Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal do Acre (Ufac), em 1992; Formado em Curso de Professores pela Ufac, em 1996; Especialista em Planejamento e Administração Florestal pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), em 1998; Especialista em Engenharia de Produção e Marketing para Gestão Empresarial pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2001; Mestre em Engenharia Florestal e Florestas de Produção pela Ufla, em 2005; Doutor em Ciência de Florestas Tropicais e Manejo Florestal pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em 2014
Nascimento: Alfenas (MG), 15 de setembro de 1969
Indicação: Associação dos Engenheiros do Estado do Acre (Aeac), Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Acre (Aeaeac) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Acre (Crea-AC)
Desde menino, Evandro Orfanó Figueiredo sabia que seria engenheiro agrônomo, como se a luz que o guiava para aquele certo caminho profissional jamais soubesse o que era falhar. “Não houve uma busca por profissão. Meu pai chegou a se formar em Farmácia, mas sempre foi trabalhador rural – agricultor, cafeicultor… então, para mim era uma coisa de família, de ver meu pai trabalhar”, conta.
Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde 1998, em 2007 Evandro liderou a equipe que desenvolveu o Modelo Digital de Exploração Florestal, o Modeflora. “A ideia era georreferenciar e digitalizar todos os recursos da floresta tropical para que as equipes pudessem entrar em campo não mais com as anotações em caderneta, e sim com GPSs, onde eram registradas todas as informações da diversidade da floresta: relevo, hidrografia etc. Cada árvore, cada detalhe ambiental recebia uma coordenada geográfica que era um endereço único, digitalizado. Isso facilitava muito a correta execução do planejamento e da fiscalização, além de dar transparência para o manejo florestal, que anteriormente não havia. Antes, o manejo era quase que uma peça de ficção”, conta Evandro.
Nascido no Acre, o Modeflora passou a ser adotado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pelos órgãos estaduais de meio ambiente, por certificadoras de madeira, entre outros agentes. “Foi um grande avanço na época”, celebra o condutor desse processo. Hoje, o Modeflora virou resolução e política pública, sendo adotado integral ou parcialmente em 100% dos manejos na Amazônia Ocidental, bem como é o método preconizado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) a ser empregado nas Florestas Nacionais sob concessão.
Atualmente Evandro Orfanó Figueiredo trabalha na formação de um banco de dados de imagens aéreas de copas de árvores de interesse comercial e situações ambientais (mortalidade de árvores, ação antrópica de corte, queda natural, madeira serrada) que serão usadas para desenvolver e treinar algoritmos de inteligência artificial. Esses algoritmos funcionam como um operário de campo hábil na identificação de espécies, georreferenciamento de copas e extração de métricas de copa. Com isso, o planejamento florestal caminha para a semiautomação com altas produtividade e precisão. Trata-se do Geoflora, equipamento que consegue inventariar dois mil hectares de floresta por dia (uma equipe de seis pessoas consegue inventariar 20 hectares por dia).
Evandro conta que antes de ter os algoritmos liberados para fins civis e poder aplicá-los com o Geoflora, sua equipe utilizou a tecnologia ‘Lidar’ (lê-se “Laida”), um laser aerotransportado acoplado ou em aeronaves ou em drones, que desenha a floresta em 3D, do solo até o ápice da copa. “Com ele você tem a floresta em detalhe muito rico”, conta. A desvantagem é o altíssimo custo da tecnologia. “Hoje, utilizamos apenas para aferir a qualidade de algumas de nossas estimativas”, pontua Evandro. “Desde 2020, passamos a priorizar o Geoflora”.
Inventariante da floresta, Evandro cria mecanismos para realizar seu trabalho com cada vez mais maestria. Com as botas sujas de terra firme no solo e os olhos acompanhando o drone, o mineiro-acriano ora homenageado é o engenheiro agrônomo que alcança o céu em vida, lançando as coordenadas necessárias para o melhor manejo florestal possível.
Trajetória profissional
Conselheiro e parecerista do Conselho Municipal de Meio Ambiente – Condema, da Prefeitura Municipal de Rio Branco – PMRB (1992); Engenheiro agrônomo do Instituto do Meio Ambiente do Acre – Imac (1993-1995); Conselheiro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama (1994); Perito do Ministério da Justiça (1995); Colaborador técnico do Ministério do Meio Ambiente (1997-1998); Conselheiro da Câmara Técnica de Meio Ambiente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra (1998); Pesquisador na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa (1998-atual); Coordenador do Grupo de Pesquisa Florestal da Embrapa (2017-atual); Professor permanente da pós-graduação de Ciência Florestal na Universidade Federal do Acre – Ufac (2017-atual).