Brasília, 6 de abril de 2022.
Um mapa sobre o grau de utilização do BIM e, consequentemente, da digitalização na indústria da construção: esse é o intuito da Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização nas Engenharias no Âmbito da Indústria da Construção, lançada na manhã desta quarta-feira (6/4), na sede do Confea em Brasília. A pesquisa é fruto de uma parceria entre Confea, BIM Fórum Brasil e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Integrante do Grupo Técnico Operacional que viabiliza os produtos da parceria entre Confea e BIM Fórum Brasil, a conselheira federal eng. agr. Andréa Brondani falou sobre o orgulho de o Sistema Confea/Crea participar da iniciativa. “Não obstante ser nosso cerne a fiscalização, também temos como pilar a valorização dos nossos profissionais”, disse.
Outro membro do Grupo Técnico Operacional que participou da solenidade foi o conselheiro federal eng. civ. Domingos Sahib Neto, que destacou a capilaridade “concreta e real” do Sistema Confea/Crea e reafirmou os benefícios do BIM. “Só trará benefícios, como a compatibilização entre projetos, o aumento da produtividade, a redução de custos etc.”.
Para o assessor da Presidência do Confea José Maria de Paula Soares, o resultado da pesquisa possibilitará políticas públicas mais assertivas. “Estamos dando um primeiro passo numa iniciativa inédita. Com a capilaridade do Sistema Confea/Crea e Mútua, nossa expectativa é de atingir o maior número de profissionais possível”. Soares também pontuou que a operacionalização da pesquisa respeita a Lei Geral de Proteção de Dados.
“Essa ação não vai só contribuir muito para o robustecimento das iniciativas que já possuímos, mas vai também possibilitar a criação de novas”, comentou Leonardo Santana, analista da ABDI, que na ocasião representou o diretor Carlos Geraldo Santana. “Combinado com outras soluções tecnológicas, como drones, realidade aumentada e impressoras 3D, o BIM impacta não só na construção civil, mas na sustentabilidade das cidades também”.
O BIM e a pesquisa
BIM é a sigla em inglês para Modelagem da Informação da Construção, tecnologia que utiliza parâmetros virtuais em todas as etapas de uma obra. Em 2018, o governo federal lançou a Estratégia BIM BR, que visava disseminar a prática do BIM. A pesquisa ora lançada pretende compreender como está se dando o uso da ferramenta em todo o Brasil, considerando que a adaptação nem sempre é fácil.
“Quando comecei minha carreira ainda usávamos prancheta. Acompanhei a mudança da prancheta para o CAD. No salto da prancheta para o CAD, ainda apresentávamos um mesmo produto: o desenho. Com o BIM, entrega-se muito mais. Então, entendo que o salto do CAD para o BIM é muito maior”, opinou o presidente do BIM Fórum Brasil, eng. civ. Wilton Catelani. “Por enquanto é uma escolha usar ou não o BIM, mas daqui um tempo vai ser inexorável. Não tem como brigar com a tecnologia. A adoção do BIM é uma macrotendência global, não se luta contra isso”.
Para Catelani, é fundamental saber onde a Engenharia nacional está quando se fala de digitalização da indústria da construção. “Precisamos entender onde estamos e aonde queremos chegar. Não há bons ventos para quem não sabe aonde se quer chegar”, falou, ao ressaltar a importância da pesquisa. “Esse esforço que estamos fazendo é fundamental para que tenhamos uma foto concreta do que está acontecendo no campo, no nosso país e, aí sim, propor ações concretas”.
Catelani fez uma apresentação com a qual registrou os bastidores da elaboração da pesquisa. “Foi uma pesquisa cuidadosamente planejada, para não termos viés ou amostra viciada. Se a foto for feia, não importa. Precisamos ter uma visão realista para que possamos de fato planejar ações e solicitar políticas públicas ao governo”.
A solenidade de lançamento da pesquisa foi transmitida ao vivo pelo YouTube. Veja a gravação:
Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Marck Castro