Engenheiro florestal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em 1968;
Mestre e Doutor em Inventário e Biometria Florestal pela Purdue University, nos Estados Unidos, em 1973 e 1975, respectivamente
Nascimento: Visconde do Rio Branco (MG), 22/04/1946
Falecimento: Belo Horizonte (MG), 23/04/2021
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG)
O nome do engenheiro florestal Francisco de Paula Neto figura entre os pioneiros da área no Brasil. Ele concluiu a graduação na mesma década em que o primeiro curso foi estabelecido no país e, logo após se formar, engajou-se na docência. Sua atuação foi fundamental na formação de novas turmas de profissionais, o que resultou em uma valiosa contribuição para o desenvolvimento do ensino e do mercado florestal no Brasil.
Na renomada Universidade Federal de Viçosa (UFV), Francisco passou de estudante a professor conforme planejara: com entusiasmo e por vocação. Na docência, ficou conhecido por sua abordagem acessível e seu compromisso em ajudar os alunos a atingirem o sucesso acadêmico e profissional.
Engenheiros florestais formados por Francisco de Paula Neto reconhecem que a habilidade em compartilhar experiências e oferecer orientação era sua marca maior. Ele tinha o dom de despertava o espírito crítico nos alunos, apoiando seus esforços e demonstrando uma preocupação genuína por aqueles que enfrentavam desafios. Esse comprometimento foi determinante na construção das carreiras dos egressos, deixando um legado duradouro.
Além do compromisso com o ensino, Francisco obteve destaque na área de pesquisa. Publicou mais de 60 trabalhos técnicos e científicos em revistas especializadas. Também prestou consultoria em análise e avaliação de projetos, bem como em trabalhos de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico.
Em parceria com dois especialistas, coescreveu o livro Dendrometria e Inventário Florestal, cujo objetivo era fornecer a universitários e profissionais do setor um material de consulta com os procedimentos e métodos de cálculo mais usuais em mensuração e biometria florestal. Publicado pela Editora da UFV em 2007, a obra ganhou notoriedade pelo capítulo referente à quantificação de biomassa e carbono de árvores individuais, tema que não era frequente em livros desta área na época.
Afora as atividades acadêmicas, Francisco participava ativamente de projetos para melhoria do ensino e fortalecimento da valorização profissional, sendo alçado à presidência da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (Abeas) na década de 1990. O trabalho na entidade visava promover pesquisa de extensão no campo das ciências agrárias; subsidiar a formulação de políticas; estimular o desenvolvimento da educação agrícola superior e da educação ambiental; e apoiar ações voltadas para a produção nacional, dentro dos princípios de sustentabilidade.
O empenho em consolidar a valorização profissional motivou o engenheiro florestal a ocupar um assento no plenário do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), entre 1993 e 1998. No biênio seguinte, assumiu a direção da Caixa de Assistência dos Profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Mútua).
Em todas as esferas de atuação, Francisco elevou a Engenharia Florestal no Brasil a uma profissão de relevante contribuição para a sociedade, abrangendo aspectos científicos, ambientais, econômicos, sociais e de representação classista. Como resultado de seu trabalho incansável no ensino e na pesquisa, centenas de profissionais foram formados com uma base sólida, prontos para enfrentar os desafios da área.
Trajetória profissional
Na Universidade Federal de Viçosa – UFV, professor (1969-1992), coordenador de disciplinas da Graduação em Engenharia Florestal e da Pós-graduação em Ciência Florestal, presidente das Câmaras Curriculares dos Cursos de Graduação das Ciências Agrárias, presidente da Sociedade de Investigações Florestais, chefe do Departamento de Engenharia Florestal e da Diretoria do Centro de Ciências Agrárias; Integrou bancas de teses na UFV e em outras universidades federais; Participou de mais de 70 concursos de instituições públicas e universidades brasileiras; Em orientação e aconselhamento de estudantes, participação direta em 20 monografias, 30 seminários, 20 teses de mestrado e em dez teses de doutorado; Membro do Comitê Assessor de Engenharia Agronômica do CNPq; Membro da Comissão de Especialistas em Ciências Agrárias na Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação; Na Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior – Abeas, membro do Conselho Consultivo, diretor e presidente (1990-1992); No Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Minas Gerais – Incra/MG, gerente de Meio Ambiente (2002-2003) e consultor de Meio Ambiente (2003-2006); Diretor de Monitoramento e Controle do Instituto Estadual de Florestas em Minas Gerais (2000-2002); Diretor-geral da Faculdade de Viçosa – FDV (2006-2007); No Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Confea, conselheiro (1993-1998) e diretor (1997); Diretor-presidente da Caixa de Assistência dos Profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Mútua (1999-2000); Trabalhou na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig (2010 – 2013).