Brasília , 05de outubro de 2023.
Na quarta-feira (04), a palestra “Saúde, Meio Ambiente e Recursos Hídricos: O que o Brasil está perdendo com a falta de saneamento ambiental?” abriu os trabalhos vespertinos do “Workshop sobre atuação profissional da engenharia, da agronomia e das geociências em questões ambientais”, que está sendo realizado no auditório do Centro de Tecnologia da UnB. O evento, que vai até quinta-feira (05), está sendo promovido pela Comissão Temática de Meio Ambiente do Confea (CTMA) do Confea.
O presidente honorário do Conselho Mundial das Águas, eng. civ. Benedito Pinto Ferreira Braga Junior, enfatizou que atualmente 70% da água disponível no mundo é destinada à irrigação, enquanto 2 milhões de pessoas no Brasil carecem de acesso a água potável e sistemas de tratamento de esgoto. Ele também apresentou os índices de saneamento no país, com uma taxa de saneamento de 84% em 2020, representando um aumento em relação a 2005. Já o atendimento de coleta de esgoto em 2005 era de 39% e em 2020 subiu para 55%. Em relação ao atendimento do tratamento de esgoto, em 2005 era de 33% e em 2020 subiu para 50%. Braga Junior concluiu sua palestra defendendo a universalização desses serviços, destacando os benefícios econômicos, de saúde pública e ambientais, que podem chegar a R$ 815 bilhões, após descontar os custos. “Se já estivéssemos com os nossos números universalizados, além de benefício econômico, estamos falando de dignidade das pessoas, a preservação dos nossos rios.”, defendeu.
O reitor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), eng. mec. Marcos Flávio de Oliveira Schiefler Filho, abordou a qualidade da educação superior nas áreas de engenharia, agronomia e geociências. Ele compartilhou dados acadêmicos, destacando um aumento significativo no número de artigos publicados no Brasil. Segundo dados de 2017, a Rússia formou cerca de 454 mil engenheiros por ano, a China aproximadamente 420 mil, e os Estados Unidos contabilizaram cerca de 238 mil engenheiros formados anualmente, enquanto o Brasil formou aproximadamente 140 mil engenheiros por ano. “Não podemos imaginar que o modelo de aprendizado do século passado se aplica para os dias atuais. A inovação passa pelo estudante como protagonista do processo. Você tem de ter a base de engenharia, mas que se tenha flexibilidade para trabalhar as soft skills, ou seja, o conjunto de habilidades relacionadas ao comportamento e à interação humana.”, defendeu o reitor. Ele ainda anunciou que no dia 09 de outubro será divulgado o Censo da Educação Superior 2022. Veja a apresentação.
Em seguida, o “Agronegócio brasileiro: impactos econômicos e ambientais, barreiras não tarifárias e atuação profissional (demandas para atuação profissional)” foi a palestra ministrada pelo presidente da Datagro, econ. Plinio Nastari. Ele destacou o crescimento impressionante na produção de grãos e carnes, bem como a importância da integração de cadeias produtivas, como a cana de açúcar e o milho safrinha. Nastari enfatizou a integração positiva entre a agricultura energética e alimentar, que tem impulsionado a produção de alimentos no Brasil enquanto preserva as áreas naturais. “Essa sinergia tem beneficiado tanto o setor agrícola quanto a industrialização.”, comentou o palestrante.
Por fim, o general eng. Lauro Luis Pires da Silva, palestrou sobre “Soberania Nacional e Meio Ambiente: O papel das Engenharias na Defesa do Brasil.” Confira a apresentação
Saiba mais sobre a programação.
Confira as palestras:
Leia mais: Ex-ministro Aldo Rebelo abre workshop sobre desenvolvimento sustentável
Fernanda Pimentel
Equipe de Comunicação do Confea