Brasília, 04 de fevereiro de 2025.
Novo conselheiro federal representante das Instituições de Ensino de Agronomia, o engenheiro agrônomo Leonardo Duarte Pimentel vem atuando pela pesquisa e inovação tecnológica na área de bioenergia em projetos de cooperação público-privada com empresas do setor e ainda por meio de convênio entre a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e instituições de ensino alemãs (projetos Macafuel: UFV-Acelen Renováveis S.A e Cooperação Internacional Brasil-Alemanha para Desenvolvimento da Cadeia de Valor da Macaúba para a Bioeconomia Global, Baseado no Uso Sustentável da Biodiversidade Local, respectivamente). Assim, consolida uma formação considerada por ele como “natural”, em favor da área agronômica, com a qual cresceu em casa, como filho de produtor.
Leonardo conduz sua trajetória acadêmica em uma das mais tradicionais instituições de ensino agronômicas de Minas Gerais: graduação (2006), mestrado em Melhoramento de Plantas e Biotecnologia (2007), doutorado em Fitotecnia/Nutrição Mineral e Adubação de Plantas (2012); pós-doutorado em Agroenergia (2013) e, desde 2014, como professor adjunto do Departamento de Agronomia e coordenador (2018-2022) do curso de Agronomia, além de professor-orientador de seu mestrado. Suas aulas se voltam para o potencial energético das culturas de sorgo e macaúba e ainda temas como atuação profissional, ética e empreendedorismo. Paralelamente, representou a UFV na câmara de Agronomia do Crea-MG e atuou como gerente de produção florestal e como consultor em projetos agroindustriais voltados para a produção de bioenergia.
Na entrevista a seguir, o novo conselheiro federal, que terá como suplente a conselheira eng. agr. Andréa Cristiane Sanches, aponta para a intenção de contribuir para que as instituições de ensino superior do Grupo Agronomia “atendam às reais demandas da sociedade com a oferta de profissionais qualificados para atuarem com ética e com consciência cidadã”. Leonardo Pimentel considera ainda que os sistemas profissional e educacional podem e devem andar juntos. “Essa sinergia beneficia toda a sociedade. Assim, quando o conselho fiscaliza e exige das empresas os responsáveis técnicos, garante serviços de qualidade para a sociedade e todos se beneficiam”.
Site do Confea: Conte como foi a construção da chapa com o suplente, eng. agr. Andréa Cristiane Sanches, e quais expectativas e princípios os levaram a trabalhar juntos?
Eng. agr. Leonado Pimentel - Eu fui coordenador do curso Agronomia da Universidade Federal de Viçosa por dois mandatos. Naquela época, eu estava reformando o projeto pedagógico do curso e percebi que existia uma enorme distância entre o sistema educacional (instituições de ensino) e o sistema profissional (Sistema Confea/Crea). Por esse motivo, comecei a atuar também como conselheiro regional, na Câmara Especializada de Agronomia do CREA-MG. A partir daí, assumi certa liderança nacional envolvendo vários colegas coordenadores nas questões estratégicas que envolvem o ensino e a atuação profissional e, neste contexto, surgiu a oportunidade de concorrer à vaga no Confea. Daí, contatei vários amigos e optamos por construir uma chapa com a Andrea Sanches, devido ao seu histórico de atuação no Crea-SP e também pela sua experiência de coordenadora de curso, tanto no ensino público, quanto privado. Logo, criamos uma aliança nacional e concorremos com chapa única, cujo lema foi: “Aliança pela Educação e Valorização Profissional”, cujo objetivo principal é buscar interação e alinhamento das demandas entre o sistema profissional Confea/Crea com o sistema educacional, representado pelo Ministério da Educação (MEC), e os profissionais do grupo Agronomia, representados por suas entidades de classe, de modo a permitir que as instituições de ensino superior do Grupo Agronomia atendam às reais demandas da sociedade com a oferta de profissionais qualificados para atuarem com ética e com consciência cidadã.
