Confea promove debate sobre revitalização do setor de Transportes

Brasília (DF), quinta-feira, 16 de setembro de 2004.

A economia brasileira está dando
sinais de recuperação e segundo o Ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, alguns especialista já admitem a hipótese de crescimento superior à meta de 5% para 2004. Os índices animadores, principalmente em relação às exportações, que caminham para os US$ 90 bilhões, um aumento de 50% em relação aos últimos dois anos, comprovam a retomada de fôlego dos setores produtivos.

Nesse contexto, o presidente do Confea, eng. Wilson Lang, fez um alerta: a revitalização do setor de transportes no País é vital para que o otimismo econômico não seja passageiro. Lang participou da abertura do seminário "Políticas de Gestão de Investimentos em Infra-estrutura de Transportes", realizado no dia de ontem (16/09), na sede do Confea.

O encontro reuniu representantes do Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (DNIT), Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (ANEOR), Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de Estradas de Rodagem, Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANUT), Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre outros.

"Reestruturação do DNIT é o passo inicial", afirmam palestrantes

O seminário exibiu um diagnóstico na área de transportes, e evidenciou a necessidade de modificação do atual modelo de gestão. Segundo Wilson Lang, a situação é crítica. "Estamos perto de um apagão nessa área. Precisamos valorizar o capital humano, que não se forma da noite para o dia, e carece de treinamento, instrumentos e melhor remuneração".

O presidente do Crea-MG, eng. Marcos Túlio de Melo, que representou do Colégio de Presidentes do Sistema Crea/Confea, considerou a reestruturação do Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (DNIT), órgão responsável pelas políticas públicas no setor, como o primeiro passo para se mudar o panorama do setor no Brasil.

O DNIT foi criado em 2001, em substituição ao extinto DNER. De acordo com Cloraldino Soares Severo, consultor e ex-ministro dos Transportes, a mudança eliminou um quadro profissional experiente e, hoje, o órgão funciona com boa parte dos funcionários contratados em regime de terceirização. "O Estado não pode ficar omisso nesta questão. Falta qualidade profissional no DNIT, nossas rodovias estão em mau estado de conservação e isso é péssimo para o crescimento econômico do País, que precisa de um escoamento adequado de sua produção".

Cloraldino Severo falou ainda sobre o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte, o CONIT. "Existe no papel, mas não funciona na prática. É preciso descentralizar as ações, articular as políticas públicas e estabelecer um limite para que a defesa de interesses não crie impasses para o avanço dos Transportes. Nesse sentido, a reformulação do DNIT e a efetivação do CONIT são fundamentais".


Pedro Henrique Barreto - Jornalista Convidado