A discussão ocorreu logo após a visitação dos mais de 20 conselheiros da CCEEI às instalações da empresa, considerada a maior fábrica de motocicletas da companhia em todo o mundo. O complexo é voltado à fabricação do produto final propriamente dito, motocicletas principalmente, mas também à produção de ferramentas e dispositivos componentistas. A empresa também produz quadriciclos e motores estacionários.
Chão de fábrica
No momento da visita, os conselheiros puderam conhecer de perto alguns dos principais processos produtivos da empresa. Um deles foi o de Sinterização, que permite a fabricação de componentes, como é o caso da engrenagem (que integra o conjunto de embreagem do motor), a partir do aço em pó metálico mediante compactação e tratamento. Outro processo produtivo a que se teve acesso foi o Usinagem, que tem por finalidade a fabricação de componentes em alumínio, o qual exige total precisão a fim de garantir principalmente a durabilidade dos motores.
A comitiva do CCEEI pode acompanhar também a fabricação de escapamento, que inclui o uso de prensas, máquinas de solda, de polimento, galvanoplastia e pintura, a fim de permitir um acabamento dentro dos mais altos padrões de qualidade da indústria mundial. A visita ao chão de fábrica foi encerrada com o acompanhamento do trabalho dos funcionários na linha de montagem, sendo importante destacar que se trata de uma das mais eficientes do mundo, com a montagem do produto final em questão de segundos.
Debate
Cumprida essa parte da agenda, os conselheiros participaram do debate técnico no auditório da empresa. Na ocasião, o responsável pelo Planejamento Industrial da Moto Honda, Márcio Kobayachi, fez uma explanação acerca do histórico da Moto Honda no mundo e especificamente da fábrica em Manaus. Ele mostrou os avanços em termos de modelo industrial adotado pela empresa, o mix de modelos fabricados, além de dados de produção e de faturamento alcançados nos últimos anos.
Depois da apresentação institucional, foi aberto para o debate técnico. Um dos aspectos questionados pelos conselheiros foi a perspectiva da empresa com vistas à superação da crise econômica. O diretor administrativo-financeiro, João Batista Mezari, ressaltou que, assim como em épocas anteriores, a saída encontrada pela empresa foi o investimento, o que foi essencial para reposicionar a Moto Honda no mercado e na atual conjuntura, não será diferente.
Outra preocupação demonstrada pelos conselheiros, durante o debate, foi quanto à manutenção de engenheiros no quadro funcional da empresa ante à crise política e econômica pela qual o país vem passando. Apesar da justificativa de que o melhor caminho para a empresa é o investimento, a diretoria revelou que o quadro de funcionários reduziu drasticamente, de mais de 11 mil pessoas para 6170, conforme dados do mês de maio deste ano.
Mesmo contando com um programa de estágio, os conselheiros sugeriram o estabelecimento de parcerias contínuas com instituições de ensino a fim de favorecer o intercâmbio entre a academia e a empresa. Eles questionaram ainda sobre o percentual de peças nacionais utilizadas pela empresa, o nível de qualidade dos itens e componentes fabricados nas unidades de Manaus, entre outros aspectos.
Intercâmbio teve saldo positivo
O coordenador das Câmaras Especializadas de Engenharia Industrial, conselheiro Waldimir Teles, que já havia visitado as instalações da multinacional, no ano passado, enfatizou o debate como sendo um momento como de suma importância para a troca de informações e experiências entre os conselheiros presentes e os profissionais da empresa. Ele ressaltou ainda que, com a visita, a ideia de que a Zona Franca possui apenas fábricas de montagem foi derrubada. “Conversei com a diretoria e coloquei o sistema Confea-CREA à disposição para parcerias, tendo como intermediário o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (CREA-AM)”, frisou.
O conselheiro do Paraná, Carlos Alberto Bueno, que esteve pela primeira vez no Polo Industrial de Manaus, também pode comprovar que as empresas instaladas no PIM vão muito além de uma simples linha de montagem. Bueno destacou o momento de interação entre os conselheiros e os profissionais da empresa como uma oportunidade ímpar de interação, o que permitiu conhecer melhor a diversidade dos processos produtivos locais.
Para o coordenador da Câmara Especializada de Mecânica e Metalurgia do CREA-AM, Luiz Carlos Carvalho, a visita à empresa foi um momento importante para mostrar aos demais conselheiros o trabalho desenvolvido pelas empresas locais. Ele também destacou o apoio irrestrito do CREA-AM para a realização da Reunião Ordinária da Coordenadoria de Câmaras Especializadas
Assessoria de Comunicação e Projetos Especiais
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas - CREA/AM
