Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Agronomia conclui reunião em Aracaju

Aracaju, 29 de abril de 2015.

 

"Críticas ao Ensino a Distância na área de Agronomia marcaram reunião da CCEAGRO em Aracaju"

Um das pautas que renderam horas de debates e discussões na reunião foi o Ensino a Distância. Em decisão unânime dos participantes, a CCEAGRO manteve a posição contrária a essa modalidade de ensino para o curso de agronomia.  Para o engenheiro agrônomo Kléber Santos, coordenador nacional da CCEAGRO, essa prática de ensino é inviável para o curso. "Defendemos a presença dos formandos nas aulas, pois estamos falando de um curso que exige atividades práticas”, reforça ele.

O coordenador adjunto da CCEAGRO, Cid Muraishi, também compartilha a mesma opinião ao acrescentar que a Educação a Distância é um fenômeno mundial e que, no âmbito das profissões inseridas no Sistema Confea/Crea e Mútua, requer uma atenção especial, em função da complexidade do conhecimento envolvido. “É preciso aprofundar essa questão”, defende ele.

GT

Mesmo sendo contrários, coordenadores e conselheiros reconhecem que a nova modalidade de ensino é uma realidade na área tecnológica e, por isso, decidiram manter o Grupo de Trabalho (GT) criado no ano passado, o qual tem a missão de coletar todas as informações possíveis sobre a questão.

“Caso o Ensino a Distância um dia seja aplicado ao curso de Agronomia vamos estar preparados para definir, por exemplo, quais as disciplinas que podem ser não presenciais e quais as que obrigatoriamente têm que ser presenciais”, explica Kléber Santos.

Caberá ao Grupo de Trabalho elaborar um documento com informações detalhadas, as quais servirão de embasamento para definir a viabilidade ou não do ensino a distância no curso de agronomia. “Esse documento vai ser apresentado na próxima reunião Ordinária da Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Agronomia, que acontece no dia 30 de setembro, em Belém do Pará”, disse Kléber.

Dados

"Coordenador da CCEAGRO-SE, Laerte Marques da Silva"

O coordenador da Câmara de Agronomia de Sergipe, Laerte Marques da Silva, apresentou dados estatísticos que mostram o número expressivo da procura por cursos a distância. “Atualmente, quase 12 mil alunos de engenharia fazem curso a distância, o que representa 1,01% do total de alunos nesse tipo de modalidade de ensino no país”, afirma ele.

A qualidade dos cursos e a Política Nacional de Educação Superior também foram questões em destaque na reunião e que retratam uma preocupação em comum entre coordenadores e conselheiros. Os assuntos foram ministrados pelo presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná e vice-presidente para a região Sul da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), o engenheiro agrônomo Luiz Antônio Corrêa Lucchesi.

Ele mostrou que um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que, em geral, há um déficit na qualidade dos engenheiros formados no Brasil. “Temos hoje 409 escolas de agronomia no País, onde a carga horária é muito diminuta para se atender às diretrizes nacionais curriculares e assim formar profissionais competentes e com habilitação plena frente ao Sistema Confea/ CREA”, enfatiza Lucchesi.

Encaminhamentos

Na reunião, também foram aprovadas as propostas da CCEAGRO para a implantação efetiva do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Código Florestal e para a definição de parâmetros para incrementar com eficácia a fiscalização; além de propostas para o Encontro Nacional de Fiscalização de Agrotóxicos.

No âmbito da Pesca e Aquicultura, foi defendida uma ampla divulgação da necessidade de Responsável Técnico (RT) habilitado para empreendimentos agroindustriais de pescado.  “Foram três dias de muito trabalho e dedicação de todos. Foi um sucesso, fruto da ampla participação e do apoio logístico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe”, afirmou o coordenador Kléber Santos.

Íris Valéria

Assessoria de Comunicação do Crea-SE

Fotos: Ascom-SE