Brasília, 5 de dezembro de 2023.
No segundo dia da 5ª reunião ordinária do Colégio de Entidades Nacionais – Cden, realizada em Florianópolis, foram apresentados relatos de missões nacionais e internacionais. “Toda missão em 2023 teve representação do Cden. Independente da origem da missão, tem que ter um representante do Cden, sempre com critério. Foi uma conquista para a visão técnica do Sistema”, disse o coordenador do Cden e presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – Confaeab, eng. agr. Kleber Santos, agradecendo ao apoio do plenário e da gestão do Confea.
Acompanhado do Bastonário da Ordem dos Engenheiros de Portugal – OEP, Fernando de Almeida Santos; do presidente do Crea-SC, eng. civ. Carlos Alberto Kita Xavier, e pelo conselheiro federal eng. eletric. eletron. Genilson Pavão, o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, participou do evento na tarde desta terça-feira. “Agradeço a parceria com o Cden ao longo do ano. Chegamos ao final do mandato e agradeço também ao apoio para estar no plenário representando as instituições de ensino de Engenharia, então vamos continuar juntos em outro formato”, descreveu, desejando sucesso ao presidente eleito, eng. telecom. Vinicius Marchese, cuja posse será realizada no próximo dia 13.
Atuação em Portugal
Representante do Cden e da Associação Brasileira de Engenharia de Produção – Abepro, eng. prod. Milton Vieira Júnior, participou de três eventos com a participação do Sistema em Portugal: Cimeira Bilateral Ordem dos Engenheiros de Portugal – Confea e constituição do Conselho Internacional dos Engenheiros de Língua Portuguesa – Cielp e 4º Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa.
“A ideia é atuarmos em bloco com nove países, inclusive junto ao Conselho dos Países de Língua Portuguesa – CPLP para que a gente possa ampliar os nossos tratados bilaterais para tratados multilaterais om o aval de todos os governos, não só na mobilidade profissional, mas como também na questão do intercâmbio técnico-científico em língua portuguesa, que tem muito potencial de crescimento como bloco”, afirmou Joel.
Realizada na cidade de Aveiro, a Cimeira focou no protocolo de mobilidade profissional. Dados com número de 7.125 pedidos de reconhecimento de profissionais brasileiros, dos quais 68% foram atendidos. “Alguns dos profissionais não estavam registrados no Crea”, comentou. Do lado do Confea, houve 111 pedidos de registros de profissionais portugueses e 26 registros efetivados.
Em sua manifestação no período da tarde, o presidente do Confea destacou que, além da mobilidade profissional, a questão da acreditação de cursos. “Constituímos um grupo de trabalho para discutir essa questão do Eur-Ace, e aí o Cden será instado no momento oportuno a se manifestar sobre essa questão da acreditação de cursos, como da certificação profissional que já temos adotado com outros países. Temos uma preocupação muito grande com a qualidade do ensino e essa acreditação pode abrir algumas portas, inclusive na mobilidade profissional”, comentou Joel Krüger.
“Foi debatido um tema que sempre discutimos no Cden, que é a acreditação de cursos para valorizar a formação profissional”, destacou o relator. O tema e ainda a certificação profissional mereceram um breve debate posterior, com as participações de Kleber Santos; da presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia – Abenge, eng. civ. Adriana Tonini; do presidente da Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial – Fenemi, eng. mec. Waldimir Teles Filho, e do presidente da Federação Brasileira de Geólogos – Febrageo, geol. Caiubi Kuhn. “Que a gente tenha consciência sobre o papel das entidades enquanto expertise técnica nas delegações do Confea”, considerou Kleber.
Já em Lisboa, houve a Constituição do Conselho Internacional dos Engenheiros de Língua Portuguesa – Cielp e a realização do 4º Congresso dos Engenheiros de Língua Portuguesa com palestras sobre estruturas resilientes e ainda painéis e mesas redondas sobre temas ligados à engenharia dos países participantes.
Constituído na cerimônia de encerramento do Congresso dos Engenheiros de Língua Portuguesa, o Cielp terá a presidência do Brasil até 2025, quando será realizado o próximo Congresso dos Engenheiros de Língua Portuguesa, a ser realizado em São Paulo, no mês de agosto. “Cielp será uma entidade importante para a troca de experiências profissionais, enquanto o Congresso permite que conheçamos e tenhamos relações internacionais com os países, mas precisamos institucionalizar essas ações no Confea”, comentou Milton Vieira Júnior.
WEC
O 7º Congresso Mundial de Engenheiros (WEC, na sigla em inglês), foi realizado em Praga, paralelamente à Assembleia Internacional de Engenharia, de 11 a 13 de outubro. O evento contou com as participações do representante da Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola –Sbea, eng. agr. Glauco Cortez, do então presidente em exercício do Confea, eng. eletric. Evânio Nicoleit, dos conselheiros federais eng. civ. Daltro Pereira e eng. eletric. eletron. Genilson Pavão e ainda do presidente do Crea-RJ, eng. eletric. Luiz Cosenza e do assessor da presidência do Confea, eng. agr. Flavio Bolzan.
O representante da Sbea informou que o evento contou com a participação de cerca de 1000 representantes de 76 países, tendo como tema “Criando um amanhã mais seguro”. Segundo ele, “um evento desse porte vale não só pela parte técnica, mas pelo networking, a troca de experiências, uma vitrine sobre as conquistas mais recentes da engenharia, em busca de um mundo mais seguro, em sintonia com os objetivos do desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas. Foi apresentada ainda a necessidade da atuação conjunta de médicos e engenheiros após eventos naturais”, disse Glauco Cortez, destacando a atenção a temas como educação em engenharia; transporte verde; engenharia e saúde; prevenção de cidades naturais e cidades inteligentes.
Asme, ASA e ASCE
Com as participações do presidente em exercício Evânio Nicoleit, da conselheira federal eng. mec. Michele Costa, dos conselheiros federais eng. mec. Aysson Rosas Filho, eng. mec. Lucas Carneiro e eng. mec. Wiliam Alves Barbosa, além do representante do Cden, eng. mec. Waldimir Teles e da analista da Gerência de Relacionamentos Institucionais do Confea, Sabrina Carpentier, o Cden participou ainda do Congresso Internacional de Engenharia Mecânica e da Exposição da Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos (Imece/Asme), promovida em Nova Orleans, Estados Unidos, de 29 de outubro a 1º de novembro.
Segundo o presidente da Fenemi, o objetivo foi “retomar a interlocução com a Asme para dar continuidade ao memorando de entendimento estabelecido em 2019, visando à cooperação e troca de conhecimentos. Entre isso, está a certificação profissional. Não é o objetivo principal. É um evento de estudos científicos, apresentação de trabalhos acadêmicos. A finalidade principal da Fenemi é buscar esses acordos”, relatou, enfatizando que foram tratados temas técnicos.
A missão constituída ainda pelo conselheiro federal Luiz Lucchesi, pela presidente do Crea-AC, eng. agr. Lya Beiruth, e pelo assessor da presidência Flávio Bolzan, a St. Louis, Estados Unidos, para tratativas junto à American Society of Agronomy (ASA), no final de novembro, foi apresentada pelo próprio coordenador do Cden. “Era um fórum político que avaliava o andamento da agenda. Essa missão só saiu quando a gente conseguiu incluir o Confea. Quem faz acontecer as metas e os ODS é a engenharia, a engenharia é essencial. Mesmo sabendo que não vamos alcançar tudo, vamos tentar intensificar as ações. Podemos propor uma espécie de fórum permanente, como foi no Programa Mulher”, afirmou.
Kleber Santos destacou que o Confea já possui um termo de cooperação com a Sociedade Americana de Agronomia. “Essa certificação é de engenheiro agrônomo. É um trabalho que começou em 2018. Foi assinado um acordo de cooperação, agora modestamente, a Confaeab está dando o suporte técnico. Descrevemos o perfil do engenheiro agrônomo brasileiro, diferente do americano. A Sociedade Americana tem um modelo de certificação, aplicado em outros países. A ideia é colocar para a certificação do engenheiro agrônomo brasileiro em caráter voluntário. Essa certificação vai trabalhar com egressos de cursos regulares, registros no Crea, não pode ter processo ético. E vai ser com base em prova e ART. Eles fazem online, mas se descobrir qualquer tentativa de fraude, nunca mais vai fazer a prova. Já elaboramos as questões e a Confaeab indicou os instrutores. A próxima etapa é implantar esse exame em caráter voluntário. A sociedade se identifica mais com a Confaeab porque também é uma associação”, reforçou Kleber Santos.
A presidente da Abenge, Adriana Tonini, relatou em seguida a participação do Sistema na ASCE Convention, em Chicago, Estados Unidos, de 18 a 21 de outubro. Segundo ela, o evento da American Society of Civil Engineers (ASCE), “foi um evento voltado para a engenharia do futuro. Inclusive, colocando as crianças para pensar. Fizeram competições sobre a inovação, com maquetes. As crianças percebem as mudanças climáticas, o verde. Foram muitas sessões que examinaram tecnologias emergentes que garantam que a infraestrutura que se constrói hoje estará pronta para o futuro”, resumiu.
A missão contou com as presenças do então presidente em exercício, eng. eletric. Evânio Nicoleit; dos conselheiros federais eng. civ. Carmen Petraglia, eng. civ. Daltro Pereira, eng. civ. Neemias Machado, do presidente do Crea-AP, eng. civ. Edson Kuwahara, e da chefe do setor de Representações e Contratos do Confea, eng. amb. Kaori Akagi.
Entre apresentações de temas como gestão de risco; pesquisa e inovação e sustentabilidade Adriana destacou a ênfase na temática do “workforce” com a valorização da atuação profissional feminina, além de aspectos sobre inovação, cidades inteligentes, energia, ética, IoT e veículos elétricos.
“Eles colocaram as dificuldades de formação na engenharia civil para a infraestrutura e transportes nos Estados Unidos. Eles querem atrair talentos”, disse, destacando a importância de atrair a formação acadêmica desde a infância, aspecto valorizado durante o evento. “Precisamos pensar na educação básica. Vamos tratar sobre isso no próximo Cobenge, no Espírito Santo. A principal questão agora é a atração, não a evasão e a retenção”, declarou.
A presidente da Abenge destacou ainda a assinatura de acordo de colaboração com o Instituto de Engenharia da Espanha pelo presidente em exercício Evânio Nicoleit com foco na mobilidade acadêmica e troca de informações sobre a situação da engenharia, formação, evasão, cursos e instituições de ensino superior.
Recursos Hídricos, Conemi e CBA
Realizado na capital sergipana de 19 a 24 de novembro, o 25º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos teve relatos realizados pelo presidente da Federação de Brasileira de Associações de Engenheiro – Febrae, eng. Hideraldo Rodrigues, e pela representante da Federação Nacional das Associações de Engenharia Ambiental e Sanitária – Fneas, eng. amb. Liane de Moura, que destacou as sessões técnicas, a oficina desenvolvida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA, que lançou um jogo para atrair talentos, além da participação de outros atores da área de recursos hídricos do país.
Com palestra magna sobre energias renováveis, o 23º Congresso Internacional de Engenharia Mecânica e Industrial (Conemi), realizado em Vitória-ES, de 4 a 6 de setembro, foi prestigiado pelos representantes da Fenemi, Waldimir Telles Filho, e da Abepro, eng. prod. Milton Vieira Júnior, que desenvolveu o relato. Feira Nacional da Engenharia Mecânica. Painéis sobre temas como inspeção e segurança veicular; qualidade do ar e sistemas de climatização; inteligência artificial; tendências futuras e ainda matriz energética e veículos elétricos, além de palestras sobre engenharia de segurança do trabalho visitas a Porto de Tubarão e Vale foram destacados pelo último. “Foi uma diversidade de temas que a Fenemi conseguiu incluir nesse congresso, dou meus parabéns à Fenemi”, comentou Milton Vieira Júnior. “Foi um evento com palestrantes de qualidade, visitas técnicas muito boas, contando com um apoio excepcional do Crea-ES. Também realizamos a primeira Feira Nacional da Mecânica – Fenamec”, destacou Waldimir.
A realização do XXXIII Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA, pela Confaeab, de 12 a 15 de setembro, na cidade gaúcha de Pelotas, foi saudada pelo representante do Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários, eng. agr. João José de Souza Cruz. Com o tema “Exercício Profissional Pleno da Agronomia em um Mundo em Transformação”, o representante destacou o debate sobre formação e atribuição para o exercício pleno do engenheiro agrônomo, em palestra do engenheiro Moacir Cardoso, professor da Universidade Federal de Pelotas. “Houve ainda o painel revolução tecnológica na agricultura na era da inovação, uma fala sobre os Vants, com aspectos históricos e normas, além de abordagem sobre os ODS e os desafios da Agronomia no combate à fome e na redução das desigualdades, em palestra do coordenador do Cden, Kleber Santos”, disse, elogiando a atuação da Confaeab na realização do evento.
Engenharia do Futuro
Ao encerramento da manhã do segundo dia da reunião do Cden, a presidente da Abenge promoveu o lançamento do livro “Educação em Engenharia”, editado em parceria com a Mútua. “São vários autores. Muito se fala das competências das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Elas são metodologias de ensino-aprendizagem para ensinar conteúdos para que os futuros profissionais consigam ter competências que o mercado de trabalho está exigindo dele, nacional e internacionalmente”, disse, lembrando que competências vêm do sujeito. “Se fizemos engenharia, tínhamos habilidades, outras são adquiridas na formação e outras no mercado de trabalho. Vamos aguardar 2025 para ver as competências mundiais exigidas dos profissionais”, enfatizou Adriana.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea
Com a colaboração e fotos de Glênio Furtado - Setor de Relações Públicas
