Brasília, 2 de outubro de 2023.
Trinta anos depois, a capital baiana volta a sediar o Congresso Brasileiro de Engenharia Química (Cobeq) em sua 24ª edição e ainda o 19º Encontro Brasileiro sobre Ensino de Engenharia Química (Enbeq), eventos realizados conjuntamente desde 1984 pela Associação Brasileira de Engenharia Química (Abeq).
Com mais de 850 participantes e contando com o patrocínio do Confea, os eventos bianuais são abertos sequencialmente neste domingo (1º/10) e na quarta (04/10), com o Enbeq prosseguindo até o dia seguinte. A conselheira federal eng. mec. Michele Costa representou o Confea na abertura do Cobeq. O coordenador nacional das câmaras especializadas de Engenharia Química (CCEEQ), eng. quim. André Casimiro, acompanha os eventos.
Com foco em questões energéticas e ambientais, o tema do Cobeq é “O Papel da Engenharia Química na Transição Energética, desfossilização e Circularidade da Economia”, enquanto o Enbeq integrará docentes, discentes e gestores de cursos de Engenharia Química em torno de discussões sobre a formação profissional, práticas inovadoras de ensino-aprendizagem e ainda a curricularização da extensão, prevista pelas novas diretrizes nacionais da Engenharia.
Pesquisa e integração
Para o presidente da Abeq, eng. quim. André Bernardo, a realização do evento na Bahia representa um recomeço. “Temos tradição de rodar o país. Desde o nosso último Cobeq em Gramado, em 2021, ainda com limitações impostas pela pandemia, temos feito pré-eventos como webinários, embora o Congresso em si seja todo presencial. Agora, retomamos efetivamente e é significativo voltar a acontecer em Salvador, por tudo que a cidade representa e por ser a porta de entrada para o Polo Petroquímico de Camaçari”, descreve, agradecendo o apoio financeiro e institucional do Confea.
Para ele, a pesquisa é o principal aspecto da programação. “A pesquisa é a parte mais forte. Toda a rede acadêmica vem apresentar seu trabalho, mas também temos a participação das grandes empresas, com os profissionais da indústria apresentando suas pesquisas e também fazendo um mapeamento das redes de pesquisa que a empresa tem. O Cobeq é o melhor evento para fazer essa colaboração”, acrescenta André Bernardo, considerando que aspectos relacionados à formação e ao ensino, bem como sobre a acreditação e a fiscalização profissional são abordados durante o Enbeq.
“Na abertura do Enbeq, teremos uma mesa-redonda com o Confea e o CFQ, abordando a formação dos profissionais e as diretrizes curriculares. Esse é o assunto dominante, por conta do calendário atual em que as novas diretrizes curriculares nacionais estão começando a ser adotadas em todo o país. Para a Engenharia Química, é importante que a gente tenha esse canal aberto, uma vez que há essa dubiedade e essa duplicidade de representação entre os dois conselhos profissionais. É importante que a gente tenha esses canais abertos”, considera o presidente da Abeq. “Termos a participação institucionalizada do Confea é tão importante como a parte financeira”, destaca.
Confea e CFQ
A contribuição do Congresso para a integração entre o Confea e o CFQ foi destacada pela conselheira federal eng. mec. Michele Costa durante a abertura do evento, neste domingo. Para a coordenadora da Comissão Temática de Harmonização Interconselhos (CTHI), “as coordenadorias têm feito um excelente trabalho técnico, subsidiando o Sistema tecnicamente a CTHI em relação aos processos jurídicos e parlamentares envolvendo suas demandas”.
Segundo Michele Costa, a Engenharia Química tem atuado com eficácia em torno dos sombreamos e das resoluções. “Evidenciei o quanto o Confea está aportando recursos nas entidades, o que faz com que a gente tenha uma maior valorização das entidades. É um evento importante com uma participação significativa em um domingo à noite em Salvador. O Confea está preocupado em fortalecer as entidades para que consigam trabalhar a valorização profissional”, afirmou a conselheira federal baiana, destacando ainda a relação do Estado com a área por meio do “maior polo petroquímico da América Latina”.
