Brasília (DF), 04.05.2005
No segundo dia da III Oficina de Educação Corporativa, na parte da manhã, os painéis sobre “Estímulo ao Desenvolvimento de Metodologias e Modelos Aplicáveis à Gestão de Unidades de Educação Corporativa” e “Desenvolvimento de atividades de Educação Corporativa e Modelo para um Sistema de Informação”, prenderam a atenção dos participantes.
A oficina realizada com o apoio total do MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), vem provocando a aproximação de empresas, do próprio MDIC e dos ministérios de Educação e Trabalho no diálogo para tratar a questão da educação corporativa.
Na entrevista a seguir, José Rincon Ferreira, diretor de Articulação Tecnológica da Secretaria de Tecnologia Industrial, do MDIC, faz um balanço deste terceiro encontro e diz que é preciso criar uma cultura da educação corporativa no país.
Confea Qual a posição do governo federal com relação à educação corporativa?
Rincon Nós, enquanto ministério do Desenvolvimento, devemos fazer com que a educação corporativa se multiplique nas empresas. O MDIC, o secretário Jaquaribe e sem dúvida o ministro Furlan - que antes de ocupar o cargo era empresário e criou uma universidade corporativa em sua empresa , acredita nessa ferramenta. Ele assegura que o Brasil só conseguirá manter o atual patamar de crescimento de exportação, se as atividades de capacitação do setor empresarial forem mantidas. E essa capacitação implica em tecnologia de informação e para isso você tem que ter um bom sistema de tecnologia de informação funcionando com maior capilaridade nas grandes e sobretudo médias empresas. Com ela, você dará mecanismos para o comércio eletrônico, para inovação e acima de tudo, capacitação.
Confea Por que realizar a III Oficina de Educação Corporativa no Confea?
Rincon A escolha do Confea tem tudo a ver com a forma como ele vê desenvolvimento do Brasil, que é a mesma com que o MDIC. Neste evento, estamos tendo todo o apoio e entusiasmo do Confea com quem temos identidade de ações.
Confea Como o senhor avalia esta terceira oficina de educação corporativa, e como fica a questão da certificação dos funcionários que se qualificam ?
Rincon Quem tem avaliado bem esta oficina são os participantes. Nós, do ministério, sentimos que a cada reunião avançamos mais. Existem aspectos da academia e aí é o ministério da Educação, e o ministério do Trabalho a quem cabe o ensino técnico, que têm de ver a realidade, a importância da educação corporativa. Mas eles têm que estudar como será o processo de certificação. Mas, se nós do MDIC, interrompêssemos a realização dessas oficinas, não estaríamos proporcionando este diálogo. É através das oficinas que vamos superar a questão da certificação.
Confea Como levar a educação corporativa para a pequena e média empresa?
Rincon Primeiro temos que criar uma cultura da educação corporativa. A realização de eventos como este em que as pessoas não pagam para participar , propicia que possamos trazer outros atores . Esta aqui, por exemplo, a Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas Tecnológicas que pretende criar com o Sebrae, tornar as ações deles mais abertas para as atividades de educação corporativa e existem vários modelos de educação corporativa, um deles é o modelo aberto que permite a capacitação de várias empresas. Por exemplo, o Banco do Brasil tem, enquanto modelo, a sua universidade corporativa aberta para outras entidades do setor financeiro. Esse tipo de modelo vai favorecer. Se o Sebrae se apaixonar pelo tema, e ser parceiro no tema, nós vamos chegar à pequena e média empresa, mas antes de mais nada é preciso reforçar e reproduzir essa educação corporativa.
Confea Qual o próximo passo do MDIC com relação à educação corporativa?
Rincon O próximo passo é a formação de um comitê gestão da universidade corporativa, onde os assuntos terão mais agilidade. Esse grupo seria composto pelos ministérios da Educação, Trabalho, o MDIC e a Abec.
Maria Helena de Carvalho
Da Equipe da ACOM