Engenheira civil Adriana Falconeri descreve planos para o Crea-PA

 

Primeira mulher a presidir o Crea-PA, a engenheira civil Adriana Falconeri atuava na gestão do presidente Renato Milhomem, cujo mandato ela concluirá: planos de aproximar o regional da sociedade
Primeira mulher a presidir o Crea-PA, a engenheira civil Adriana Falconeri atuava na gestão do presidente Renato Milhomem, cujo mandato ela concluirá: planos de aproximar o regional da sociedade

 

Brasília, 18 de novembro de 2022.

Em eleição realizada no dia 3 de novembro, a eng. civ. Adriana Falconeri Boy se tornou a primeira mulher a ser eleita Presidente na história do Crea-PA. Aos 37 anos, a candidata recebeu 2.498 votos, correspondendo a 48,93% do colégio eleitoral paraense, em um pleito que aconteceu de forma on-line, formato adotado pelo Confea há um ano. Tomando posse no último dia 11, a engenheira, que é funcionária do Crea desde 2013 e graduada desde 2017, terá mandato até 31 de dezembro de 2023, devido ao falecimento do presidente eng. agr. Carlos Renato Milhomem Chaves, em junho deste ano.

Além da presidente Falconeri, o processo eleitoral definiu o novo diretor-administrativo da Mútua Rondônia, eng. ftal. Pedro Ernesto Amorim Sena Filho, além de novos conselheiros federais: Aysson Rosas Filho e Marcelo Jorge Torres (titular e suplente da modalidade Industrial do Crea-AC); Cândido Carnaúba Mota e José Gomes Fragozo Neto (titular e suplente da modalidade Agronomia do Crea-AL); Marcos da Silva Drago e Lourival Augusto Dias Filho (titular e suplente da modalidade Elétrica no Crea-AP); Carmen Lúcia Petraglia e Paulo Cesar Nayfeld Granja (titular e suplente da modalidade Engenharia Civil do Crea-RJ); Neemias Machado Barbosa e Laline Garcia Gomes (titular e suplente da modalidade Engenharia Civil do Crea-RO) e Sérgio Maurício Mendonça Cardoso e Alexsandro Meireles Menezes dos Santos (titular e suplente da modalidade Engenharia Elétrica do Crea-SE).

Confira a entrevista com a presidente Adriana Falconeri.

Site do Confea – O que representa para a senhora ter sido eleita para completar o mandato do presidente Renato Milhomem?


Presidente do Crea-PA, eng. civ. Adriana Falconeri – Já trabalhava com ele em cargo de confiança do presidente, tínhamos alguns trabalhos realizados, e não podia deixar aquilo se perder. Por isso coloquei meu nome como candidata, expressando uma gratidão imensa, e a sensação que esse apoio causou é indescritível. Temos projetos de fazer a marca do Crea mais fortalecida, buscar implementar o Crea-JR para mostrar o Crea à sociedade, atraindo sua simpatia. Com autonomia, a gente vai conseguir recursos para todos os eventos. A gente precisa estar em todos os locais, o que não acontecia. A sociedade não sabe o que é o Crea. A gente começou a mudar isso na presidência do Renato.


Site do Confea – Sua eleição representou um recorde de participação no regional, com mais de 30% do colégio eleitoral dos profissionais paraenses. Qual o significado dessa representatividade e do formato eleitoral virtual?


Presidente do Crea-PA, eng. civ. Adriana Falconeri – Sem dúvida a engenharia tem que acompanhar a atualização do mundo, e a eleição pela internet foi bem melhor. Nosso público que votou nunca tinha votado. Sou atendente, entrei no Crea em 2013. Tivemos quase 50 por cento dos votos. Isso aumenta a responsabilidade, afinal a esperança que as pessoas depositaram na gente é muito grande. Pretendemos trabalhar pesado para trazer essa representação para as pessoas.

Site do Confea – Outro dado representativo de sua eleição é que a senhora é muito jovem e funcionária de carreira do Crea-PA, tendo se formado apenas depois de iniciar essa convivência. Fale um pouco da sua trajetória e no que ela pode contribuir para o seu mandato.

Posse se deu durante reunião do Crea-Norte, em Santarém, terra natal e onde Adriana era supervisora de polo
Posse se deu durante reunião do Crea-Norte, em Santarém, terra natal e onde Adriana era supervisora de polo

Presidente do Crea-PA, eng. civ. Adriana Falconeri – Quando entrei no Crea, atendendo vários profissionais, eu já tinha vontade de fazer Exatas, mas não havia o curso na minha cidade, Santarém. Entrei na Engenharia Civil e foi ótimo saber na faculdade a importância do Crea, a contribuição do Conselho para a minha classe todos os dias. Independente do cargo, da nossa posição, a gente, enquanto profissional, tem que contribuir, o que se dá pelas atitudes. Hoje, a cultura dos profissionais é de que está vendo um concorrente, e não um colega. Mas o concorrente é a pessoa não habilitada. Quando comecei a fazer faculdade, era das 8h às 17h e, do meio para o final, foi das 8h às 14h. Trabalhar e estudar não é fácil, mas uma coisa ajudou a outra. Comecei a ver melhor a importância do Crea para a sociedade, fiscalizar o exercício profissional para a seguridade da sociedade. É um tema muito amplo. O Crea tem um papel de muito importante, porém, é uma gestão que não é proativa. O Crea é um tanto omisso, à espera de se manifestar. Deveria ser o contrário. Não é obrigação do Crea cuidar dos editais, mas podemos entrar com os sindicatos. A nossa visão tem que mudar essa obrigatoriedade, temos que ser proativos e conhecer de fato os anseios dos profissionais.

Site do Confea – A senhora era supervisora do polo de Santarém, que representa o Oeste do Pará, e tomou posse nesta cidade no último dia 11, durante a reunião do Crea-Norte. Seu mandato será direcionado ao interior, como era também o mandato do presidente Renato Milhomem?

Presidente do Crea-PA, eng. civ. Adriana Falconeri – Sim, com certeza. Somos o segundo maior estado do Brasil, temos o maior município em extensão do mundo, Altamira. Para chegar a um município, às vezes demanda 12 horas para ir e 12 horas para voltar, como visitei na campanha. De fato, o Crea tem que fazer essa interiorização. Primeiro, aumentando o contingente de funcionários para ampliar a fiscalização. Temos 33 fiscais para 144 munícipios com essa logística. A gente muda executando concursos o mais breve possível. Temos 314 títulos que temos que representar. Temos o maior cultivo de cacau do Brasil. Então, a gente precisa trabalhar a Agronomia, paralelo às nossas florestas. Então, precisamos urgentemente trabalhar as outras áreas. Até os engenheiros civis, que têm a maior representação, reclamam, então, imagina as outras profissões. A gente precisa que os cargos de inspetores sejam de representação, além da visão política. Temos apenas oito por cento de esgotamento sanitário, o que é uma questão que a gente precisa estar próximo aos conselhos, como o de habitação, na elaboração de planos diretores e códigos de obras e posturas. Enfim, o trabalho é bem pesado.

Site do Confea – A senhora também era coordenadora do Programa Mulher e é a primeira mulher eleita para presidir o regional. Esta também será uma das suas linhas de atuação? Quais as outras principais preocupações do seu mandato?


Presidente do Crea-PA, eng. civ. Adriana Falconeri – Com certeza. Hoje representamos 18 por cento do conselho, e queremos ir nas escolas e instituições de ensino mostrar que existe a possibilidade de trabalhar na área. Gosto da execução da obra, o que geralmente são homens que trabalham nisso. E temos que mostrar que isso pode ser para todas as pessoas. Queremos fazer o fomento à equidade de gênero, paralelamente ao fortalecimento da marca, que é uma preocupação de outros Creas.

Site do Confea – Como a senhora vê a atuação do Confea e do Sistema como um todo? Quais poderão ser as suas maiores contribuições?


Presidente do Crea-PA, eng. civ. Adriana Falconeri – Marketing, publicidade e propaganda é uma falha em todo o Sistema. Precisamos estar em todas as esquinas. A engenharia é que move o mundo. Em relação à questão climática, por exemplo. Precisamos estar em todos os cantos falando de Engenharia, da importância desses profissionais para a sociedade urgentemente. A pauta de marketing e propaganda precisa estar na tevê, no rádio. Temos 53.500 profissionais registrados. Se pegar as nossas redes sociais, temos nove mil pessoas. Para a nossa eleição, a gente que fez a repercussão. Se dependesse do Crea, ninguém saberia da eleição. Se nem isso é divulgado, imagina as outras ações. Ninguém sabe que o Crea tem outros serviços, como os direitos dos recém-formados. A gente precisa divulgar muito a legislação. Primeiro, mostrando a finalidade do Crea. A nossa cultura tem que ser modificada, o que é algo difícil. Se todos os Creas e o Confea pegassem uma pauta de marketing como prioridade, destacando a importância das modalidades em busdoor, outdoor, tevê e rádio, então o Confea mostraria que tem um papel de extrema importância.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea