Brasília, 4 de maio de 2020.
Em tempos de crise sanitária, a necessidade de assegurar o abastecimento e a segurança alimentar intensifica a adoção de cuidados de higiene em toda a cadeia agrícola, incluindo a atividade de colheita no campo. Nesse sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) elaboraram uma cartilha com recomendações gerais, durante a colheita, no transporte e no alojamento dos trabalhadores.
Confira as recomendações para o período de colheita
Com 35 orientações, o documento visa à segurança das pessoas envolvidas na colheita de produtos vegetais e estão alinhadas com as diretrizes do Ministério da Saúde. São sugestões que englobam desde conceitos básicos como lavar as mãos com água corrente e sabão líquido, orientar os funcionários em relação aos cuidados com higiene pessoal e uso de equipamentos de proteção individual e outros mais específicos ligados à atividade. Entre eles, ampliar o período de colheita, quando possível, separar os colhedores por carreiras e fazer revezamento de turnos no transporte dos trabalhadores do campo.
Na avaliação do presidente da Confederação de Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), a iniciativa do Mapa é positiva e muito importante porque a colheita não pode esperar, em função da sazonalidade e da qualidade dos produtos. “Em um país em que a agricultura tem papel forte tanto no abastecimento interno quanto no fornecimento de produtos para outros países, essas orientações são fundamentais especialmente porque, mais do que nunca, é necessário garantir a segurança alimentar”, ressalta o eng. agr. Kleber Santos.
Engenheiros agrônomos
Também com foco na prevenção, a Confaeab disponibiliza para os profissionais um compilado de cuidados a serem adotados durante a crise sanitária. “A ideia é dar orientações básicas para a engenheira e o engenheiro agrônomo exercerem sua atividade, especialmente assistência técnica, com um mínimo de segurança para si e para os trabalhadores envolvidos na atividade agropecuária, fundamental para nossa sociedade”, informa a publicação que está disponível no site da entidade nacional ligada ao Sistema Confea/Crea e Mútua.
O presidente da Confaeab alerta que as orientações da confederação não desconsideram a importância do distanciamento social como a forma mais eficiente, até o momento, de combater a proliferação dessa pandemia.
“O isolamento social é importante, mas isso não é uma realidade para todos, especialmente para aqueles que atuam em atividades essenciais”, observa Kleber, lembrando que, com a publicação do Decreto nº 10.282/20 que regulamenta a Lei 13.979, o governo brasileiro discriminou os serviços públicos e atividades essenciais enquanto perdurar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia da covid-19. Entre eles, estão a produção, distribuição, comercialização e entrega, realizadas presencialmente ou por meio do comércio eletrônico, de alimentos e bebidas.
Acesse o site da Confaeab para obter a cartilha
Calendário agrícola dinâmico
A possibilidade de realizar colheita de diversas culturas praticamente durante todo o ano nas diferentes regiões, conferindo ao Brasil o calendário agrícola mais dinâmico do mundo, faz do campo um dos maiores empregadores de mão de obra do país. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a dimensão territorial nacional permite a realização de até três safras de grãos no mesmo ano agrícola (setembro a agosto).
Neste período do outono, segundo o calendário da Conab, estão em colheita culturas como algodão, arroz, feijão (em algumas regiões logo já começa a 2º safra), milho (1º safra), soja, café entre outras. Algumas regiões do país, dependendo da cultura, estão em fases diferentes da colheita.
Conheça também os cuidados a serem adotados para mitigar os efeitos da covid-19 durante a colheita do café acessando a cartilha produzida pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Governo do Espírito Santo, em conjunto com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, entre outras instituições que assinam o documento.
Pesquisa e edição: Julianna Curado, com informações do Mapa, da Conab, Embrapa e Confaeab
Equipe de Comunicação do Confea