A atuação da Comissão Temática de Harmonização Interconselhos com a Engenharia resultou em uma reunião conjunta entre o Confea e o CFQ, no mês de agosto. Além da conselheira federal, a comissão é formada pelo conselheiro federal eng. civ. Daltro Pereira, coordenador adjunto, e pelo eng. quim. Erick Galante, de outros integrantes da CTHI, eng. agr. Almir Gnoatto; e eng. mec. Airton Nabarrete, especialistas coordenadores de comissões de Educação e Atribuição Profissional dos Creas Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, respectivamente. “Essa aproximação é importante para poder trabalhar a questão de sombreamentos. Estamos agendando outras reuniões com eles para a gente conseguir avançar”, comentou a conselheira.
Confira as programações do Cobeq e do Enbeq
“A conselheira Michele fez realmente um discurso muito acertado. Ela deu uma voz à coordenadoria de forma muito cordial, sendo engenheira mecânica. A CTHI tem nos dado um suporte técnico muito instantâneo, temos um dos membros da comissão o engenheiro químico coordenador da câmara no Rio de Janeiro, Erick Galante. O maior problema é em relação ao registro de profissionais no CRQ ou no Crea. O entendimento da atividade finalística não é muito claro, inclusive do profissional, por isso é importante essa aproximação para entender o que é a atividade química. Não só isso, mas existem empresas que exigem o registro em outro conselho. Eles são tradicionalmente mais atuantes, então isso é normal acontecer, embora não seja correto. Muitas vezes o profissional se sente inseguro em ser bitributado. A CTHI tem abordado de forma muito tranquila, buscando criar um entendimento comum. A CTHI tem se encontrado com o CFQ, buscando aparar as arestas e até, possivelmente, uma resolução conjunta”, comentou o coordenador nacional da CCEEQ, eng. quim. André Casimiro.
Novas diretrizes
Ao elogiar a organização do Cobeq, ele qualifica o evento como um Congresso tradicional, que retorna a Salvador depois de 30 anos “de forma brilhante”. “Salvador tem um brilho por conta do polo petroquímico de Camaçari, um grande hub de indústrias petroquímicas, celulose e fertilizantes. O Cobeq tem essa importância e retorna de forma muito organizada. Não podíamos faltar como parte do Sistema Confea/Crea. A coordenadoria tem ficado atenta para levar ao atendimento do que é a pauta da academia. Tem atuado vinculada a grupos de trabalho que estão entendendo como será feita a leitura das novas atribuições profissionais, tendo em vista as mudanças das novas diretrizes curriculares. As engenharias da modalidade química quase todas com currículos inovados, baseados em competência com novas metodologias de ensino. Estamos debatendo como esses currículos vão ser lidos e interpretados na forma de atribuições específicas e multiprofissionais”.
André Casimiro explica que grupos de trabalho da CCEEQ têm buscado promover interpretações, entre outros pontos, de como as atividades de extensão podem agregar na formação profissional. “O engenheiro químico será um engenheiro com formação muito mais ampla com disciplinas entendidas como um conjunto de competências, na forma de atividades profissionais. Então, precisamos promover a leitura das atribuições. Parece muito simples, mas é muito complicado de entender. Um grupo vai representar uma atividade? A competência pode ser adquirida não por um conteúdo formal, mas através da experiência de vivência que ele pode ter em uma prática de projeto ou de um mundo corporativo. E ainda na extensão universitária. Naquilo que está fora da universidade, mas participa da matriz de formação, aliando universidade e Sistema na consignação de atribuições profissionais. Ou seja, a gente precisa estar alinhado com o Sistema formador. As Ceaps dos regionais estão atentas a isso”.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos e colaboração: Rodrigo Brasil (Setor de Patrocínio e Promoção - Sepat)