Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Mato Grosso, em 1974, com licenciatura em Matemática pela Universidade de Goiás, em 1969; Especialista em Estruturas Metálicas pela Universidade de São Carlos (SP); Especialista em Projetos, Planejamento e Fiscalização em Usinas Hidroelétricas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Nascimento: Cuiabá (MT), 14 de junho de 1947
Falecimento: Cuiabá (MT), 17 de agosto de 2021
Indicação: Instituto Mato Grossense das Entidades de Agronomia, Geologia e Engenharia (Imeage) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT)
Muito do desenvolvimento de Mato Grosso passou pelas mãos de Benedito Eliseu Schuring, engenheiro que, entre outras atividades, coordenou por 15 anos a implantação de pequenas centrais hidroelétricas pelo estado. Participante ativo na divisão de Mato Grosso, em 1977, Schuring projetou diversas cidades, como Brianorte e as extensões de Nova Maringá e de São José do Rio Claro.
Não se sabe se Benedito gostava mais de Engenharia ou de Cuiabá, onde nasceu e cresceu. Morou fora poucas vezes, para se capacitar, mas, sem exceção, voltava para aplicar o conhecimento adquirido em seu Mato Grosso. “Ele sempre foi do raciocínio lógico, muito prático. Cresci vendo essa praticidade nele”, conta Silvia Helena Schuring, filha de Benedito. Seu primeiro projeto foi a casa onde criou a própria família. O projeto seguinte de Schuring foi o segundo edifício de Cuiabá, o condomínio residencial Boa Esperança. “Ele se sentia muito satisfeito com a escolha da profissão”, garante Silvia.
Entusiasta da vanguarda tecnológica, foi Schuring o primeiro a comprar um computador em Mato Grosso, da marca Olivetti, por volta de 1975. “Cresci vendo a evolução da informática na Engenharia, ele comprava computadores, calculadoras. A diversão do sábado de manhã era visitar obra com o papai, sempre vivenciamos a Engenharia”, conta Silvia.
De tanto levar assuntos de trabalho para casa, Benedito acabou por influenciar seu filho André Luiz Schuring, também engenheiro civil e atuante no Sistema Confea/Crea Mútua – chegou a ser conselheiro federal. “A gente vivia engenharia”, confirma André, ao se lembrar de quando seu pai o levou à primeira feira de informática realizada no Brasil, em São Paulo. “Cheguei a prestar o vestibular de medicina, mas mudei de ideia por conta da feira, lá havia muita tecnologia”, conta André.
Em 1989, Benedito criou a Schuring Engenharia, empresa com a qual realizou diversos projetos nas áreas de inventários e de usinas – dentro e fora de Mato Grosso –, além de prestar consultoria técnica. Benedito também trabalhava bastante com avaliações e perícias, tendo sido um dos fundadores do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Mato Grosso – seu número de matrícula como membro do Ibape-MT é nove.
No Sistema Confea/Crea e Mútua, ingressou formalmente em 2002, quando teve início seu primeiro mandato como conselheiro regional. No sistema profissional, além de se dedicar à Engenharia Civil, enveredou pelos caminhos da Ética Profissional, tendo sido coordenador da Câmara Especializada no assunto e participado de debates nacionais sobre deontologia na profissão.
Sobre a ávida vontade de se capacitar do pai, Silvia guarda uma hipótese: “Ele começou os estudos muito tarde, foi alfabetizado com oito, nove anos de idade, porque tinha problema de saúde e não o deixavam ir para a escola. Então, ele tinha essa ansiedade de aprender”. Já André lembra da forma como o pai era professor. “Ele tinha ânsia de ensinar, de fazer todo mundo aprender. O tratamento entre colegas engenheiros tinha que ser de colega, jamais de concorrente, ele sempre incentivava a cooperação. Com base nesse espírito dele de formar as pessoas, eu tento trilhar meus passos como engenheiro”, enfatiza André, que já foi colega de chapa do pai em eleições para conselheiro regional de Engenharia e Agronomia.
Benedito só deixou de trabalhar no último ano de sua vida, mesmo lutando contra o avanço da Doença de Alzheimer, da qual era vítima. “Ele sempre foi muito dedicado à Engenharia, foi difícil conscientizá-lo de que não poderia mais trabalhar”, comenta Silvia. Em 17 de agosto de 2021, Benedito Eliseu Schuring faleceu devido a uma pneumonia forte, deixando esposa, Zila da Silva Schuring, dois filhos, André e Silvia, três netos, e uma Certidão de Acervo Técnico recheada de projetos concluídos.
Trajetória profissional
Diretor do Departamento de Viação e Obras Públicas do Estado de Mato Grosso (1976-1983); Presidente da Comissão de Formação do Distrito Industrial de Cuiabá (1980-1982); Coordenador de Implantações de Pequenas Centrais Hidroelétricas, na Centrais Elétricas Mato-grossenses – Cemat (1983-1998); Assessor técnico da Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado de Mato Grosso (1988-1989); Diretor-presidente da Schuring Engenharia (1989-2020); Assessor técnico da Diretoria de Construção da Secretaria de Obras do Estado do Mato Grosso (1994-1996); Membro do Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícia de Engenharia de Mato Grosso – Ibape-MT; Conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de Mato Grosso – Crea-MT (2002-2005 e 2009-2012).