Brasília, 5 de fevereiro de 2025.
O entusiasmo para discutir soluções sustentáveis para o saneamento move o conselheiro federal Paulo Pinho a levar contribuições para a população brasileira. Eleito para representar os profissionais da modalidade civil do Pará no plenário do Confea, entre 2025 e 2027, Paulo irá dedicar seu mandato à erradicação dos lixões no Brasil e à criação de novas oportunidades para os profissionais da engenharia em sistemas tecnológicos de tratamento de lixo.
Engenheiro civil e doutor em Ciências Ambientais pela Universidade de São Paulo (USP), Paulo Pinho tem ampla experiência na área de gestão de resíduos na Amazônia. Já atuou em projetos internacionais e nacionais, incluindo estágio de doutorado na Alemanha, na Universidade de Trier, e especialização em engenharia do controle da poluição ambiental da Faculdade de Saúde Pública na USP. É professor universitário e, há uma década, está à frente da empresa Arete Consultoria Ambiental, onde trabalha com elaboração de planos de saneamento, coleta seletiva e educação ambiental.
Além de sua atuação técnica, Pinho busca ampliar o debate sobre sustentabilidade por meio da comunicação. Já teve uma coluna na rádio CBN Amazônia, entre 2018 e 2020, e atualmente, participa de programas na rádio e TV Nova Belém. Também é autor de três livros: “Gestão de resíduos sólidos urbanos na Amazônia brasileira”, “Papos com sustentabilidade” e “A Belém dos nossos sonhos”, sendo o primeiro título uma adaptação de sua tese de doutorado, com diretrizes para elaboração de instrumentos de gestão de resíduos.
Com forte engajamento em iniciativas de políticas públicas, é delegado do Youth Congress das Américas, um projeto que conecta jovens que trabalham em prol de metas sustentáveis, estimulando e fomentando iniciativas de ação climática. Além disso, é líder RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade) e também do Renova BR, ambos movimentos de capacitação de lideranças políticas. Em 2022, Paulo Pinho foi eleito para suplente de deputado federal pelo Pará com a proposta de impulsionar o desenvolvimento criativo e sustentável, promovendo a economia circular e a desburocratização do empreendedorismo local. Na entrevista a seguir, saiba mais sobre esta liderança que assume cadeira no plenário do Confea neste início de ano.
Site do Confea: Conte como foi a construção da chapa com a suplente Andreia de Sousa e quais expectativas e princípios os levaram a trabalhar juntos?
A construção se deu por meio da presidente do Crea-PA, Adriana Falconeri, que nos convidou, e assim que houve o convite, eu fiz questão de conversar com o nosso antigo conselheiro federal do Estado Pará, Daniel Sobrinho, que me orientou em relação à dinâmica do Conselho e quais avanços nós poderíamos ter. Nesse sentido, eu fiquei muito animado em saber que uma das prioridades do Sistema Confea/Crea para os próximos três anos é a erradicação de lixão do Brasil, onde a região norte é atualmente a mais carente em gestão de resíduos e saneamento.
Site do Confea: Comente a importância de representar os profissionais da modalidade civil no plenário do Confea.
Estou muito orgulhoso, muito honrado de poder representar. Mas na minha trajetória eu me formei em engenharia civil, fiz mestrado também em engenharia civil, mas com ênfase em engenharia urbana. Trabalhei muito a questão de planejamento urbano, de infraestrutura, portanto a questão de transporte, a questão de saneamento, mas também habitação de interesse social. Depois eu complementei a minha formação com uma especialização em São Paulo em controle da poluição ambiental, que já é mais na área de engenharia ambiental, mas também de gestão de resíduos, políticas públicas para gestão de resíduos na Amazônia. Portanto, apesar de a minha formação original ser na engenharia civil, eu tenho ciência que tenho obrigação de bem representar todos os títulos que compõem o Sistema Confea/Crea e Mútua.
Site do Confea: Quais são os principais objetivos estabelecidos para este mandato em relação aos profissionais e como planeja alcançá-los?
Nosso compromisso de campanha maior é estar acessível para receber demandas e também para poder dar esclarecimentos na prestação de contas em relação ao mandato. Para além de representar os profissionais, reforço que tenho compromisso muito forte em abrir novos campos e qualificar novas áreas. Por exemplo, nós do Confea, ao brigarmos por um projeto de desenvolvimento sustentável para o Brasil e brigarmos especificamente pelo encerramento dos lixões, nós vamos abrir várias áreas para todas as profissões abraçadas pelo Confea, por exemplo, engenharia civil, elétrica, mecânica, mas também agronomia, geologia, geografia e meteorologia. Portanto, a busca pelo encerramento dos lixões e a ocupação de espaços nas definições de políticas públicas são nossos maiores compromissos neste mandato.
Site do Confea: Como pretende incentivar a inovação na engenharia durante seu mandato, contribuindo para o avanço tecnológico e a competitividade do setor?
Pois é, às vezes, nós avançamos muito, inclusive tecnologicamente, inovamos muito, só que as políticas públicas não acompanham, né? O Brasil tem um problema sério de desigualdade, onde nós, às vezes, já estamos muito à frente, inclusive em igualdade de condições com nações desenvolvidas do ponto de vista social. Por exemplo, a Embraer é um exemplo maravilhoso, só que ao mesmo tempo nós convivemos com um problema seríssimo de saneamento básico, com um déficit habitacional gigante. Então, para mim, a inovação, o fazer o novo, é exatamente buscar políticas que diminuam essa excessiva desigualdade, esses acessos, inclusive tecnológicos, para que a gente possa ter uma nação mais próspera e mais fecunda.
Site do Confea: Com a realização da COP-30 em Belém (PA), estado representado pelo senhor, quais ações ou iniciativas acredita que o Sistema Confea/Crea pode desenvolver para contribuir para esse importante debate global sobre mudanças climáticas?
Belém está um canteiro de obras. Então, é uma oportunidade para engenheiros civis, engenheiros mecânicos, engenheiros eletricistas e geólogos. Além disso, o presidente do Confea, Vinicius Marchese, já instituiu um grupo de trabalho específico para COP-30. Mas também aguardem, porque nós queremos apresentar produtos que façam a diferença para que a gente possa pautar inclusive ações de políticas públicas no Brasil como um todo e principalmente na Amazônia. Então, nós estamos muito animados, conforme eu falei, numa resposta anterior em começar a servir como interlocutor para que a gente possa interferir na elaboração e implantação de políticas públicas no país.
Site do Confea: Ao concluir seu mandato como conselheiro, que legado pretende deixar para os profissionais e para o Sistema?
O meu legado são avanços concretos em relação à erradicação dos lixões do Brasil, principalmente nas regiões mais carentes, que são a região Nordeste e na minha região que eu represento, que é a região Amazônica. Eu tenho certeza que, se o Confea apresentar produtos e serviços, ele vai fortalecer o Sistema como um todo a partir do momento que vão se abrir novas oportunidades. E nós vamos poder junto ao Executivo e Legislativo, não só o federal, mas também os estaduais, começar a pautar agendas de total interesse para engenharia, que é a agenda tecnológica, a agenda social, mas também a ambiental.
Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea
