Confea e embaixada japonesa reforçam divulgação de bolsas de estudo

Brasília, 18 de setembro de 2023.

A aproximação entre o Confea e a Embaixada do Japão para a divulgação de bolsas de estudos e de capacitações promovidas pelo governo japonês, bem como pela Japan International Cooperation Agency – JICA, sob a intermediação da Rede Nikkey - REN Brasil, foi objeto de encontro entre a chefe do Setor de Acordos e Representações (Setar), eng. amb. Kaori Akagi, o embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, e a diretora da REN Brasil, Lesley Ishii. O encontro foi mantido na última quinta-feira (14/9), por ocasião do evento intitulado “Tradição e Empoderamento Feminino”, com a CEO da Kinsuisho Sake Brewery, Miyuki Saito, reunindo 30 mulheres de diversos setores na embaixada do Japão.
 

 À esquerda, diretora da REN Brasil Lesley Ishii Ao Centro – Embaixador Teiji Hayashi À direita, chefe Setar Confea Kaori AKagi

Diretora da REN Brasil Lesley Ishii; embaixador japonês no Brasil, Teiji Hayashi, e chefe do Setar Confea, eng. amb. Kaori AKagi


O acordo de cooperação técnica deverá ser firmado até o início do próximo ano e tem como um de seus maiores entusiastas o conselheiro federal e diretor do Confea eng. eletric. eletron. Genilson Pavão, cujas graduações foram realizadas por meio do programa, entre 1992 e 2002. 

“Estamos demonstrando o nosso interesse em desenvolver essa parceria, daí a importância da participação do Confea no evento promovido pela Embaixada do Japão. Durante sua apresentação, a senhora Saito compartilhou conceitos de liderança, inovação e tradição que permeiam a sua gestão à frente do negócio familiar iniciado em 1895”, informou Kaori Akagi.

Capacitações abrangentes 
O ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia (MEXT) do Japão oferece seis diferentes modalidades de bolsas de estudo para estrangeiros em universidades japonesas. Anualmente, são disponibilizadas vagas em diversas áreas de estudo, inclusive, Engenharia, Agronomia e Geociências nas modalidades de pesquisa (pós-graduação), graduação, treinamentos e cursos profissionalizantes. “O acordo de cooperação técnica terá o objetivo de difundir essas oportunidades junto aos profissionais interessados”, diz Kaori Akagi. 

Segundo a chefe do Setar, no Brasil, os processos seletivos para as bolsas MEXT vêm sendo realizados pelas representações diplomáticas japonesas (embaixada, consulados e escritórios consulares), desde 1956. Ela acrescenta que as informações sobre Bolsas de Estudo MEXT (Monbukagakusho) e outras podem ser acessadas diretamente no site da Embaixada, JICA e  REN Brasil.

Assim como para as pós-graduações, as inscrições para os cursos de graduação oferecidos pela Embaixada para 2024 já foram concluídas, abrangendo as áreas de Engenharia Elétrica, Eletrônica, Engenharia da Informação, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Engenharia Ambiental, Engenharia Química, Engenharia Têxtil, Engenharia Metalúrgica, Engenharia de Minas, Engenharia Marítima, Engenharia Agrícola e Engenharia Florestal, entre outras áreas. 

No caso dos treinamentos oferecidos da Japan International Cooperation Agency (JICA) que já receberam mais oito mil profissionais de países em desenvolvimento, os cursos se voltam a aspectos como planejamento e desenvolvimento, administração pública, empreendimentos públicos, transporte, infraestrutura social, comunicação e informação, agricultura, pecuária, floresta, pesca, mineração, comércio, turismo, saneamento e seguridade social, entre outros. 


Confira a lista prévia de cursos da JICA com inscrições abertas para o período 2023-2024 (março).

“Desde o ano passado, iniciamos as tratativas para promover a divulgação das bolsas de estudos em nível de graduação e pós-graduação que possibilitam que muitos profissionais e futuros profissionais possam aperfeiçoar seus conhecimentos, tendo como principal critério o conhecimento da língua japonesa”, descreve a representante do Confea. Ainda segundo Kaori, as tratativas estão sendo conduzidas pelo Confea e poderão proporcionar bons resultados para os profissionais e futuros profissionais brasileiros.


Conselheiro ex-bolsista
Kaori cita o caso do conselheiro federal e diretor do Confea, eng. eletric. eletron. Genilson Pavão. Atualmente acompanhando o 51º Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (Cobenge), no Rio de Janeiro, ele conta que participou da seleção para o programa junto ao consulado japonês em Belém. “Passei na prova para receber a bolsa, do colégio de tecnólogos e vivi inicialmente seis meses em Tokyo, onde participei de um curso de língua japonesa aplicada. Mesmo sem nenhuma noção prévia, passei na prova de proficiência e fui para Wakayama”, diz. 

O curso de Engenharia Elétrica foi desenvolvido junto à Wakayama National Colege of Technology. “Não havia diálogo em inglês, era tudo em japonês, por meio de dicionários. Após essa formação, cursei engenharia eletrônica na Nagaoka University of Technology, trabalhando ainda na Mitsubishi e na Nissan”. Ao retornar ao Brasil, Genilson Pavão trabalhou em projetos conduzidos por multinacionais como Alcoa Billington, MPX, OGX, GE, Alston, Duro Felguera, Initec Energia e Iberdrola, além da Vale S.A.

Conselheiro Genilson Pavão, de camisa preta, ao lado de colegas brasileiros em universidade japonesa
Conselheiro federal eng. eletric. eng. eletron. Genilson Pavão, de camisa preta, ao lado de colegas brasileiros em universidade japonesa



“O estudo que o governo japonês me proporcionou, através da bolsa, foi um grande aprendizado cultural, educacional, além de instrumental psicológico. Você vê não somente a engenharia na dimensão no estado da arte, mas quão importante é a engenharia para o desenvolvimento de um país com poucos recursos naturais, como ele consegue ser um país industrial pautado na cultura samurai e em um projeto de país com preços até mais competitivos do que o Brasil que tem abundância de recursos. Isso foi impactante. Ver como aquele pequeno pedaço do mundo tinha um grande mar de possibilidades que o egresso pode trazer para o Brasil. O grande desafio é aproximar o que tem de melhor da engenharia japonesa para ajudar a desenvolver o Brasil. Por isso, a importância de aprimorar esse intercâmbio para aprender, esse é o grande desafio do Confea”, considera o conselheiro federal.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea