Vitória (ES), 30.11.2005
“O Sistema Educacional no Brasil/A Educação Profissional e o Compromisso Social” foi o tema do primeiro painel desta terça-feira (29), no auditório do Centro de Convenções de Vitória. O evento reuniu, das 9 às 11 horas, três painelistas. O mediador foi o eng. civil Walter Logatti Filho.
O arquiteto urbanista Gogliardo Vieira Maragno, vice-presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (Abea), primeiro painelista, abriu os trabalhos destacando: “dizem que há uma proliferação de cursos de Arquitetura no Brasil, que as escolas estão formando profissionais cada vez piores, que o mercado está saturado, mas, por outro lado há um gigantesco déficit habitacional no País”.
Gogliardo Maragno lamentou que um percentual muito pequeno das construções é feita com a participação de arquitetos e urbanistas, comprometendo a qualidade das edificações. E mesmo com “a estagnação da construção civil nunca se construiu tanto no Brasil, independentemente da crise sócio-econômica aqui instalada”, frisou.
Informando que o exercício profissional no Brasil é regulamentado por lei desde 1933, ele criticou a distribuição desigual dos cursos, a oferta em demasia de profissionais no Brasil e em outros países em desenvolvimento e sugeriu a criação de novas frentes de trabalho para ocupar esses profissionais.
Segundo Gogliardo, os arquitetos e urbanistas precisam não somente de formação com ênfase no compromisso social, mas, necessitam expandir seus trabalhos para uma maior parcela da população, cumprindo com o compromisso social tão almejado.
A opinião de quem participou do painel
A 62 ª SOEAA atraiu o eng. agrimensor da Câmara de Agrimensura de São Paulo, José Sérgio Pahor. Este profissional, que participa pela terceira vez da SOEAA, destacou a importância dos temas abordados neste evento, em especial, as discussões em torno do Sistema Educacional no Brasil. Para Pahor todos deveriam ter acesso gratuito à Educação “uma vez que o estudo é importante para a formação das pessoas que se tornam responsáveis pela resolução dos problemas sociais”.
O microempresário da construção civil, eng. civil Ivo Silva Júnior do Crea-MG classificou a programação da 62ªSOEAA como excelente. Destacando a receptividade do Crea-ES, a beleza do Espírito Santo e a hospitalidade capixaba, Ivo elogiou as visitas técnicas realizadas no primeiro dia do evento. Ele esteve na Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), na segunda-feira (28). “Com a visita à CST pude comprovar que o Brasil está muito bem colocado na área de tecnologia em Siderurgia superando até mesmo os Estados Unidos. Isto é gratificante”, comemorou.
Quem também está participando da SOEAA são as estudantes do curso Metalurgia e Materiais, do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefetes), Karla Lívia Pereira dos Santos, 23 anos e Marialda Silva Gomes, 26 anos. Elas estiveram visitando com os demais profissionais, as instalações da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em Vitória e voltaram ainda mais entusiasmadas com o curso técnico que estão fazendo. É a primeira vez que elas participam da SOEAA e garantem que se tiverem nova oportunidade não a deixarão escapar. Karla e Marialda sugerem, no entanto, que mais estudantes possam participar de eventos dessa natureza.
