Sociedade Brasileira de Fruticultura promove XXVIII Congresso

Apresentação durante o XXVII Congresso Brasileiro de Fruticultura, em Florianópolis, em 2022: principal evento do setor retoma bianualidade a partir de 2025
Apresentação durante o XXVII Congresso Brasileiro de Fruticultura, em Florianópolis, em 2022: principal evento do setor retoma bianualidade a partir de 2025

Brasília, 1º de novembro de 2023.

Com o tema “Tecnologia e Sustentabilidade”, a Sociedade Brasileira de Fruticultura realiza, de 6 a 10 de novembro, no Centro de Eventos da Fenadoce, em Pelotas-RS, o XXVIII Congresso Brasileiro de Fruticultura, evento bianual apoiado com R$ 30 mil por meio da política de locação de estandes do Confea. O investimento na geração de conhecimentos e tecnologias para a produção de frutas, “refletindo-se em maior oferta de produtos de alta qualidade nutricional, podendo gerar, de fato, não somente mais saúde e qualidade de vida, mas um ambiente produtivo mais sustentável”, é o objetivo do evento, segundo o presidente da entidade, eng. agr. Henrique Belmonte Petry. 

De 8 a 9/11, acontece paralelamente o V Encontro Nacional de Olivicultura. “Nós temos realizado nos últimos Congressos eventos paralelos, como forma de apoio, de sincronia de assuntos e de sinergia, considerando que normalmente o público é o mesmo. Nos últimos eventos a gente tenta enquadrar alguma coisa nesse sentido, até porque a fruticultura é muito ampla, abrigando da maçã ao cacau”.

Estande do Confea e do Crea-SC no evento realizado em Florianópolis no ano passado
Estande do Confea e do Crea-SC no evento realizado em Florianópolis no ano passado



A preocupação em discutir e divulgar informações sobre avanços científicos e tecnológicos relacionados à fruticultura e promover a interação entre pesquisadores, professores, extensionistas, acadêmicos, produtores e técnicos de empresas públicas e privadas e ainda ONGS ligadas ao setor também está entre as metas dos dois eventos. Palestras, mesas redondas, conferências, simpósios, fóruns, minicursos, e estudos de casos de sucesso integram as atividades, abertas por visitas técnicas no primeiro dia.

Para o promotor do Congresso Brasileiro de Fruticultura, a importância da parceria com o Confea está relacionada ao papel da Agronomia e das demais atividades do Sistema para o fortalecimento da área. “Assim como as parcerias com os Crea onde normalmente está sendo recebido o Congresso, esse intercâmbio com o Confea é de suma importância por conta da relevância do setor. O Brasil é o terceiro maior produtor de fruta do mundo, só fica atrás da China e da Índia. Nossas frutas sempre foram um dos nossos atrativos, o que é reflexo da nossa produção. A gente consegue produzir maçã, pera e uva em regiões bastante frias e também adaptando essas espécies até para o clima tropical, como em Pernambuco. Foi feito historicamente esse trabalho. Então, essa ação com o Confea, com os Crea, reforça o papel dos engenheiros agrônomos e de áreas afins para ter o apoio da entidade que representa as profissões do Sistema”, descreve.

Congresso aglutina profissionais de diversas áreas do Sistema
Congresso aglutina profissionais de diversas áreas do Sistema

Confira alguns destaques da programação:
•    7/11: Conferência “Mudanças climáticas e sequestro de carbono em áreas cultivadas com frutas” – Prof. Moreno Toselli (Universidade de Bolonha, Itália)
•    7/11: Reunião da Câmara Setorial Nacional de Fruticultura
•    7/11: Simpósio “Adubação e fertirrigação na fruticultura: impacto na produção, qualidade de frutos, subprodutos e ambiente”
•    8/11: Conferência “A fruticultura e as tecnologias: como será no futuro” – Prof. Luca Brilhante (Fresno State University, Califórnia, USA)
•    8/11: Simpósio “Materiais genéticos na fruticultura: novos modelos de negócios”
•    8/11: Palestra “Recursos genéticos de oliveiras e seu papel na sustentabilidade do cultivo” – Dra. Angjelina Belaj Memaj - curadora do Banco Mundial de Germoplasma de Oliveiras
•    9/11 Fórum “Passado, presente e futuro na graduação e pós-graduação” –  Dr. Gustavo Maia Souza – chefe do núcleo de Interdisciplinaridade, Avaliação e Planejamento da Pós-Graduação (NIAPP/PRPPG/UFPel)
•    9/11 Palestra “A olivicultura na região Sudeste do Brasil” – Dr. Luiz Fernando de Oliveira da Silva – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig-MG
•    9/11 Palestra “Mercado do azeite brasileiro: estratégias de comercialização” – Azeitóloga Ana Beloto, autora do livro “Azeite-se: histórias, curiosidades e receitas”
•    10/11 Conferência “Melhoramento genético em frutíferas: passado, presente e futuro” – Profa. Maria do Carmo – Embrapa Clima Temperado
•    10/11 Simpósio “Uso de tecnologias para diagnosticar a procedência de frutas em diferentes sistemas de cultivo”
•    10/11 Fórum “Desafios da extensão rural na fruticultura”

Clima
A primeira conferência do Congresso Brasileiro de Fruticultura, do professor italiano Moreno Toselli (Universidade de Bolonha), abordará o tema “Mudanças climáticas e sequestro de carbono em áreas cultivadas com frutas”. Diante dos desafios enfrentados nos últimos anos pela agricultura brasileira, a exemplo de outros países, Henrique Belmonte considera que as flutuações de produção em nível nacional são naturais. “Nossa fruticultura é muito democrática, produz frutas em todas as unidades da federação, e até o mesmo tipo de frutas em regiões diferentes”. 

O engenheiro agrônomo ressalta que os pomares são estruturas pensadas em longo prazo. “Salvo algumas culturas que são de cultivo anual, bianual, a maioria é pensada em longo prazo. Proteger das intempéries é um tanto caro. Mesmo com ferramentas, o dano é grande. No Sul, os produtores têm que proteger com telas antigranizo porque o seguro normalmente não compensa os danos. Já em outras regiões, o problema é diferente. Houve algumas regiões com muitas chuvas também, o que afetou a produção de uva no Vale São Francisco. Essas coisas são cíclicas. O fruticultor deve pensar em longo prazo, 30 anos ou mais. Mas as mudanças climáticas nos preocupam porque o aumento de intempéries muito graves vai acabar gerando problemas e precisamos adaptar o nosso sistema de produção para que ele seja sustentável, mesmo nesse período de maior perigo”, diz, informando que não há dados disponíveis sobre essas perdas.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea