Cobreap discute mercado de trabalho do engenheiro avaliador

Belo Horizonte (MG), quinta-feira, 4 de setembro de 2003. O avaliador brasileiro tem prestígio internacional". Esta foi a afirmação da engenheira portuguesa, Maria dos Anjos Ramos, especialista convidada do Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias ( COBREAP) que acontece em Belo Horizonte de 02 a 05 de setembro.Traçando um panorama da atividade profissional no mundo, Maria dos Anjos afirmou que a globalização tem aumentado as diferenças, mas ela é uma realidade e "resta-nos aprender a toureá-la", disse. Segundo ela, respeitar espaços é criar mercados para todos, pois na invasão predatória todos perdem. Continuando ela disse que Brasil tem um mercado de trabalho imenso e cobiçado em todo mundo, mas que não é inteligente barrar a atividade profissional de profissionais estrangeiros e sim criar regras. "Protejam seu mercado, mas não impeçam a entrada de ninguém, apenas exijam que tenha a mesma formação, o mesmo nível que vocês", orientou.Nesse aspecto Maria dos Anjos citou o exemplo da Espanha onde, através de uma articulação dos setores envolvidos, a profissão do avaliador foi regulamentada e foram criadas regras para atuação de avaliadores de outros países no mercado espanhol. Na Espanha só atua o profissional que tem a formação exigida pela lei. Para Maria dos Anjos essa é uma solução inteligente, pois não impede a atuação de profissionais estrangeiros e sim abre o mercado, mas de forma organizada e controlada.Outra questão abordada por Maria dos Anjos foram as diferenças de cultura e de processos no exercício da profissão em todo mundo. Segundo ela é muito mais difícil ser avaliador nos países latinos que nos países de origem anglo-saxônica e muitos dos problemas da atuação profissional em países como o Brasil está na "opacidade" da nossa sociedade, na falta de dados confiáveis. "É fácil ser avaliador nos Estados Unidos, lá os dados existem de forma organizada e são reais", apontou. Mas, Maria dos Anjos alertou que o profissional do futuro tem de estar preparado para atuar em qualquer lugar do mundo. "Cuidem do seu quintal, mas estejam prontos para trabalhar em qualquer lugar do mundo", finalizou. Marta Rocha - ACS Crea-MG