Brasília(DF), segunda-feira, 22 de novembro de 2004.
Agenda 21 da Engenharia - Por um Novo Padrão de Produção e de Consumo é o tema da palestra da Eng. Ftal Rosana Scaramella no I Fórum da Mulher, que ocorrerá durante a 61ª Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e Agronomia (SOEAA) e 5 Congresso Nacional de Profissionais (CNP), de 30 de novembro a quatro de dezembro, em São Luís (MA). O evento vai debater temas urbanos e de futuro, voltados ao crescimento sustentável.
Pós-graduada em nível de especialização em Gestão e Engenharia Ambiental, Rosana Scaramella destacará os números do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e seus parceiros, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR) e Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (SENGE), que congregam em torno de 40.000 profissionais e perto de 8.500 empresas nas áreas de agronomia, civil, industrial, elétrica, mecânica, química, entre outras. De acordo a palestrante do painel Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, considerando a enorme capacidade que a engenharia tem em construir e, interferir de forma significativa no meio ambiente, é que os setores organizados, acreditam que, por meio da mobilização, há de se rever os equívocos da profissão. Equívocos que, na sua avaliação, contribuíram para a degradação ambiental, com projetos e empreendimentos, nem sempre ecologicamente corretos.
Para Rosângela, a responsabilidade desses profissionais na implementação de um novo "Padrão de Produção e Consumo", é inegável, diante do esgotamento dos recursos naturais ao persistir o modelo vigente. Nesse sentido, a elaboração do Projeto "Agenda 21 da Engenharia", constitui o objetivo maior. Para a implantação do projeto, ressalta, estão previstos diversos encontros com a categoria, palestras nas universidades, visando os cursos de Engenharia, bem como mobilizações com trabalhadores rurais, operários da construção civil e da indústria.
O intuito é sensibilizar e difundir os conceitos da Agenda 21 (Global, Brasileira, Estadual e Local) para aproximadamente 5.000 multiplicadores, abrangendo todas as regiões do Estado do Paraná. Neste primeiro passo, os profissionais, os alunos e a mão-de-obra intermediária serão capacitados para transmitir a importância do desenvolvimento sustentável, aplicando esse conceito no cotidiano.
Conforme Rosângela, essa seria uma forma grandiosa de contribuição dos profissionais da Engenharia para a implementação dos princípios intituídos pelo documento denominado Agenda 21, lançado na Conferência da Nações Unidas, em 1992. Na ocasião, a "Carta de Princípios" foi assinada pelo Brasil e por mais 169 países e pode ser entendida como um programa estratégico, universal, para se alcançar o desenvolvimento sustentável no século XXI.
Fórum – No total, o Fórum da Mulher terá quatro painéis nos dias 1 e 2 de dezembro, das 14 às 18 horas. Todas as palestras serão apresentadas por mulheres que se destacam na área tecnológica, com exceção do advogado e bibliófilo José Mindlin, convidado especial para falar sobre a atividade feminina na área tecnológica. As convidadas não vão se ater à questão do gênero, mas apenas apresentar projetos bem-sucedidos que foram ou vêm sendo desenvolvidos por mulheres. “Os assuntos escolhidos para serem abordados nas oficinas são extremamente atualizados. Na verdade, são soluções portadoras de futuro, comprometidas com a sustentabilidade e com uma visão holística”, observa a Eng. Mec., Deodete Packer, organizadora da atividade.
Agrupados em blocos, os temas estarão divididos em três etapas, reunindo profissionais da Arquitetura e Engenharia. Na primeira, em debate “o que construímos?”, com a cidade como cenário. Na segunda etapa, a questão em pauta é “o que preservamos?”, que terá como cenário a Amazônia Legal e discussões sobre energias renováveis, biotecnologia, nanotecnologia e microeletrônica. Por último, em “a mulher do futuro”, o cenário é a referência do processo de transformação da sociedade, com enfoque no empreendedorismo, gestão do conhecimento e inteligência competitiva.
O Fórum da Mulher, iniciativa do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), visa, além da discussão de questões referentes às atividades das mulheres que atuam nos campos ligados à tecnologia, enaltecer e destacar exemplos de sucesso. A intenção é intensificar e reconhecer o papel feminino nesse setor, tornando a profissão mais atrativa para as jovens que estão na fase de ingresso nos cursos superiores. O declínio da formação de engenheiros no país preocupa, bem como a pequena inserção das mulheres nas profissões da área tecnológica, atualmente estimada em 15% no Brasil. Outra meta visa a publicação de um livro com a coletânea dos casos apresentados em São Luís que deverá ser lançado em 2005, provavelmente no Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
Adriana Baumgratz – Da equipe da Acom
