Ministros do Brasil e do México mostram estratégias para ampliar ACE 53

Brasília (DF), sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004. Reduzir o custo Brasil e melhorar a infra-estrutura.
"Ministro do México, Fernando Canales Clariond"
Essas são as duas vertentes da política industrial e de comércio exterior brasileiro no governo Lula. A informação é do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, exposta a um grupo de empresários brasileiros e mexicanos na VI Reunião Plenária do Comitê Brasil México, realizada no último dia 12 de fevereiro na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).Furlan endossou as palavras do presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, e do vice-presidente da CNI, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que o antecederam na palestra, no que se refere a reconhecer que as relações comerciais entre Brasil e México são tímidas e insuficientes devido as potencialidades dos dois países.Mas o ministro sinalizou mudanças nesse quadro afirmando que a orientação do presidente Lula é para desenvolver efetivamente uma agenda de política e de comércio exterior com formulação de propostas concretas."Desenvolvimento se faz com condições para que as empresas invistam e a experiência mexicana serve para o Brasil no sentido desse caminhar com solidez para o desenvolvimento", disse o ministro se referindo aos juros hoje praticados no México, bem abaixo do brasileiro.O México é destino de 3,7% das exportações totais brasileiras, o que significa apenas 1,9% das importações totais mexicanas. O comércio entre os dois países cresceu nos últimos dez anos. Passou de US$ 1.313 milhões em 1993 para US$ 3.274 milhões em 2003, mas mesmo assim as importações provenientes do México perderam participação no total das compras externas brasileiras nesse período. Complementação Econômica - Em julho de 2002 Brasil e México assinaram acordo que determina a eliminação ou redução de tarifas entre os dois países para 796 produtos: Acordo de Complementação Econômica (ACE 53).Um dos objetivos da reunião do Comitê Brasil México é aprofundar esse acordo, que é considerado limitado em termos de abrangência e valor de comércio, o que justifica os esforços para ampliá-lo.De acordo com o ministro Furlan o maior fluxo de mercadorias entre os dois países é do setor automotivo e auto peças. Os motores de explosão para veículos aparecem como principal produto importado pelo Brasil do México, com 6,7% de participação. Os tubos catódicos de televisão estão presentes nas duas pautas e alguns produtos eletroeletrônicos e químicos também estão entre os principais importados pelo Brasil.O Brasil importa os motores de explosão do México e exporta para aquele país os automóveis com os referidos motores. Carrocerias para veículos automotores, terminais portáteis de telefonia celular, pneus para ônibus e para caminhões, motocicletas estão também na lista de produtos que o Brasil vende para o México. Furlan falou do trabalho conjunto que o governo está realizando com a participação de vários órgãos e ressaltou que os empresários podem esperar um trabalho de equipe do Governo e não uma disputa de Ministério. "Temos compromisso com o resultado. Queremos que o governo ganhe o campeonato do desenvolvimento sustentado da economia".Panorama mexicano - O secretário de economia do México, Ministro Fernando Canales Clariond, falou sobre o crescimento econômico do país, a competitividade, os foros sociais e o apoio às pequenas e médias empresas. Eles mostrou um México de 100 milhões de habitantes, democracia recente - primeiro presidente depois de 70 anos de regime de um único partido -, política econômica com alguma dificuldade e o Congresso sem nenhum partido com maioria, sendo necessária negociação com pelo menos três dos maiores para aprovar qualquer coisa.Clariond que a estratégia do governo Fox - há três anos no poder - é um ataque efetivo à inflação, que registrou 3.9% o ano passado, política cambial de acordo com a oferta e demanda e promoção do desenvolvimento interno.O Comércio com o Brasil o ano passado somou 3,2 milhões de dólares. O Brasil é o quinto principal fornecedor de produtos importados pelo México. "Nossa estratégia é continuar com a liberação econômica. Já existem 13 tratados de livre comércio com o Brasil. Queremos equilibrar nosso comércio internacional, que hoje representa um terço do PIB", informou. Bety Rita Ramos - Da Equipe da ACS