Site do Confea: Comente a importância de representar os profissionais das Instituições de Ensino de Agronomia no plenário do Confea.
Eng. agr. Leonado Pimentel - Como conselheiro federal, representamos todos os 1,2 milhões de engenheiros registrados no Sistema. Contudo, dos 18 conselheiros federais, apenas duas cadeiras são constantes: os representantes das instituições de ensino, um do grupo Agronomia (para a qual fui eleito) e outro do grupo Engenharia. Os outros 16 conselheiros se revezam entre os estados/áreas, de acordo com sistema conhecido como Rosa dos Ventos. A cadeira das instituições de ensino do grupo Agronomia abrange as engenharias agronômica, florestal, agrícola, ambiental e de pesca, cujos profissionais representam cerca de 120 mil profissionais (cerca de 10% de todos os profissionais ativos no Sistema Confea/Crea). Portanto, trata-se de uma responsabilidade enorme representar todos esses profissionais e vamos trabalhar muito para continuar o ciclo de modernização que o Sistema vem passando na gestão do presidente Vinicius Marchese.
Site do Confea: Quais são os principais objetivos estabelecidos para este mandato em relação aos profissionais e como planeja alcançá-los?
Eng. agr. Leonado Pimentel - Em relação aos profissionais, os objetivos principais seriam simplificar os processos internos do Sistema e seguir no sentido de uniformização dos procedimentos entre todos os Creas da Federação. Paralelo a isso, pretendo contribuir para fortalecer a interação entre os sistemas profissional e educacional, como, por exemplo, valorizar os programas de residência agrícola com status de pós-graduação e bolsas compatíveis com o devido nível de formação.
Site do Confea: Como pretende incentivar a inovação na engenharia durante seu mandato, contribuindo para o avanço tecnológico e a competitividade do setor?
Eng. agr. Leonado Pimentel - O papel do Conselho é fiscalizar e regulamentar o exercício profissional. A inovação e a formação profissional são de responsabilidade das instituições de ensino. Contudo, os sistemas profissional e educacional podem e devem andar juntos e essa sinergia beneficia toda a sociedade. Assim, quando o conselho fiscaliza e exige das empresas os responsáveis técnicos, garante serviços de qualidade para a sociedade e todos se beneficiam.
Site do Confea: Com a realização da COP-30 em Belém, quais ações ou iniciativas o senhor acredita que o Sistema Confea/Crea possa desenvolver para contribuir para esse importante debate global sobre mudanças climáticas?
Eng. agr. Leonado Pimentel - A engenharia é o motor do desenvolvimento. Todos os desafios da sociedade, como clima, água, segurança alimentar, energia, infraestrutura e até guerras passam pela engenharia. No caso das mudanças climáticas, tema da COP 30, o Brasil é exemplo mundial de desenvolvimento sustentável, uma vez que é o país com a matriz energética mais limpa do mundo. Isso porque usamos combustíveis renováveis como etanol, biodiesel, produzimos aço verde (com carvão vegetal), energia eólica, solar, hidroelétrica, dentre outras. E todas essas cadeias produtivas são realidade graças aos engenheiros agrônomos, mecânicos, civis, eletricistas, ambientais, entre outros. Temos o privilégio de ter excelentes instituições de ensino de engenharia no país e o nosso sistema profissional é o responsável por fiscalizar e regular toda essa engrenagem do desenvolvimento. Temos ainda um mercado gigantesco de créditos de carbono em desenvolvimento, o qual precisa ser medido e certificado por engenheiros. Portanto, o nosso sistema profissional estará na COP 30 mostrando a força da Engenharia e Agronomia nacional no combate às mudanças climáticas com exemplos claros e palpáveis de desenvolvimento sustentável.
Site do Confea: Ao concluir seu mandato como conselheiro, que legado pretende deixar para os profissionais e para o Sistema?
Eng. agr. Leonado Pimentel - Espero entregar para sociedade e profissionais da Engenharia e Agronomia um sistema ainda mais eficiente, transparente, simplificado e unificado.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Thiago Sousa/Confea