Candidato aponta salto de qualidade do sistema profissional nas gestões Lang

Brasília, 7 de dezembro de 2005

Com o objetivo de construir um novo pacto profissional no Sistema Confea/Crea, o candidato à presidência do Conselho Federal, Marcos Túlio de Melo, avalia positivamente a última gestão e pretende ampliar a inserção do Sistema no debate das políticas públicas nacionais, com ênfase na articulação com os diversos vetores que participam do Sistema. Confira a entrevista concedida hoje, durante a sessão plenária extraordinária.

Qual a avaliação que o senhor faz do processo eleitoral?
Em geral, avalio o processo eleitoral de forma positiva. Ele demonstrou vitalidade, comprovada pelo aumento da participação de eleitores, e de candidatos concorrendo aos diversos cargos. Mas, apesar de ter sido um processo legítimo, em que os candidatos buscaram convencer os eleitores a votar no seu projeto, ele pode melhorar.

O pouco tempo de sua duração, por exemplo, impede uma integração maior dos candidatos com os eleitores. Por isso, pretendo alterar esse processo para garantir o planejamento de diversos debates ao longo do período eleitoral.

Também seria possível garantir uma participação ainda maior se as condições para a votação fossem facilitadas. Hoje, eleitores do interior de alguns estados precisam se deslocar mais de 300 km para votar, isso poderia ser evitado com a votação pela internet, desde que se garanta a segurança do processo. Além disso, a previsão de gastos e a prestação de contas devem ser obrigatórias, impedindo que o poder econômico se sobreponha ao projeto de gestão dos candidatos.

Qual a avaliação que o senhor faz das gestões do engenheiro Wilson Lang?
Faço uma avaliação positiva sob vários aspectos. Em primeiro lugar, ressalto a criação do novo código de ética, que estava defasado há 30 anos. Ele foi construído democraticamente, em 2003, com a participação de todas as modalidades.

A resolução que implantou o Cadastro Nacional de Profissionais e a revisão da resolução 218 e a aprovação da resolução 1010, com uma nova sistemática para concessão de atribuições e atividades profissionais, foram outros fatores positivos para os profissionais.

Também poderia citar a melhoria no processo de Comunicação Social do Confea, que hoje conta, inclusive, com um programa de TV, o que mostra a preocupação de ser transparente não apenas com suas lideranças, mas também com o conjunto dos profissionais e da sociedade de modo geral. Tudo isso, somado à inserção do Sistema no cenário internacional mostra que houve um salto na qualidade do sistema profissional durante a gestão Lang.

Que ações do atual presidente o senhor considerou importante e pretende continuar durante a sua gestão?
Além de tudo o que já foi dito, pretendo ampliar ainda mais a inserção do sistema profissional no debate das políticas públicas nacionais, com ênfase na articulação com instituições de ensino, entidades de classe, setor produtivo, área política e a sociedade civil organizada para construir um novo projeto de desenvolvimento sustentável para o Brasil. A inserção internacional do Sistema deve se integrar a uma política nacional. Uma ação profissional somada à ação governamental.

Quais são os planos para o Confea?
A partir de uma gestão administrativa gerencial, vamos construir um modelo de sistema nacional integrado, eficaz e com agilidade para atender as demandas dos profissionais e da sociedade em geral.

Outra preocupação será garantir que todos os conselheiros federais possam prestar serviço com a mesma qualidade, independente da arrecadação de cada um. Será criado um fundo para permitir apoio financeiro gerencial e administrativo aos Creas que demandarem essa ajuda.

Quanto ao sistema de ensino, pretendemos promover um amplo debate com o Ministério da Educação e com instituições de ensino sobre a abertura de novos cursos e a qualidade de ensino. Vamos propor um instrumento que garanta aos conselheiros regionais e nacionais, aos inspetores e aos líderes profissionais a possibilidade de pleitear o ressarcimento de despesas com treinamentos de seu interesse. O objetivo é garantir a capacitação das pessoas ligadas ao Sistema.

Vamos promover uma ampla mobilização para construir um novo pacto profissional. Para atingir esse objetivo, será proposta a alteração de alguns aspectos da legislação do Sistema. Entre elas, a relativa à representação efetiva dos estados nos plenários do Confea e, igualmente, a de todas as categorias, inclusive a de técnico, de forma que todos possam se candidatar a todos os cargos do Sistema.

Que mensagem o senhor deixaria nesse momento para as pessoas ligadas ao Sistema Confea/Crea?
Todos devem ter em mente é que temos o grande desafio de dar um novo rumo ao nosso país. Na nossa área de conhecimento temos que assumir a responsabilidade de fazer uma articulação, resgatar a esperança e lutar para termos um país desenvolvido econômica e socialmente. Além do compromisso de proteger o meio ambiente para garantir a sustentabilidade do país e do Planeta. Esse desafio deve ser assumido por todos e cabe ao Confea ser o articulador desse processo.

Saiba mais: confira o perfil do candidato

Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marcos Túlio de Melo é pós-graduado em engenharia econômica pela Fundação Dom Cabral, em Belo Horizonte.

Ele também foi pesquisador e coordenador de tecnologia das construções do Centro de Tecnologia de Minas. Entre 1988 e 1994, foi responsável técnico e coordenador das obras de implantação física da UFMG.

Pertence ao quadro da Superintendência de Desenvolvimento de BH desde 1994, tendo exercido a função de coordenador desse órgão. Foi vice-presidente do Confea na gestão de 1997 a 1999 e ocupou interinamente a presidência da instituição por sete meses nessa época.
Marcos Túlio acaba de encerrar o mandato de presidente do Crea/MG. Como coordenador do Colégio de Presidentes dos Creas, deflagrou a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) de bacias hidrográficas.

Mariana Zanatta
Da Equipe da Acom