Brasília, 18 de agosto de 2022.
Conhecer as particularidades da operação das turbinas que acionam os geradores de energia elétrica e, ainda, entender melhor o processo de manutenção desses equipamentos foram atividades que permearam a visita técnica à usina hidrelétrica Itaipu Binacional, realizada pelos coordenadores das câmaras especializadas de engenharia mecânica e industrial dos Creas durante a 3ª reunião ordinária da Coordenadoria Nacional (CCEEI).
“São equipamentos bastante complexos”, pontuou o coordenador nacional, eng. mec. Eder Ramos, que está à frente da câmara do Crea baiano. “O principal objetivo dessas visitas técnicas é mostrar aos coordenadores atividades específicas de empreendimentos que não são comuns em todas as regiões, para que consigamos aprimorar nossos manuais regionais de fiscalização. Esses manuais é que auxiliam e orientam o corpo técnico dos regionais durante a execução de ações fiscalizatórias nesses processos produtivos. O reflexo na qualidade e objetividade do trabalho do fiscal é imediato”, explicou.
A visita à Itaipu compôs a programação da 3ª reunião ordinária da Coordenadoria Nacional (CCEEI), realizada entre 2 e 4 de agosto, em Foz do Iguaçu (PR). “Apenas o Crea-AC não pode participar, pois o coordenador está licenciado e não há adjunto. Dos 26 que participaram, apenas dois o fizeram de forma virtual”, esclareceu Ramos.
Além da visita técnica, outro ponto destacado pelo coordenador sobre esses três dias foi a entrega ao presidente da Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial (Fenemi), eng. mec. Waldimir Teles Filho, do Projeto “Mulheres na Engenharia Industrial”, elaborado por grupo de trabalho instituído no âmbito da CCEEI no início do ano.
Com apoio do conselheiro federal eng. minas Renan de Azevedo, coordenador da Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep), o projeto propõe à Fenemi, fundamentado em dados sobre a pouca adesão das mulheres aos cursos da modalidade de Engenharia Industrial, o desenvolvimento de um material de divulgação da engenharia industrial focado no público feminino, com o objetivo de desmistificar essas modalidades como exclusivamente masculinas, incluindo casos de sucesso de mulheres que atuam nas áreas da mecânica e afins. Adicionalmente, o projeto prevê a realização de palestras nas instituições de ensino superior e nas escolas de nível médio utilizando modelos de apresentação padronizados, abrangendo não só aquelas mulheres que estão cursando a graduação, mas também as que ainda estão se decidindo pela profissão.
Outro assunto abordado foram os acordos de cooperação possíveis de serem firmados entre os Creas e outros órgãos fiscalizadores. O ex-conselheiro do Crea-AL e especialista em Plano de Manutenção, Operação e Controle (Pmoc) eng. mec. Francisco de Assis Medeiros realizou a palestra, focando os aspectos das parcerias passíveis de serem firmadas entre Crea e Vigilância Sanitária, Associação Brasileira de Engenheiros Mecânicos (Abemec), Superintendência Regional do Trabalho, Corpo de Bombeiros, Ministério Público, entre outros. Após a explanação, Medeiros continuou o trabalho com o grupo na formatação de modelos padronizados de termos de cooperação, além de propostas de ofícios que podem ser utilizados para abordar mais efetivamente essas instituições, conforme experiências exitosas obtidas em alguns estados do nordeste. “O principal objetivo deste trabalho foi garantir unicidade de ação de todos os Creas no cumprimento da Lei Federal nº 13.589/2018, que instituiu o Pmoc no país, reduzindo ou até mesmo eliminando barreiras na comunicação e entendimento da importância desses acordos por parte de alguns órgãos de controle”, explicou o coordenador nacional, eng. mec. Eder Ramos. “Todo esse material já foi compartilhado com a Coordenadoria, e também será encaminhado à Gerência de Fiscalização do Confea, via Ceep, para compor o acervo técnico daquele setor, conforme sugerido pelo conselheiro federal Renan de Azevedo”, explanou Ramos.
Entre diversas propostas tratadas, o coordenador eng. mec. Eder Ramos destaca, por fim, aquela que solicita ao Confea uma ação jurídica pleiteando a nulidade da Resolução nº 68/2019 do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT). “Essa resolução define os técnicos como habilitados para desenvolver todo o Plano de Manutenção, Operação e Controle (Pmoc) de sistemas de ventilação e condicionamento do ar interno, quando, na verdade, eles só possuem formação para realizar a manutenção dos equipamentos previstas nesses planos”, explicou.
Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea