Flávio Viriato de Saboya Neto

Engenheiro Agrônomo pela Escola de Agronomia da Universidade Federal do Ceará, em 1969 (ingressando em 1º lugar na prova de admissão); Mestre em Administração Hoteleira pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de São Paulo (Senac/SP); Especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV); Especialista em Comercialização de Produtos Agrícolas, com formação na Espanha; Especialista em Melhoramento Animal, com formação na Índia

Nascimento: Recife (PE), 9 de agosto de 1943

Falecimento: Fortaleza (CE), 21 de fevereiro de 2021

Indicação: Associação de Engenheiros Agrônomos do Ceará (Aeac) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE)

Foram cinco décadas dedicadas à profissão, com atenção dirigida para o estado, onde cresceu e desenvolveu a sua carreira: o Ceará. Ao engenheiro agrônomo Flávio Saboya estão diretamente atrelados o desenvolvimento da agricultura e pecuária do estado e as grandes conquistas de direitos para os pequenos produtores rurais.

Flávio era um idealista que tinha como paixão a agricultura. Referência na agropecuária cearense, foi diretor da Secretaria de Agricultura e Pecuária do estado, por vezes assumindo a pasta, diretor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), presidente e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) e superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Ceará (Senar/CE). Era descrito como um homem de sorriso fácil, capaz de cativar todos por sua facilidade em se comunicar, usando o dom da palavra e a capacidade de ouvir com atenção, finalizando sempre com um bom conselho e palavras de incentivo. “Uma luz capaz de iluminar qualquer ambiente, contudo, sem ofuscar ninguém. Uma voz firme, porém doce”, descrevem os familiares. 

Segundo o engenheiro e amigo José Ramos Torres de Melo Filho, com quem trabalhou por mais de 15 anos, Flávio era uma pessoa muito competente e de fino trato, sempre muito afável no tratamento, o que fazia dele um grande interlocutor no setor agropecuário, inclusive em missões internacionais em países como Inglaterra, Canadá e França.  O relato de Torres Melo coincide com o depoimento recebido pela família, que após sua partida, a segurança de um shopping que ele frequentava compartilhou que ele sempre deixava um café pago para que ela tomasse ao final do expediente. Um simples gesto de cuidado e atenção que não se cansava de ter, ratificando sua maior virtude: estender a mão a quem quer que seja, um familiar, um amigo, um colaborador.

Continuamente, buscava meios e alternativas para facilitar a vida de quem estivesse precisando, tomando para si o dever de resolver. “Fez muito mais do que imaginávamos, quase sempre no silêncio de sua humildade e de sua generosidade. E, mesmo assim, ele se fazia presente e marcante, atraindo pessoas, seja por sua espontânea e divertida áurea, seja por sua competência, sabedoria e dom com as palavras”, descreve a filha Sabrina.

Como marido, foram 50 anos de plena dedicação à sua esposa Inês. Juntos formaram uma família com quatro filhos (Henrique, Renata, Erick e Sabrina) e oito netos (Bianca, Levy, Sophia, Lara, Bruna, Sarah, Luisa e Lina). E eram os netos que se divertiam com seu lado mais leve e brincalhão, sempre demonstrando cuidado, atenção e amor incondicional. Os almoços em família, às sextas-feiras, eram tão sagrados que, estivesse onde ou com quem fosse, o momento era a prioridade. “Um marido apaixonado e preocupado com a esposa, um pai com a capacidade de antever tudo o que se passaria com os filhos. Como avô, ele ia do inglês ao balé para ver o sorriso no rosto dos netos, passando pela construção da casa na árvore e culminado com a quebra do cofre no Natal”, relata o genro Aldo, e sua esposa Inês sintetiza sua vida como “cheia de coragem, aventuras, bondade, inteligência e amor pela família”.

Durante sua trajetória, inspirou muitas pessoas, que o definiram como um líder íntegro, conciliador, comprometido, solidário e um obstinado defensor dos pequenos produtores rurais.  Por essa atuação impecável em prol do seu estado, do Brasil e da Agronomia, o profissional agora tem em seu vasto currículo a mais alta condecoração do Sistema Confea/Crea, por meio das Honrarias do Mérito 2022.

Trajetória profissional
Contratado pela então Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Ceará, onde exerceu diversas funções (1971); Cargos de direção do órgão, substituindo, eventualmente, o titular da pasta (a partir de 1975); Superintendente técnico, para todo o território nacional, na Associação dos Criadores do Gado Jersey do Brasil em São Paulo (1995); Vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará – Faec, exercendo, ainda, as presidências do Sindicato dos Produtores de Leite do Estado do Ceará e do Clube do Berro (1998); Superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/CE (1999); Membro do Conselho Assessor Externo da Embrapa Gado de Leite – Juiz de Fora-MG e presidente da Associação dos Criadores do Ceará (2001); Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará – Faec e do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/CE (2011); Representou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, junto ao Conselho Deliberativo da Sudene, para a Região Nordeste (2013-2014); Presidente do Conselho Deliberativo do Serviço de Apoio às Micro e pequenas Empresas do Ceará – Sebrae/CE, para um mandato de quatro anos (2014); Reeleito para mais um mandato à frente da Presidência da Faec e do Conselho Administrativo do Senar/CE (2018), com mandato até 2021.