Goiânia, quinta-feira, 28 de novembro de 2002. No segundo dia da 59ª SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, evento anual promovido pelo Sistema CONFEA/CREA, que se estende até amanhã, dia 29, em Goiânia/GO, foram realizados diversos painéis de interesse dos profissionais da área tecnológica, entre eles o painel "Políticas Públicas para o Setor de Transportes", que foi ministrado, respectivamente, pelo eng° civil e agrônomo Luiz Raimundo Carneiro de Azevedo, da Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias S/A; eng° eletricista Frederico Bussinger, do Instituto de Desenvolvimento Logístico de Transporte e Meio Ambiente - Idelt e eng° aeronáutico José Carlos Nunes Martinelli, da Fundação Aplicações de Tecnologias Críticas Atech.A primeira modalidade de transporte a ser abordada no painel foi o ferroviário de carga, que cresceu cerca de 217,63% nos últimos oito anos. Também foi destacada a Ferrovia Norte-Sul, incluída no plano de governo do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva e segundo Azevedo, que ministrou o tema, "os investimentos já estão acontecendo para a recuperação e ampliação da rede ferroviária nacional. A integração ultramodal está sendo feita através dos nossos pátios ferroviários e a empresa adotou uma política ambiental, da qual se orgulha de ter participado ativamente no desenvolvimento sustentável do cerrado", conta.O Brasil possui 8.000 km de costa e outros tantos de grandes rios, com uma movimentação portuária de cerca de 500 milhões de toneladas/ano, onde a grande vedete do transporte de carga marítima é o "container", pouco explorado nos portos nacionais e bastante conhecido "além mar".Para Bussinger, os antigos portos estão sendo reaparelhados e redimensionados e novas áreas estão sendo destinadas à criação de novos portos. Em sua opinião, eles estão em sua terceira ou quarta geração e passaram a ser agentes de desenvolvimento regional, na medida em que contam com uma infra-estrutura logística que permite a intermodalidade, ou seja, combina o transporte de cargas por navio, trens, aviões e caminhões. "Não basta termos apenas infra-estrutura nos portos é preciso ter logística", sentenciou.Não obstante o crescimento do transporte aéreo doméstico nos últimos cinco anos ter superado as expectativas, a crise no setor existe e foi causada pela concorrência acirrada das companhias aéreas, além de pesados impostos, elevação dos custos com combustível e peças de reposição importadas. Essa é a avaliação de Martinelli, que também disse, no que tange ao transporte aéreo internacional, que as empresas européias estão dominando o mercado e as americanas dobraram o volume de passageiros transportados.Porém, nem tudo é desânimo no setor. "Hoje o Brasil domina a tecnologia no controle do tráfego aéreo e é privilegiado do ponto de vista de ter o seu território completamente coberto por radares. Com 10 mil aeronaves, 244 empresas de serviços agrícolas e 351 táxis aéreos, o País possui alto potencial de crescimento no mercado de aviação em geral", revela Martinelli que acredita que "para sair da crise precisamos motivar as empresas de aviação, incentivando a indústria nacional na construção táxis aéreos, que voltariam a ser os incubadores da aviação aérea nacional", finaliza. Italo Coutinho Medeiros - Agência de Notícias Confea/Crea
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