Plenária inicia com homenagem ao Rio Grande do Sul

Brasília, 26 de junho de 2024

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Presidente do Confea, Vinicius Marchese; presidente do Crea-RS, Nanci Walter; vice-presidente do Confea, Evânio Nicoleit

O total de profissionais voluntários que participaram das ações de recuperação dos municípios do Rio Grande do Sul após as tragédias de maio foi de 88, que realizaram 729 vistorias técnicas, resultando em 607 laudos que, se não fossem voluntários, custariam R$ 315.000 para o governo do estado (sem contar a hora/técnica do profissional). Os números foram apresentados na manhã desta quarta-feira (26/6) aos conselheiros federais de Engenharia e Agronomia durante abertura da Sessão Plenária pela presidente do Crea-RS, Nanci Walter, que coordena todas as ações que o Regional vem tomando frente à reconstrução do estado.

Ao abrir a Sessão, o presidente do Conselho, Vinicius Marchese, pediu uma salva de palmas à engenheira ambiental por sua atuação e reafirmou o compromisso do Confea com o Crea-RS. “Nanci proporcionou auxílio técnico e humanitário à sociedade e aos profissionais”, disse, antes de quebrar o protocolo do rito dos trabalhos e passar a palavra à presidente do regional gaúcho.

Eng. amb. Nanci Walter, presidente do Crea-RS

“É muito difícil falar sobre isso”, iniciou Nanci. “Ninguém no Rio Grande do Sul consegue dormir com tranquilidade depois de tudo o que aconteceu”, comentou a presidente, que chegou a ter dengue e suspeita de leptospirose no período. Antes de iniciar a apresentação sobre as ações do Crea, Nanci fez um pedido específico: não divulguem mais cenas de tragédia. A gente tem que olhar para a frente, passou. Temos que arregaçar as mangas e trabalhar”.

A engenheira aproveitou o espaço para agradecer aos conselheiros federais pela aprovação da ART Zero. “Está sendo uma ferramenta para nossos profissionais voluntários”. Do 497 municípios rio-grandenses, 478 foram atingidos. “Quando você está entrando em uma casa atingida e tem que falar para a pessoa que ela tem que sair e não vai poder voltar - eu vi um pilar e uma viga sem ligação, eu vi uma parede descolar -, nós não temos o preparo para dar atenção às pessoas, pois nós sabemos a parte técnica”.

A valorização profissional também foi um ponto que chamou a atenção durante a tragédia. “Nosso laudo técnico tem que valer como um parecer jurídico, um parecer médico, por que não vale? Outra coisa, é através das nossas profissões que vamos ter nosso aeroporto de volta”, ressaltou.

Eng. José Chacon


Homenagem a José Chacon
Entre seus informes, o conselheiro federal Joel Krüger mencionou que tramita na Câmara Municipal do Rio de Janeiro um pedido de mudança do nome da Estação Candelária do VLT para Estação Eng. José Chacon. A escolha da Estação Candelária se deu por ser a mais próxima ao Crea-RJ. A autoria do pedido é do vereador Felipe Michel, presidente da Comissão de Transportes. Chacon foi presidente do Crea-RJ e, posteriormente, conselheiro do Confea. Durante seu mandato, por ocasião do exercício de suas atividades, após sair de Sessão Plenária, em Brasília, sofreu um atropelamento e não resistiu. "A tragédia que o vitimou interrompeu os sonhos do outrora escoteiro que desbravou as matas de Niterói e as Ilhas da Baía da Guanabara e os sonhos com as famílias que constituiu. Engenheiro José Chacon foi um ícone da Engenharia e merece ter seu nome perpetuado na história para ser lembrado entre os pares e os novos engenheiros e profissionais do sistema", disse Krüger.

As Plenárias de junho serão retomadas na quinta-feira (27/6), às 9h, e seguem até sexta-feira (28/6).

Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Marck Castro/Confea