Belo Horizonte (MG), quinta-feira, 22 de abril de 2004. Em abril o Crea-MG completa 70 anos. Ao longo deste período esteve sempre a frente na luta pela regulamentação profissional. Em 1934, quando foi instalado, o Conselho abrangia também o estado de Goiás e nesta época bacharéis e coronéis cediam seus cargos a técnicos e engenheiros, em sua maioria formados na escola de Minas de Ouro Preto. Empreendimentos importantes como o Aeroporto da Pampulha e barragem; zona industrial ao longo das estradas de ferro e conjunto de políticas públicas visando ao desenvolvimento industrial da cidade, ocasionaram um surto de crescimento da capital e de todo estado, gerando um amontoado de processos e denúncias de irregularidades no Crea. Por ocasião da industrialização o Sistema Confea/Crea começou a conviver com a questão do emprego de estrangeiros no país. Era preciso preservar o emprego para trabalhadores brasileiros, ao mesmo tempo em que havia reconhecida carência de técnicos para atender à demanda. O Crea nesta época já se posicionava exigindo que fossem empregados 2/3 de técnicos brasileiros com igualdade de remuneração para estrangeiros e brasileiros. Na década de 70 Minas Gerais vivia a boa fase do chamado milagre mineiro: a indústria de transformação cresceu 45% em 1971; em 1972 Minas ultrapassou São Paulo em número de projetos aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento Industrial; entre 70 e 77 o estado absorveu 25% dos investimentos industriais no país e registrou crescimento industrial de 16,5%. Além disso o governo estadual ofereceu subsídios e facilidades especiais a empresas que pretendiam instalar-se aqui, como aconteceu com a Fiat Automóveis. Esta fase refletiu-se naturalmente no Crea-MG, representante dos profissionais que sempre estiveram no comando desse processo. DemocratizaçãoParalelamente à discussão nacional sobre eleições diretas, o Sistema realizou o congresso constituinte em Belo Horizonte, que aprovou a realização de eleições diretas para presidente dos Creas e do Confea. Em 1993 os profissionais elegeram pela primeira vez o presidente do Conselho. No início de 94 os escritórios regionais foram transformados em inspetorias, iniciando o que mais tarde viria a ser o processo de interiorização e descentralização do Conselho. A partir de 2000 as inspetorias ganharam mais autonomia. A criação dos colégios de entidades e de inspetores e a implantação do orçamento participativo e regionalizado que permite ao profissional decidir, em assembléia, sobre a aplicação de parte dos recursos da sua inspetoria, garantiram a sedimentação do processo de descentralização. A implantação da Fiscalização Preventiva e Integrada (FPI) e da Fiscalização Regional Dirigida (FRD), mudou o conceito de fiscalização, que passou a ser orientativa e não mais punitiva. Ações como a FPI das bacias hidrográficas, que tem objetivo de buscar, através da ação de fiscalização e da educação ambiental, a conscientização da sociedade da necessidade da revitalização do Rio São Francisco e a campanha Fácil Acesso para Todos que trabalha com a idéia de inclusão e busca conscientizar profissionais a projetarem espaços universalmente acessíveis, são exemplos da ação do Crea em benefício da sociedade. Cláudia Machado - Do Crea/MG
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