CCEEST propõe nota técnica para fiscalizar empresas de Engenharia de Segurança do Trabalho

Brasília, 20 de dezembro de 2022.

Fiscalização em empresas prestadoras de serviços de Engenharia de Segurança do Trabalho; controle do exercício profissional em perícias judiciais trabalhistas na área de insalubridade e periculosidade; e incentivo das noções básicas de Segurança do Trabalho nas escolas de ensino fundamental e médio. Essas foram algumas das propostas entregues pela Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Engenharia de Segurança do Trabalho (CCEEST) em 2022, como listou o coordenador nacional, eng. prod. e seg. trab. Ronaldo Borin (Crea-PE), após a última reunião do fórum consultivo, realizada entre 5 e 7 de dezembro, em Brasília (DF).

“Cumprimos o plano de trabalho proposto pela Comissão de Ética e Exercício Profissional, a Ceep, e fomos além com assuntos extrapautas, como a iniciativa de incentivar a cultura prevencionista em escolas e nossa contribuição ao projeto de Decisão Normativa para fiscalização de atividades de Engenharia Biomédica, que envolvem serviços de radiologia diagnóstica e intervencionista”, detalha, frisando que a parceria com o adjunto eng. eletric. Nilton Camargo Costa (Crea-PR) e a dedicação da equipe foram essenciais para o desenvolvimento das atividades. “O inter-relacionamento respeitoso desde a primeira reunião contribuiu para a evolução dos trabalhos e motivou a participação de todos”, observa. “Agradeço a participação de todos os coordenadores regionais, assim como, os representantes enviados pelos Creas que não possuem câmaras dedicadas exclusivamente à Engenharia de Segurança do Trabalho. São todos profissionais extremamente competentes, protagonistas do sucesso obtido pela CCEEST em 2022”, reforça.

Coordenador titular da CCEEST, Ronaldo Borin (esq.), e o adjunto Nilton Costa

Ao longo do ano, o fórum se dividiu em grupos para analisar, discutir e se manifestar sobre temas, como projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional; resoluções de outros conselhos profissionais; e metodologias para extrair informações do Banco Nacional de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) visando à fiscalização. “O trabalho em grupos proporcionou intercâmbio de ideias de forma muito ativa e efetiva, viabilizando o cumprimento dos prazos e até uma certa folga para realizarmos debates e palestras sobre temas extrapauta”, avalia o coordenador.   

Proteção do trabalhador

“Queremos devolver o trabalhador para sua casa, sua família, exatamente como ele saiu de manhã cedo para cumprir sua jornada”, manifesta Borin desde que assumiu a liderança da CCEEST, em fevereiro passado. Para cumprir esse objetivo prevencionista em todo o Brasil, a coordenadoria elaborou Nota Técnica de Fiscalização de Empresas Prestadoras de Serviços de Engenharia de Segurança do Trabalho.

O documento orienta exigir o registro da empresa no Crea, verificar se consta em seu quadro técnico engenheiro de Segurança do Trabalho e as ARTs por serviços prestados. Além disso, indica normas e define procedimentos para identificação de empresas de Segurança do Trabalho, as quais oferecem serviços de caracterização de ambientes laborais, do grau de risco das atividades, do tipo e tempo de exposição de agentes nocivos aos trabalhadores em suas jornadas laborais, entre outros.

O Manual de Fiscalização das Indústrias foi outro documento gerado pela CCEEST nessa linha de proteção do trabalhador. Pretende-se que os Creas adotem o guia e uniformizem procedimentos no campo da Engenharia de Segurança do Trabalho. Fundamentação legal, parâmetros para fiscalização e glossário são tópicos que compõem o documento.

Última reunião do ano, realizada em Brasília (DF), de 5 a 7 de dezembro

Perícia trabalhista

Diante de inúmeros relatos sobre nomeação de profissionais não habilitados para a execução de trabalhos periciais de insalubridade e periculosidade, a CCEEST listou uma série de ações para assegurar o exercício legal da profissão. Entre elas, que o setor de fiscalização do Crea atue junto às varas regionais do trabalho, consultando a situação dos profissionais de Engenharia de Segurança do Trabalho e notificando aqueles que não estejam com seu registro regular junto ao conselho ou os leigos que exerçam irregularmente a profissão. Ao Confea é sugerido oficiar ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre a necessidade de cumprimento da legislação em vigor para proteção da sociedade civil, salientando a necessidade da fixação de honorários periciais condizentes com o trabalho realizado pelo perito engenheiro, considerando os custos diretos, previamente suportados pelo auxiliar técnico do juízo (perito nomeado).

Cultura prevencionista na educação infantil

Entre 2018 e 2020, foram registrados cerca de 33 mil acidentes de trabalho com pessoas de até 19 anos, segundo o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT). Esse número chega aos 100 mil na faixa etária de 45 a 49 anos – fase em que começa a ter um declínio da quantidade de acidentes. Empenhada em reduzir esses índices, a coordenadoria sugere que o Confea recomende ao Creas a divulgação de conteúdo básico sobre ações prevencionistas de segurança do trabalho para as secretarias estaduais e municipais de educação. “A ideia é fomentar a cultura de prevenção de acidentes já nos primeiros anos da educação infantil, tornar os professores multiplicadores das boas práticas e formar futuros profissionais prevencionistas”, explica o coordenador.

Projeto pedagógico

Formatação de disciplinas e definição de conteúdo programático como alicerce para a elaboração do projeto pedagógico do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho foram temas amplamente discutidos pelos integrantes da CCEEST. “Essas definições são a base para que o engenheiro exerça sua atividade com plenitude”, afirma Borin. O resultado dos debates será remetido aos coordenadores que assumirem o fórum em 2023.


Confira entrevista com os coordenadores:

 

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Julianna Curado
Equipe de Comunicação de Confea
Fotos: Thiago Zion/Confea