do Confea: Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades? Como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar?

Ricardo Rocha de Oliveira: Nosso objetivo é aprimorar o trabalho desenvolvido nas últimas gestões do Crea-PR, investindo ainda mais na inovação tecnológica para potencializar a ação fiscalizatória e a detecção de atividades realizadas sem a efetiva participação dos nossos profissionais. Para isso, vamos atuar em conjunto com as diretrizes das câmaras especializadas e o apoio de nossos inspetores espalhados por todo o estado. Em relação às nossas entidades de classe vamos promover políticas de apoio à manutenção, criação e resgate de Entidades de Classe para que continuem atuantes e exerçam seu papel político na defesa das profissões, no Sistema Confea/Crea e Mútua e na sociedade em geral. Nossa gestão também pretende ampliar ainda mais a aproximação com as instituições de ensino de todo o estado. Tenho o compromisso de ampliar o portfólio de produtos e serviços já ofertados aos docentes. Temos também um grande desafio que é estruturar os processos de acompanhamento, avaliação, e análise de concessão de atribuições no novo formato, a partir da Resolução Confea nº 1073/2016. 

 

Site do Confea: O senhor acredita que o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de seus procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como a gestão da senhora irá atuar neste sentido?

Ricardo Rocha de Oliveira: Acredito que o Sistema Profissional ainda é muito pouco reconhecido pela sociedade. É um sistema com um potencial gigantesco, um conselho multiprofissional, com características únicas, mas que nos últimos anos pouco contribuiu para a defesa e valorização das nossas profissões. Mas a eleição do presidente Joel Krüger renovou nossas esperanças. Tenho a convicção de que ele irá trabalhar intensamente pela modernização do nosso sistema profissional e terá no Crea-PR um grande parceiro para implementar as mudanças necessárias. 

 

Site do Confea: Acredita que a integração dos Creas é importante? Se sim, quais são os caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?

Ricardo Rocha de Oliveira: Acredito que a padronização de procedimentos entre os Creas é muito importante. Iniciativas como os encontros de Creas por regiões já são um avanço, mas esses fóruns precisam ser aprimorados para trazer resultados mais práticos aos profissionais. Com a padronização dos procedimentos quem ganha é o profissional. 

 

Site do Confea: Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual a opinião do senhor sobre essa viabilidade?  

Ricardo Rocha de Oliveira: Durante nossa caminhada por todo o Paraná pude conversar com prefeitos, deputados, diretores e funcionários de órgãos públicos, presidentes de cooperativas, coordenadores de cursos das áreas tecnológicas, membros de entidades de classe e sindicatos e demais profissionais.  Todos são unânimes em afirmar que o trabalho que realizamos é simplesmente fundamental na gestão dos recursos naturais e no seu melhor aproveitamento e utilização com sustentabilidade. Somos nós, profissionais ligados ao Sistema Confea/Crea e Mútua, que podemos transformar, tratar e aperfeiçoar estes recursos, valorizando-os e disponibilizando-os para o bem-estar da nossa população. Afinal, nossas profissões estão presentes desde a alimentação à moradia, no transporte, na educação, no meio urbano e rural. O estado do Paraná é um exemplo da importância do nosso trabalho. Hoje, somos a 4º economia do país, sendo o 15º em extensão territorial e o 6º em população. Isso é fruto da expressiva participação de nossas profissionais nas indústrias, cooperativas, na geração de energia, da agronomia, pecuária, enfim no planejamento como um todo. Infelizmente a crise econômica que vivemos reduziu significativamente o investimento público e privado, tão necessário para que as profissões tecnológicas cumpram o papel de desenvolver o nosso país. Por isso, é necessário valorizar nossas profissões e nossos direitos profissionais, destacando a justa remuneração por meio do Salário Mínimo Profissional, além do respeito aos valores das tabelas referenciais de honorários. Neste sentido, defendo a ocupação de cargos e funções específicos das áreas tecnológicas por profissionais vinculados ao Sistema Confea/Crea. 

 

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Julianna Curado

Equipe de Comunicação do Confea