Confea lamenta morte do engenheiro de pesca Fábio Hazin

Brasília, 7 de junho de 2021.

Na manhã desta segunda-feira (7/6), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) comunicou a morte cerebral do engenheiro de pesca e professor Fábio Hissa Vieira Hazin, que estava internado com covid-19 desde a última terça-feira (1º/6).

O engenheiro de pesca foi uma importante liderança científica no combate a ataques de tubarão em Pernambuco, exercendo a presidência do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), entre 2004 e 2012. “A engenharia, a academia, a ciência, a sociedade, todos perdem com a morte de Fábio Hazin”, lamentou o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger. Já a conselheira federal eng. pesca Alzira Miranda Oliveira anunciou que toda a engenharia de pesca está enlutada. “Ele foi o pioneiro com trabalhos de pescas oceânicas, um grande colaborador e entusiasta  da engenharia de pesca, uma pessoa amiga e muito amigável”, mencionou  a conselheira, inclusive relembrando um vídeo gravado por ele inspirado em  "Uma passagem para Mário" , filme de Eric Laurence.

 

Reconhecido internacionalmente, Fábio tinha mestrado e doutorado pela Universidade de Tóquio, além de pós-doutorado em Avaliação de Estoques de Recursos Pesqueiros Pelágicos Migratórios, no Southeast Fisheries Science Center, em Miami (EUA). Hazin tinha especialização em Direito Internacional do Mar, pela Rhodes Academy.

Trajetória Profissional
Sua atuação principal era em Oceanografia Pesqueira e Engenharia de Pesca, com ênfase em grandes peixes pelágicos (atuns, agulhões, tubarões), atuando principalmente em: biologia reprodutiva, distribuição, comportamento, migração; Gestão Pesqueira e Direito Internacional do Mar, tendo exercido diversos cargos relevantes no Brasil e no mundo. Professor titular da UFRPE, no curso de Engenharia de Pesca e no Programa de Pós-graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura, e na UFPE, no Programa de Pós-graduação em Oceanografia, exercia atualmente, a função de coordenador-geral Científico do Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo. No período de 1995 a 2005, foi coordenador do Programa REVIZEE (Programa para a Avaliação dos Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva Brasileira/ Região Nordeste).

Foi convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para diversas palestras e contribuições.  Entre 2008 e 2009, presidiu o processo de negociação na FAO/ONU para a elaboração e adoção do Tratado Internacional sobre Medidas de Estado Porto para Prevenir, Deter e Eliminar a Pesca Ilegal, Não Regulada e Não Reportada, aprovado pelo Conselho da FAO, em Dezembro de 2009; e a negociação também na FAO/ONU para adoção das Diretrizes Internacionais para o Desenvolvimento da Pesca Artesanal e de Pequena Escala.

Presidiu a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) e a Associação Brasileira de Engenharia de Pesca. A convite da FAO, presidiu o processo de avaliação do Comitê de Pesca para o Atlântico Leste e Central (Cecaf) e da Comissão de Pesca do Oceano Índico Sudoeste (SWIOFC), além do processo de avaliação da Organização de Pesca do Atlântico Noroeste (Nafo) e da Comissão de Pesca do Oceano Pacífico Oeste e Central (WCPFC).

Foi ainda representante científico do Brasil junto à Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) (1998-2015); e presidente do Subcomitê Científico do Comitê Consultivo Permanente de Gestão de Atuns e Afins (1998-2015). Em 2015, exerceu o cargo de secretário nacional de Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura e, interinamente, de Ministro de Estado da Pesca e da Aquicultura. Em 2014, foi eleito presidente, junto à ONU/DOALOS, Divisão de Oceanos e Lei do Mar, do Processo de Consultas dos Estados Parte do Acordo de Nova Iorque e, em 2015 e 2016, para presidir o processo de revisão do referido Acordo. Entre 2012 e 2014, exerceu o cargo de vice-presidente e, de 2014 a 2016, de presidente do Comitê de Pesca da FAO (Cofi).

Equipe de Comunicação do Confea
Com informações da UFRPE