Amea valoriza realização de evento de seguro rural em Maringá

 

Conselheira Márcia Laino
Conselheira federal eng. agr. Márcia Laino representou a presidência do Confea no Encontro Paranaense de Seguro Rural 2023

Brasília, 28 de julho de 2023.

Realizado em formato híbrido nos últimos dias 21 e 22 de julho, no Centro Universitário Uningá, em Maringá (PR), o Encontro Paranaense de Seguro Rural 2023, promovido pela Associação Maringaense de Engenheiros Agrônomos (Amea), proporcionará avanços para as tratativas dos produtores rurais diante da contratação das modalidades de seguro rural. Essa é a expectativa do vice-presidente da entidade, eng. agr. Mário Juscelino Prizão, que representou o presidente Paulo Roberto Milagres, em decorrência de uma cirurgia.

“A repercussão é grande. Tivemos dois palestrantes de peso e que apresentaram cenários históricos e esclareceram dúvidas, tanto para conhecer os princípios da área de seguros, como por abordar alternativas ao programa do governo”, considera Prizão, fazendo referência às palestras do engenheiro florestal Gilson Martins e do engenheiro agrônomo Luiz Antônio Digiovani.

Segundo Mário Juscelino, o seguro particular trabalha com produtividade e valores fixos do produto segurado, não importando se subir ou baixar os preços, quando na modalidade por produtividade, embora tenha outras modalidades de seguro particular, como o seguro de custeio e o seguro de receita/faturamento. “No caso do seguro por produtividade, esta produtividade já vem pré-determinada pela seguradora como produtividade segurada, e o preço não vai afetar muito porque já foi fixado quando da assinatura do contrato e pagamento do prêmio do seguro. Para que o produtor tenha indenização tem que ter produzido abaixo da produtividade assegurada”, comenta.

Já o Proagro, indicado para pequenos e médios produtores, cobre o orçamento, em função da produtividade. “Aí colheu, vai calcular ‘x’ vezes o preço de lousa no período da análise do seguro, e se a produção for inferior à média de produtividade do produtor assegurada, o cálculo da indenização será a produção obtida versus o preço da lousa. Se não atingiu o orçamento, indeniza a diferença, desde que comprovado com todas as notas. Assim, se o valor da soja subir, baixa a quantidade necessária para cobrir aquele orçamento. Agora, se baixou muito o valor, vai precisar de mais quantidade para cobrir. Então, hoje o Proagro está sendo melhor que o seguro particular, dependendo da situação. As duas modalidades são boas, só que o Proagro hoje leva vantagem por indenizar em função do orçamento e assim cobrindo os custos de produção”, ressalta.

O engenheiro agrônomo exemplifica por meio de um caso em torno da cultura do milho safrinha. “Vamos supor que a produtividade média seja de 284 sacos. Aí ele produziu só 200 sacos. A análise do Proagro vai pegar esses 200 sacos e vai apurar em receita. Hoje com o saco a R$ 44 ele vai apurar R$ 8.800,00. Vamos supor que o custo de produção dele seja 10 mil reais. O Proagro vai pagar para ele R$ 1.200,00 para atingir o custo de produção dele. Ele não vai ter prejuízo, então, nessas condições, o Proagro  atinge o objetivo principal que é cobrir os custos de produção”, descreve. 

 

Mário Juscelino Prizão
Vice-presidente da Amea, eng. agr. Mário Juscelino Prizão


Ao comentar que a Amea vem procurando incentivar a realização de encontros como esses, o vice-presidente da entidade pontua a realização, nos dias 11 a 13 de julho, do Simpósio Cultivo de Morangos. “Um tema que tem uma representatividade grande em termos de faturamento VBP (Valor Bruto da Produção). Hoje, em relação ao morango,  o estado está na segunda posição em área”, diz, agradecendo a participação da conselheira federal eng. agr. Márcia Laino, representando o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger. “Fico feliz em ver mulheres na plateia, espero vê-las mais nos dispositivos de honra e acredito que o evento cumprirá seus objetivos”, comentou a conselheira.

Mário Juscelino considera ainda que apoios como o oferecido pelo Confea contribuem para a disseminação de conhecimento. “Temos muito pouco apoio público. Eventos como esses têm efeito em nível estadual e nacional. Para a nossa entidade, valoriza a entidade, ao divulgar as tecnologias que atinjam o público alvo que são os profissionais. Tivemos um público presencial até razoável, em torno de 100 participantes, porém as pessoas que vão no presencial, estão envolvidas com o Sistema, direta ou indiretamente. E depois, ampliamos essa participação por meio da plataforma”, diz, destacando também o apoio oferecido pela Mútua-PR.  Além da participação da conselheira Márcia Laino, o Confea apoiou o evento com R$ 15 mil por meio de locação de estande.

Para Mário Juscelino, o Encontro proporciona o contato com outras modalidades de seguro agrícola, além do Proagro, programa de governo que objetiva, segundo ele, exonerar o agricultor ou o beneficiário do cumprimento das obrigações financeiras em operações de crédito rural de custeio, no caso, perdas de receitas. “Então, o valor amparado é o valor financiado, administrado pelo Banco Central e operado pelas instituições financeiras”, informa.

Participantes do Encontro
Participantes do Encontro reunidos no estande do Confea, apoiador do evento


Segundo o engenheiro agrônomo Luiz Antônio Digiovani, “no trabalho de campo, não muda muito entre o Proagro e o seguro. O perito vai fazer a análise. Vai ver os prejuízos, o Proagro ampara algumas perdas que o seguro não ampara em relação principalmente a perdas por pragas e doenças. Mas para calcular a indenização que o produtor tem direito, no Proagro, o perito faz a amostragem, define qual a produtividade obtida e ele vai apresentar comprovantes de comercialização. Então, no Proagro, a indenização está associada à receita obtida. Se ele vender a produção por um determinado preço, aquilo vai entrar na receita para calcular a indenização. De forma geral, no seguro, não se olha o valor arrecadado pelo produtor com a comercialização”, descreveu.

Ele acrescenta que, com a queda de preço na comercialização, no seguro de produtividade, a indenização é calculada com o preço na contratação. “Quem contratou seguro de produtividade para a cultura da soja há um ano atrás a um preço de R$ 150 recebeu a indenização considerando a perda com base em R$ 150. Se ele vendeu por R$ 120, a indenização considera os R$ 150. Pode ter sido uma proteção maior do que a receita que ele teria com a venda da produção dele a R$150”, disse. 
 

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea com a colaboração de Rodrigo Brasil (GCO)