Brasília, 5 de maio de 2023.

Com oito palestras com temas específicos sobre os cereais de inverno, a Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel – Areac promove, de 24 a 26 de maio, a Agropec Sul 2023 - Cereais de Inverno. Com apoio de R$ 30 mil do Confea, por meio da política de locação de estandes que valoriza as atividades do Sistema em todo o país, o evento pretende difundir uma rotina híbrida de atividades e tecnologias, do manejo à comercialização, que pode incentivar a produtividade de trigo, cevada e outros cereais na região do Oeste do Paraná.

Realizada desde 2013, com interrupções em 2014, 2017 e 2018, a Agropec Sul vem discutindo ao longo desse período temas como assistência técnica, biotecnologia, proteção e nutrição de plantas. Desde o ano passado, o evento conta com o apoio do Confea, sendo classificado pelo Edital de patrocínio da casa, a exemplo deste ano. 

“Neste ano, vamos abordar as culturas de inverno, das quais a principal cultura é o trigo, terceira cultura de maior importância na região, com a soja e o milho. Mas vamos enfocar outras possibilidades de cultura para se trabalhar no inverno com foco para tentar aumentar a rentabilidade do produtor em uma época em que ele está muito acostumado a trabalhar justamente com soja e milho, ofertando o trigo e outras culturas que possam se encaixar no sistema de rotação com a soja e o milho”, diz o presidente da Areac, eng. agr. Fernando Luis Rocha Pereira, exemplificando com a cevada, centeio, aveia, nabo forrageiro e esclarecendo que a destinação dessas culturas também pode estar voltada ao pastejo e à cobertura de inverno visando outras culturas.

Segundo o presidente da Areac, o Confea vem sendo um grande parceiro da entidade. “O Confea efetivamente apoia esses eventos que promovemos. O Confea entende que precisa estar próximo do profissional, do engenheiro agrônomo, nesses eventos técnicos, que são uma oportunidade de o próprio profissional entender também de que forma o Conselho representa o profissional. Assim, o Confea chega até a base. Com essa grande representação em nível nacional, é uma oportunidade, eu diria única, também para o profissional. A associação é o intermediário nesse processo. Através desses apoios nesses eventos, somos um elo entre o profissional e as suas necessidades junto ao Sistema”, descreve.

Ainda em relação a esse fortalecimento do profissional, o presidente da Areac refere-se à “importância de o profissional estar se atualizando, se informando, se capacitando”. Para ele, a Feira, que tem a previsão de participações de 150 engenheiros, produtores, estudantes, professores e do público em geral, possibilita oferecer ao profissional da Agronomia opções rentáveis e boas ferramentas para que ele possa implementar sua atuação junto a uma cultura ainda colocada em segundo plano, durante o processo produtivo anual. 

Biotecnologia e alternativas de produtividade
Entre as novas opções de biotecnologia a serem discutidas durante o evento, está a voltada para o chamado “Trigo Clearfield”, segundo destaca o presidente da Areac. “Vamos ter uma palestra com o pesquisador dessa tecnologia. A parte do manejo e controle de ervas daninhas, visando também às culturas de verão e o manejo fitossanitário destas culturas. Todo ano, a gente procura trazer as novidades do mercado e agora novas biotecnologias”, comenta.

 
Entre as palestras anunciadas para o evento deste ano, haverá discussões sobre temas como: “Cenários econômicos para os cereais de inverno em 2023; “Como fazer três safras ao ano utilizando cereais de inverno”; “Utilização de cereais de inverno na produção de ração para animais confinados”; “Desempenho de novas cultivares na alimentação animal a pasto”; “Aveia branca de ciclo longo no pastejo”; “Fisiologia do trigo para alto rendimento”; “Fisiologia da aveia para alto rendimento” e “Culturas não convencionais como alternativa no inverno”.

“Vamos abordar manejo, a implantação, e fechar o ciclo com a perspectiva de preço e comercialização dessa cultura. As empresas incentivam o trigo no Oeste com essa preocupação, mas podemos dar essa opção. O mercado hoje precisa do trigo. As cooperativas do Oeste já têm uma marca dependente de importação e estão incentivando o produtor a plantar.  A guerra na Ucrânia aumentou a demanda pelo trigo e temos condições de ser autossuficientes em trigo e cevada. Temos clima e produtividade para sermos competitivos com essas regiões. Mesmo tenho um custo inicial mais alto, temos tecnologia e potencial produtivo para sermos autossuficientes nessas culturas”, comenta Fernando Pereira.

Ele acrescenta que a região Oeste do Paraná tradicionalmente promove um processo de sucessão de culturas, com o plantio de soja no verão e o milho safrinha na sucessão. “O produtor abandonou um pouco as culturas de inverno, importantíssimas para a rotação de culturas. Por isso, queremos mostrar opções para o produtor. Estamos em um momento novo com bons preços para a cultura do trigo, o que tem atraído e tirado a sucessão com o milho safrinha e dá também outras opções para aumentar a produção no verão, seja a soja ou o milho. Opções rentáveis para o produtor para que ele entenda que a médio e longo prazo ele também possa ter outras opções para manejar melhor as culturas de verão que são mais rentáveis para ele”, define, informando que, na parte mais alta do Paraná e Rio Grande do Sul, as culturas do trigo e da cevada já tomam uma expressão maior. “A gente quer mostrar que a região do Oeste do Paraná também tem aptidão para sair dessa cultura. Para que o trigo possa entrar na produção de alta rentabilidade para isso”.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea