Brasília, sexta-feira, 27 de setembro de 2002. Os assessores dos candidatos à presidência da República que participaram da Exposição Temática Nacional, promovida pelo Confea, foram comedidos quanto a valores de investimentos e anúncios de grandes projetos na área de infra-estrutura. O tema, que ocupou o penúltimo bloco do evento, mostrou que a cautela será a principal providência do futuro governo. O representante do candidato Ciro Gomes, engenheiro naval Francisco Barreto, respondeu à pergunta sobre Saneamento Básico dizendo que este setor deve caminhar ao lado dos projetos de habitação, uma vez que todos os investimentos em áreas já habitadas são bem mais vultuosos. "Vamos redefinir e propor ao Congresso Nacional toda uma nova política não só de saneamento básico, mas de gestão de recursos hídricos, de controle da poluição ambiental e de todas as áreas que se correlacionam ao tema", explicou.O engenheiro químico Marcos Abreu, representante do candidato Anthony Garotinho, falou sobre o setor elétrico. Sem dizer quanto e como investir para evitar um futuro desabastecimento de energia elétrica, Abreu limitou-se a dizer que não basta haver entrada de capital estrangeira se as regras internas não estiverem bem definidas. "Quem investir em energia terá que ter um retorno justo e isto não ocorre hoje". Abreu acrescentou que há a necessidade urgente de mudança nas leis de concessão e de geração de energia para a iniciativa privada, mas que não se pode mudar o jogo no meio. "No Governo Gatoinho nada será abrupto e nehuma mudança vai acarretar conseqüências ruins ou indenizações impagáveis", salientou.Questionada sobre as matrizes alternativas de energia que receberão investimentos de um possível governo José Serra, a socióloga Maria Sasaki, disse que na questão do abastecimento é preciso repensar a substituição do petróleo. "A crise no Oriente Médio está elevando o preço internacional do petróleo e os estudos apontam que as reservas mundiais se esgotarão em 50 anos", apontou. Como alternativa, a representante do candidato José Serra apresentou o projeto do Novo Pró-Alcool, uma reedição do antigo projeto que alavancou a produção de automóveis movidos a álcool na década de 80. "Desta vez não vai haver subsídios do Governo, nem dinheiro pendurado no Banco do Brasil", disse Sasaki. Segundo a representante, a idéia é utilizar o potencial brasileiro na produção de açucar, que supre 1/3 do mercado mundial, para produzir um combustível alternativo mas sem os erros do passado.Por fim, o representante do candidato Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à pergunta sobre investimentos na área dos transportes e quais modalidades receberão mais estímulos do Governo. Delman Ferreira, da equipe do Plano de Governo de Lula, disse que o objetivo de todo novo investimento será o escoamento da produção e a exportação. Por isso, disse ele, vamos "criar alternativas inteligentes dentro de um projeto de multimodalidade de transporte, que cubra as necessidades desde a estrada vicinal, passando pela melhoria e implantação de novas rodovias, construção de terminais eficientes, centrais de cargas e implantação de uma cadeia logística", concluiu. Karen Verszbickas - Fábrica de Comunicação
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