Vitória (ES), 30.11.2005

O desenvolvimento social não reflete o desenvolvimento tecnológico. Esta é a posição do representante da Petrobrás, Jorge Luiz Nogueira, conferencista da manhã de ontem (29), que apresentou dados que mostram que 50% de toda a riqueza mundial está nas mãos de 6% da população brasileira. “Não poderia haver esse desnível. Não deveria haver um contraste tão grande entre a riqueza absoluta e a pobreza absoluta. Esses números merecem reflexão”. Para ele, o que foi gerado pela tecnologia não foi distribuído em forma de recursos e benefícios para as pessoas. “A tecnologia não está sendo posta a serviço do homem, e sim para quem pode comprá-la”.

Como quase a totalidade da riqueza gerada no mundo é proveniente das tecnologias, ele aponta a importância de envolver a comunidade tecnológica para gerar sustentabilidade, renda, empregos e reduzir a degradação do meio ambiente.Nogueira explicou que a questão atual que reflete a exclusão tecnológica e social envolve uma série de fatores. Entre eles estão as problemáticas de como produzir para atender as necessidades crescentes da humanidade, considerando recursos naturais cada vez mais escassos, impacto ambiental decorrente da crescente atividade econômica e necessidade da inclusão de setores da sociedade.

O conferencista também defendeu a necessidade de incorporar variáveis sociais e ambientais como premissa para o desenvolvimento tecnológico e destacou a importância de orientar a ciência e a tecnologia para a inclusão social, melhoria da qualidade de vida e da sustentabilidade ambiental com expansão dos benefícios tecnológicos para o maior número de pessoas.

Alguns números das disparidades tecnológicas e sociais:
- 50% de toda a riqueza está nas mãos de 6% da população mundial
- 80% vivem em casa de baixíssimo padrão
- 70% são incapazes de ler
-50% sofrem de subnutrição, 1% prestes a morrer e 1% prestes a nascer
-Somente 1% dos habitantes com o grau secundário.

Fonte: British Telecom / ABN Real