Projeto visa desenvolvimento sustentável

Brasília (DF), 28 de setembro de 2005

Pedro Brito iniciou sua exposição afirmando que o projeto “não traz passivo ambiental. Respeitamos as opiniões contrárias e ouvindo a sociedade podemos aperfeiçoar o projeto”.

“A interligação de canais beneficiará Pernambuco, Ceará, Alagoas e Paraíba. É o tipo de obra que a engenharia domina”, afirmou defendendo a transposição das águas do rio São Francisco que, segundo ele, ao contrário de outras transposições feitas no mundo como nos rios Colorado (EUA) e nos que alimentavam o mar Aral, que tiveram 80% de suas águas dirigidas para a irrigação, desviará apenas 1% da água da bacia do velho Chico”.

Entre os projetos bem sucedidos, Brito citou o do rio Piracicaba que, desviado, abastece 80% da água consumida pela cidade de São Paulo.

Brito esclareceu que a integração de bacias faz parte de um projeto de desenvolvimento sustentável para a região do semi-árido nordestino e que os trabalhos de revitalização já foram iniciados com a liberação de R$ 100 milhões “o que é pouco”, reconhece, visando entre outras ações o combate a desertificação, a regularização fundiária e a segurança hídrica.

O chefe de gabinete de Ciro Gomes explicou que as atenções, num primeiro plano, se voltam para os quatro estados porque segundo estudos prévios, em caso de ocorrência de seca eles serão os mais atingidos.

Ao abordar o aspecto geológico da transposição, Brito afirmou que apenas 26 metros cúbicos de água por segundo serão retirados de forma científica, o que corresponde a 1,4% da vazão do rio. “Isso representa apenas um filete de água e não traz prejuízo ao rio. A vazão de água será medida constantemente”.

Brito afirmou também que hoje “apenas 90 metros cúbicos por segundo são utilizados o que representa 5% da vazão firme do rio”.
Comentando as críticas ao projeto, Brito reconhece que não existem mais peixes na foz do velho Chico, que as culturas de vazante desapareceram mas garante “que o projeto não irá piorar o atual quadro da dura realidade da região”.

Brito alertou ainda que a gestão da água disponível nos quatro estados será modificada visando evitar a evaporação e o vertimento de água que registram perda de cerca de 80% da água armazenada em açudes.

Ele garantiu que a captação das águas a ser feita após o lago da barragem de Sobradinho “não trará prejuízo ambiental para a bacia do São Francisco”.

 

Por Maria Helena de Carvalho
Da equipe da ACOM