Cássio Bittencourt Macedo

Engenheiro Civil pela Universidade do Paraná, atual Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1947

Nascimento: Curitiba (PR), 13 de abril de 1922
Falecimento: Curitiba (PR), 09 de agosto de 2017
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR)
 

O epíteto “O construtor de caminhos”, da biografia publicada em 2012 pelo jornalista Júlio Zaruch, evidencia a amplitude da trajetória do engenheiro civil Cássio Bittencourt Macedo. Além das obras, sobretudo rodovias, que espalhou pelo estado do Paraná, o livro deslinda outros aspectos da personalidade desse empreendedor preocupado em servir à sociedade. 

Filho do engenheiro civil Raul de Azevedo Macedo – um dos precursores do Crea-PR e inscrito no Livro do Mérito em 2007 – Cássio se tornaria um dos símbolos da construção civil paranaense.  E uma figura ilustre da sociedade do estado, como empresário, rotariano e cidadão. 

“Posso dizer que ele fazia estradas, rodovias. Desde os quatro anos, vivia com ele pelas obras, como também aconteceu com ele quando criança, em todo o estado”, diz um dos três filhos, o também engenheiro civil Cássio José Ribas Macedo, hoje conselheiro do Crea-PR. 

Entre a iniciativa privada e os cargos públicos, suas obras preenchem Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Por sinal, ele, Ana Cristina e Raul Henrique (engenheiro civil) nasceram em Londrina, durante uma das suas grandes empreitadas, as obras do Lago Igapó, iniciadas em 1956 e concluídas em 1959, quando o pai já voltara a Curitiba. 

Para a Capital do Café, o casal Cássio Macedo e Ivete Ribas havia se deslocado logo após a formatura e o casamento, em 1948. Foram casados até a morte de Dona Ivete, em 1992.  Dois anos depois, Cássio Macedo se casaria com a professora Maria Amélia do Canto Rodrigues. 

“A Londrina, ele foi primeiro como engenheiro do Departamento de Estradas de Rodagem – DER. Depois, foi diretor de Obras e Planejamento da Prefeitura”, descreve Cássio José. A biografia o complementa: “Nos quase dois anos em que dirigiu o Departamento, Cássio conduziu a construção de importantes obras”.

Quase candidato a prefeito, saiu de Londrina ao aceitar o convite para a Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado (SVOP). Iniciaria, então, uma trajetória que o colocaria à frente não apenas do DER, mas de outras estruturas do seu estado, como aeroportos, os departamentos de água, energia e telecomunicações, a estrada de ferro e o Porto de Paranaguá. 

“Em pouco menos de um ano, percorreu todo o estado. Depois, ele iria para a iniciativa privada, deixando o cargo para ser assumido por meu avô, então já ex-prefeito de Curitiba e diretor do Porto de Paranaguá”, descreve Cássio José, lembrando que a filiação ao Partido Social Progressista (PSP) provocaria sua saída da Secretaria. 

Esse fora apenas mais um dos momentos em que a trajetória profissional de Cássio e a experiência paterna se encontrariam. A formação foi acompanhada de perto por Raul, e passou pelo Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), onde estudou nos dois primeiros anos da Escola de Engenharia.

Entre a iniciativa privada e os cargos públicos, suas obras chegam a Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul. Mesmo com sérios problemas de visão desde os 55 anos, capitaneou obras de terraplanagem, pavimentação e recapeamento de rodovias e até mesmo a hidrelétrica de Segredo, considerada, nos anos 1990, a primeira do país a ter um projeto de impacto ambiental. Em 1969, um passo definitivo, ao se tornar sócio-diretor da Sinoda, que incorporou a Iguaçu Construções, onde era sócio. 

Mesmo com sérios problemas de visão desde os 55 anos, capitaneou obras de terraplanagem, pavimentação e recapeamento de rodovias e até mesmo a hidrelétrica de Segredo, considerada, nos anos 1990, a primeira do país a ter um projeto de impacto ambiental.

Permaneceria na empresa até 1995, excluindo um intervalo de oito meses quando voltou à SVOP, em 1971. Nesse pródigo último exercício de uma função pública, multiplicou-se ainda como empresário do ramo de obras rodoviárias com a atuação à frente do Instituto de Engenharia do Paraná – IEP. E ainda um curso na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg). 

Dedica-se desde então a integrar sua experiência pública com a iniciativa privada, tendo destacada atuação no Rotary. Na Associação Paranaense de Empresários de Obras Públicas (Apeop) foi fiel aos princípios de buscar o desenvolvimento do estado, estimulando projetos de interesse público, e ainda o de valorizar o empresariado e os profissionais. Atuação complementar teve à frente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), quando conduziu ao êxito a VII Convenção Nacional de Engenheiros, reunindo 700 profissionais em Curitiba, em 1972. 


Trajetória profissional

Chefe da Residência do Departamento de Estradas de Rodagem – DER, em Londrina-PR (1948-1956); Diretor de Obras e Planejamento da Prefeitura de Londrina (1956-1957); Secretário de Viação e Obras Públicas do Estado (1957-1958 e 1971); Diretor Técnico da Iguaçu Ltda. (1960); Chefe da Divisão de Pavimentação do DER (1960); Diretor técnico da Companhia Mista de Energia Elétrica Vale do Iguaçu (1961); Diretor de Obras da Rodopavi Ltda (1962) e da Sociedade Técnica de Obras Públicas S.A. – Stop (1963); Sócio da Iguaçu Construções (1965-1969); Sócio-diretor da Sinoda Construções S.A. (1969-1995); Presidente da Associação Paranaense de Empresários de Obras Públicas – Apeop (1967-1969; 1969-1971 e 1975-1977); Presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (1971-1973); Fundador e Vice-Presidente do Sindicato da Construção Pesada – Sicepot-PR (1986-1992); Homenageado com o Diploma do Mérito do IEP e do Crea-PR (1997); Homenageado pela Associação Catarinense de Empreiteiros de Obras – Aceop (2011); Medalha do Mérito Industrial da Federação das Indústrias do Estado do Paraná – Fiep (1999); Destaque de Obras Públicas (2000) e Engenheiro do Ano do Instituto de Engenheiros do Paraná – IEP (2003); Homenageado pela Apeop (2002);  Título de Vulto Emérito de Curitiba, pela Câmara Municipal (2006); Medalha do Mérito do Crea-PR (2010);  Membro Nato dos Conselhos Consultivos do IEP e da Apeop, tendo integrado também o Conselho Consultivo da Fiep.