Confea dá mais um passo em favor da sustentabilidade com reuniões preparatórias para o Fórum Mundial da Água

Brasília, 16 de março de 2017.

"Vice-presidente do Confea, eng. agr. Daniel Salati: Conselho firme na pauta da sustentabilidade"

O Brasil precisa ter uma política de Estado em defesa da área tecnológica, e a série de encontros regionais que o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) começa a promover nesta terça-feira (21), em Campinas, oferece oportunidades para que os profissionais apresentem propostas que sejam ouvidas durante o 8º Fórum Mundial da Água, a ser realizado em Brasília, no ano que vem. A opinião é do vice-presidente do Confea, eng. agr. Daniel Salati, para quem as reuniões preparatórias para o Fórum poderão ainda ajudar a promover políticas públicas para desenvolver o país, uma vez que elas irão agregar a participação dos profissionais do Sistema com a contribuição de especialistas e gestores da área. Confira a seguir entrevista exclusiva com o professor aposentado da Universidade Estadual Paulista (Unesp) sobre os eventos preparatórios que prosseguem até dezembro, em Palmas (TO).

Site do Confea: Qual a importância destes eventos preparatórios, que se iniciam em Campinas na próxima semana, para a participação do Confea no Fórum Mundial da Água?

Daniel Salati: O Confea tem mostrado sua preocupação com esse tema, participando de eventos como a Rio+20 e promovendo outros, como a Conferência Internacional Água e Energia, realizada no ano passado. Agora, o Conselho reunirá profissionais, gestores e especialistas em todo o país para preparar as propostas que encaminharemos ao Fórum Mundial da Água, do qual será um dos realizadores, em 2018. Serão oito reuniões, que começam agora em março, na cidade de Campinas, e percorrem todas as regiões do país até dezembro, na capital tocantinense. Serão debates em que o Sistema Confea/Crea espera contemplar as expertises de pessoas que convivem com todos os biomas do país e conhecem de perto cada uma destas realidades. Assim, acreditamos que teremos condições de apresentar um panorama da diversidade hídrica brasileira e também das possíveis contribuições que a área tecnológica do país pode vir a oferecer para lidar com as problemáticas relacionadas ao aproveitamento da água em nosso país. Experiências que, em parte, já são praticadas no nosso dia a dia, mas que terão uma visibilidade muito maior a partir de 2018, o que é importante para que possamos caminhar adiante, em busca de soluções sustentáveis, que dão continuidade ao conhecimento acumulado pelos profissionais brasileiros.

Site do Confea: As reuniões têm uma abrangência que integra profissionais, especialistas e outras instituições públicas...

D. S.: Sim, esse é um diferencial importante porque possibilita um diálogo muito eficaz para que essas propostas sejam atuais e para que se tornem políticas públicas efetivamente, o que, na prática, depende fundamentalmente da atuação dos profissionais da Engenharia. O país precisa da Engenharia, por isso é preciso que o Congresso Nacional se posicione para que o país passe a ter uma política de Estado desenvolvimentista, calcada no reconhecimento da Engenharia como uma carreira típica do Estado. Apenas dessa maneira, o país poderá crescer com regularidade, sem ficar à mercê de planos de governo e instabilidades econômicas, que muitas vezes podem ser revertidos pelo conhecimento tecnológico.

"Ao lado do Presidente José Tadeu, Salati destaca contribuição da Agronomia para o êxito das reuniões"
Site do Confea: Como o senhor avalia a contribuição do Confea para a discussão do tema do meio ambiente, bem como do uso de recursos hídricos e energéticos?

D. S.: Temos feito a nossa parte. Tanto internamente, onde o Conselho tem desenvolvido uma série de iniciativas em favor da sustentabilidade, como em contato com a sociedade, por meio da participação e da promoção desses eventos, que representam a força do Sistema Confea/Crea.  O país precisa que essa discussão seja feita de modo permanente, e o Confea tem procurado contribuir para que realidades como as chamadas “crises hídricas” possam ser evitadas, bem como solucionadas efetivamente.

Site do Confea: Quais os reflexos que um evento deste porte pode trazer para os profissionais do Sistema?

D. S.: Os profissionais do Sistema sabem que esses tipos de evento promovem não apenas uma visibilidade sem precedentes para suas atividades, uma vez que todas as engenharias se relacionam umas com as outras, de maneira que uma mesa de debates tende a valorizar a atuação de todos, de forma mais direta ou indireta. Mas eles também começam a perceber a importância de afirmar sua atividade junto à sociedade, principalmente junto aos setores que podem decidir efetivamente que o Brasil venha a ter uma política de Estado em defesa da área tecnológica, ampliando a oportunidade para que o país apresente saltos de desenvolvimento contínuo, em todas essas áreas.

Site do Confea: Especificamente em relação à Engenharia Agronômica, que tipo de experiências podem ser disseminadas?

D. S.: O agronegócio é sem dúvida a mola mestre do desenvolvimento do país. A tecnologia aplicada à agropecuária é avançadíssima e de última geração. Portanto, cabe à classe agronômica a responsabilidade de levar às outras áreas a evolução que ocorreu e está ocorrendo no campo.



Equipe de Comunicação do Confea